Desaparecida na Noite - Uma História Verídica - Opinião

março 04, 2011

Título: Desaparecida na Noite - Uma História Verídica

Autor: Sharon Hamilton
Editora: Editorial Presença
Páginas: 208
Sinopse:
"No dia 10 de Fevereiro de 1991, Vicky Hamilton, uma adolescente de 15 anos, esperava sozinha o autocarro que a levaria de regresso a casa depois de um animado fim-de-semana com Sharon, a irmã mais velha. Nunca chegaria ao fim da viagem. Nunca voltaria a ser vista com vida. Seguiram-se dezassete longos anos de sofrimento para a família, até ao dia em que a polícia encontra os seus restos mortais no jardim da casa do assassino em série Peter Tobin. Foi um dos raptos mais mediáticos que alguma vez tiveram lugar na Escócia, e agora que foi feita justiça, Sharon Hamilton partilha connosco, pela primeira vez, toda a história."

Opinião:

Infelizmente, o desaparecimento de crianças é notícia algo frequente nos noticiários e casos como o do Rui Pedro e o de Maddie vieram-me constantemente à memória à medida que lia este livro. Como espectadores assistimos, de maneira mais ou menos objectiva, ao desenrolar dos acontecimentos. O que aconteceu, a quem aconteceu, as investigações que se vão desenrolando, os avanços, ou não, que vai havendo, etc. Porém, algo que nunca poderemos imaginar é o sofrimento por que a família passa. E é isto que este livro mostra.

Sharon Hamilton narra-nos, na primeira pessoa, a experiência esmagadora que é passar-se por uma situação de desaparecimento de um familiar. Neste caso, Vicky, a irmã mais nova de Sharon, de apenas 15 anos. Nada nos prepara para uma situação deste tipo: é devastador e ingrato para qualquer pessoa e só quem passa por isso é que pode realmente compreender.
Contudo, Sharon vai mais atrás. Relata-nos os momentos mais marcantes da sua vida enquanto irmã de Vicky: o seu nascimento e crescimento, a ligação forte entre ambas, o divórcio dos pais, o nascimento dos irmãos gémeos já depois do divórcio, a adolescência algo atribulada de Vicky e, por fim, o último fim-de-semana que passaram juntas em casa de Sharon. A partir daí, com a incógnita do paradeiro de Vicky, a sua família, principalmente a irmã e a mãe, dedicam todo o seu tempo à procura de Vicky, colaborando sempre com a polícia.

É aqui que vemos uma família aguentar-se muito precariamente, eventualmente a desmoronar-se mas Sharon, apesar de jovem adulta, acaba por ser o elo que os sustém e que, mesmo depois da morte da mãe, continua a fazer tudo para que o caso de Vicky não seja esquecido. E só ao fim de dezassete anos é que o caso chega a uma conclusão.
Este é o relato de uma faceta que muito poucas vezes temos a oportunidade de conhecer. Como é realmente viver todo este pesadelo de não se saber onde está alguém que amamos e que faz parte de nós. Ficar-se, durante anos, com a angústia de não se saber nada, lidar com os sentimentos de culpabilidade, com os inevitáveis "e se?". E, como se isso não bastasse, lidar com as pressões da imprensa e de outras pessoas que ainda gozam com a situação ou que dão pistas falsas, fazendo com que a polícia se disperse.

É um livro comovente pelo cunho pessoal que tem ao abordar um tema tão complicado e tão chocante. É inevitável pensar-se em todas as crianças que desaparecem e que, ainda hoje, não se sabe o paradeiro delas, como sofrem as suas famílias sem que consigam vislumbrar um fim ao pesadelo que se tornou as suas vidas.
É um livro marcante e que toca porque conseguimos sentir-nos nas situações que são descritas, a imaginar se aquilo tivesse acontecido connosco, e ao verificarmos que num espaço de minutos tantas vidas podem mudar radicalmente.

4/6 - Bom

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1 comentários

  1. OLÁ
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