A Filha da Floresta - Opinião

setembro 28, 2010

Título: A Filha da Floresta (Trilogia Sevenwaters I)
Autor: Juliet Marillier
Editora: Círculo de Leitores
Páginas: 446
Sinopse (da contracapa):

"O domínio Sevenwaters é um lugar remoto e estranho, no seio da velha Irlanda, guardado por homens silenciosos e criaturas encantadas que deslizam pelos bosques vestidos de cinzento e de armas sempre afiadas. Há seres que querem invadir a floresta, há salteadores do outro lado do mar que pretendem destruí-la, porém, para os guardiões, a prioridade é aniquilar o traidor que se introduziu no domínio: Lady Oonagh, a cruel feiticeira, bela sedutora, que conquista o soturno Lorde Colum. Obstinada em destruir a família deste, Oonagh, ao sentir que não consegue ganhar a confiança de Sorcha, filha de Lorde Colum, aprisiona os seus seis irmãos num feitiço que só a jovem - sétima filha de um sétimo filho - poderá quebrar."

Opinião:

Há muito tempo que andava para começar a ler este livro até que, há uns tempos, surgiu uma promoção que me permitiu comprar os três livros a um preço mais baixo. Aproveitei e comecei a ler este A Filha da Floresta.

Primeiro livro da Trilogia Sevenwaters, este livro conta-nos a história de sete irmãos que vivem em Sevenwaters, uma terra protegida por montanhas e pela floresta misteriosa, com Criaturas Encantadas, com velhas histórias de pessoas que desaparecem, de outras que são encontradas ao fim de muitos anos, de coisas estranhas conjuradas dentro daquele lugar.

Sorcha surge-nos como a narradora e é a única rapariga da família, a irmã mais nova, sendo, por isso, super protegida pelos outros irmãos. Se a vida que levavam até ali era fácil, leve e feliz, tudo muda quando Lady Oonagh vem para Sevenwaters para casar com o seu pai. Quando todos tentam afastá-la de Lord Colum, esta lança um feitiço aos irmãos, transformando-os em cisnes para sempre. Porém, Sorcha encontra a Dama da Floresta que lhe revela que há uma maneira de reverter o feitiço. Mas esse caminho é difícil, de sofrimento, cheio de momentos em que só se quer desistir de tudo. Sorcha tem que tecer seis camisas feitas de morugem (uma espécie de espinheiro), pô-las nos pescoços dos cisnes e nunca emitir qualquer tipo de som vindo da sua boca até que o feitiço seja desfeito.

Seguimos, então, a sua vida que vai dando voltas e reviravoltas, levando-a para lugares que ela nunca julgara ter de ir, lidando com pessoas que ela sempre julgou serem o seu inimigo. Mas as vontades e forças da floresta, das Criaturas Encantadas, são mais fortes e levam-na a cumprir a sua tão àrdua tarefa.

Vivemos a maior parte do livro dentro da cabeça de Sorcha, tendo acesso aos seus pensamentos, sentimentos, dúvidas, a toda a sua vida vista pelos seus próprios olhos. Sentimos pena, raiva, compaixão e, no fim, uma sensação de que justiça é feita. Contudo, não se pode dizer que o final seja feliz. Todos vêm estilhaçados por dentro, de alguma forma, com o tempo que estiveram sobre o feitiço e todos os sete, que sempre foram como se fossem um só, acabam separados, cada um tomando o seu caminho, seguindo o seu destino. Além disso, nem tudo acaba completamente resolvido.

Este foi, verdadeiramente, um livro apaixonante. Pessoalmente, tem muitos elementos que apelam ao meu gosto: o misticismo celta, a magia, a envolvência da natureza e a presença de Criaturas Encantadas que vivem na floresta mas que ninguém as vê, o próprio enredo da história que se baseia no mito celta dos seis cisnes, a presença de uma personagem feminina muito forte, Sorcha, mas que não é perfeita e tem os seus momentos de fraqueza como todos.

Gostei bastante do facto do papel da natureza ser activo, porque influenciava e agia em momentos chave no percurso de Sorcha, ajudando e encaminhado-a para que atingisse os seus objectivos. A floresta, os rios, o vento, todos têm um papel, são agentes activos na narrativa e gostei bastante deste facto.

Não sei porque demorei tanto tempo a ler A Filha da Floresta, mas ainda bem que o fiz. Adorei o livro do início ao fim, sinto que me apeguei às personagens, principalmente a Sorcha e Finbar. Finbar, para mim, representa um mistério por resolver, uma personagem que é muito mais do que aquilo que mostrou neste primeiro livro e, por isso, espero ansiosamente por ler os restantes.

5/6 - Muito Bom

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