Richard III - Opinião

outubro 14, 2010

Título: King Richard III
Autor: William Shakespeare
Editora: The Arden Shakespeare
Páginas: 382
Sinopse:

"Richard III is one of Shakespeare's most popular plays on the stage and has been adapted successfully for film. This new and innovative edition recognizes the play's pre-eminence as a performance work: a perspective that informs every aspect of the editing. Challenging traditional practice, the text is based on the 1597 Quarto which, it is argued, brings us closest to the play as it would have been staged in Shakespeare's theatre. The introduction, which is illustrated, explores the long performance history from Shakespeare's time to the present. Its critical engagement with the play responds to recent historicist and gender-based approaches.
The commentary gives detailed explication of matters of language, staging, text, and historical and cultural contexts, providing coverage that is both carefully balanced and alert to nuance of meaning. Documentation of the extensive textual variants is organized for maximum clarity: the readings of the Folio and the Quarto are presented in separate banks, and more specialist information is given at the back of the book. Appendices also include selected passages from the main source and a special index of actors and other theatrical personnel."

Opinião:

A Tragédia de King Richard III é uma peça escrita por William Shakespeare e que nos conta a história da ascensão e queda do rei inglês Ricardo III.
Richard é um homem que, para além dos defeitos morais, têm algumas deformidades físicas, nomeadamente uma corcunda e é coxo de uma das pernas. Isto, no tempo de Shakespeare, era considerado um sinal do demónio, ou de que a pessoa era má. Neste caso, as suas deformidades parecem ainda mais exaltadas nos momentos de maior vilania por parte de Richard.

Richard é um homem sedento de poder. E, para ascender ao trono, não olha a meios e destrói todos aqueles que se põem no seu caminho, como os irmãos e os sobrinhos. Para além disso, consegue conquistar Lady Anne, mulher do príncipe Edward de Gales, também assassinado por Richard, para depois desprezá-la quando esta já serviu o seu propósito.

Para mim, esta é uma peça que nos fala de ambição desmedida e da malvadez de Richard que, conformado que está com os seus defeitos físicos, decide tornar-se vilão e corresponder ao que dele é esperado. Richard parece-me um homem desprovido de qualquer sentimento bom, não se arrepende, não tem remorsos e não ama ninguém. Usa todos com um propósito e mata quem se lhe puser no caminho. Contudo, Richard tem o final que merece e acaba por morrer na Batalha de Bosworth, em 1485.

De notar, primeiro, que esta peça tem um fundo de verdade. Ou seja: o rei Richard III existiu, a batalha onde ele morreu também, assim como os restantes intervenientes na peça. Há ainda a presença de dois elementos que se tornaram numa verdadeira lenda na história de Inglaterra: Edward V e o Duque de York. Estes dois irmãos, filhos do finado rei Edward IV, foram declarados ilegítimos e, por isso, confinados à Torre de Londres. Foi assim, de facto, que Richard III ascendeu ao trono e governou por dois anos. Como os príncipes nunca mais foram vistos, e aprisionados enquanto crianças, isto deu origem ao mistério dos Príncipes na Torre, sobre os quais já foram escritos alguns livros.

De maneira geral, gostei desta peça. Apesar de imposição pela faculdade (e eu tenho uma tendência a não gostar dos livros que leio por obrigação) acabou por ser uma leitura fácil, com uma história bastante rica e de um autor que eu tenho vindo a gostar cada vez mais. Mais uma vez a linguagem é fantástica: o uso de metáforas, de alguma poesia, da ironia (mais por parte de Richard), a construção da personagem principal e do facto do físico de Richard ser uma manifestação da sua parte psicológica.

4/6 - Bom

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