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Papéis e Letras

Divagações sobre livros e a minha vida de leitora

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    Podem ouvir a minha opinião completa no podcast, AQUI.

    A Sangue Frio, de Truman Capote é um livro de não-ficção que se lê como um romance. Trata-se de um livro sobre um crime que acontece na pequena localidade de Holcomb, no Kansas, em que uma família é morta sem razão aparente. Capote traça, aqui, três linhas narrativas que nos dão uma perspectiva mais completa e abrangente sobre este crime e sobre como afectou diferentes pessoas. A primeira, é a voz da própria família que foi assassinada. O autor conta-nos uma espécie de história recente da família Clutter até ao dia fatídico, para que os possamos conhecer. A segunda é a daqueles que vivem naquela localidade e foram afectados por este evento chocante, uma vez que todos possuíam uma ligação aos Clutter. E a terceira é a dos próprios assassinos, Dick e Perry, na qual conseguimos conhecê-los no antes e no depois do crime. Tudo isto se entrelaça, claro, com aquilo que é o cerne do livro: a investigação para se saber quem é que cometeu os crimes e porquê.

    O livro está muito bem escrito e tem uma estrutura particular que se adequa ao que é narrado. A densidade psicológica foi o que, para mim, mais se destacou, porque sentimos o peso de tudo aquilo que aconteceu nas diversas pessoas que são aqui retratadas - desde os vizinhos, aos criminosos, e até aos detectives encarregues do caso. Mas faltou-lhe intensidade e ritmo narrativo, porque os capítulos tendem a arrastar-se e a demorar-se em todos os detalhes e mais alguns que não são necessários. Há alturas em que cheguei a achá-lo enfadonho, e também achei que em momentos a questão do crime deixa de ser central para se focar nas pessoas à sua volta.

    Assim sendo, gostei, mas esperava mais e não achei nada de extraordinário.


    3/5 - Gostei

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    Aqui temos um dos favoritos deste ano de 2023. Um livro com uma estética ligada à dark academia, que mistura ficção histórica com elementos de fantasia e com várias camadas de significado, explorando temas ligados ao acto de traduzir, ao colonialismo, ao racismo, ao sentimento de pertença, e ao imperialismo britânico.

    Neste livro, que se passa em meados do século XIX em Inglaterra, seguimos um grupo de jovens que vai estudar para o Instituto Babel na Universidade de Oxford, sendo que a personagem principal é um deles: Robin Swift. Neste Institudo, quem lá estuda e trabalha dedica-se à tradução de textos e à concepção de barras de prata com determinadas inscrições (sempre em duas línguas diferentes, mas em línguas diferentes), que potenciam os efeitos desejados de alguma coisa. Ambas estas coisas são feitas sempre para benefício do Império Britânico que está no seu auge. Vale a pena mencionar, ainda, que todos os jovens que aí trabalham e estudam, incluindo o grupo que seguimos, foram crianças que retiradas dos seus contextos originais: Robin é Chinês, Ray é Indiano e muçulmano; e Victoire é Haitiana. O propósito disto é usar os seus conhecimentos enquanto falantes nativos para benefício do Império.

    Amei tudo neste livro: as personagens, o enredo, o ambiente, a intriga e os pequenos mistérios que vão surgindo. Acompanhamos Swift e os seus amigos na sua vida académica, pessoal, e à medida que vão descobrindo segredos e lutando por aquilo que cada um acha que é o mais acertado. Swift sofre uma transformação tremenda desde o início até ao fim do livro, e o seu caminho é feito de questionamentos, contradições, e de um acordar de consciência sobre si e sobre o que o rodeia.

    Este é um livro que se vai saboreando, com um ritmo mais lento, que é complexo e cheio de camadas. Temos conversas sobre teorias da tradução, sobre as raízes das palavras e os seus significados, mas também temos acção, momentos tensos e inesperados, temos magia e fantasia num livro que é riquíssimo. Só o posso recomendar a todos os que gostam de fantasia, mas não só. Penso mesmo que este livro vai agradar até aos que não lêem fantasia, ou não gostam do género.

    Recomendadíssimo!

    5/5 - Adorei
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    Este é um livro sobre como é viver com transtornos mentais, mais especificamente ansiedade e depressão. Aqui, seguimos a vida da nossa protagonista, Gilda, uma mulher lésbica, ateia, que sofre de ansiedade, ataques de pânico e depressão, e encontra-se num momento muito complicado da sua vida, em que está desempregada. Por um acaso do destino, arranja trabalho no sítio mais improvável: como secretária numa igreja.

    A história desenvolve-se através das situações pelas quais Gilda passa, sejam coisas relacionadas com o trabalho, com as pessoas mais próximas na sua vida, ou até coisas mais corriqueiras do dia-a-dia como entrar num café e pedir algo para comer. Através destas situações, vemos a dificuldade que ela tem de se relacionar com os outros, os atritos familiares, a relação instável que tem com a namorada, o impacto que a saúde mental tem na sua própria vida, em coisas tão básicas como arrumar a casa e tomar banho, e todas estas questões estão relacionadas com a sua pouca saúde mental, e a falta de apoio e suporte.

    Para mim, este é um livro pesado, quase claustrofóbico, em que nos sentimos plenamente na cabeça de alguém que sofre de ansiedade e depressão, e em que conseguimos perceber de que forma isso afecta a vida de Gilda, em específico. Senti compaixão pela Gilda, comoveu-me em alguns momentos, e em várias alturas quis entrar no livro para lhe dar um abraço, apoio e força que ela precisava.

    Gostei bastante deste livro, por este retrato tão fiel, mas tem um grande problema: o marketing. Para mim, este não é um livro leve, divertido e hilariante. Não me ri uma única vez, porque sei exactamente o que ela estava a sentir, e isso não tem nada de engraçado. E sei, ainda, a seriedade com que algumas coisas são ditas e feitas por nós com a pretensão de ser engraçado ou cómico para os outros. Só mostra o desamparo e o desespero interior.

    Posto isto: gostei do livro, da Gilda, dos temas que aborda, da escrita da autora, mas o marketing... O marketing é completamente enganador.


    4/5 - Gostei muito


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    Este livro é um thriller psicológico passado num hospital psiquiátrico, onde seguimos Parker, um jovem psiquiatra, que confrontado com um caso em particular decide documentar a sua experiência num blog. Há  um paciente em particular que está há anos institucionalizado, sem diagnóstico e envolto em mistério, porque as várias pessoas que o tentaram tratar acabaram loucas ou a cometer actos extremos. Perante isto, este jovem psiquiatra acha que o consegue tratar e diagnosticar, e é essa jornada que nós vamos testemunhando. Porém, nada é assim tão simples, e poucas coisas são o que parecem. Portanto, há aqui um mistério deste paciente que precisa de ser resolvido e que guia, então, esta narrativa.

    Tinha boas expectativas para esta leitura, porque gosto muito de thrillers psicológicos e estava mesmo com vontade de ler um. No entanto, desiludiu-me pelo final: não achei verosímil a explicação e tudo é feito um pouco rápido demais, para acabar a história. Nesse sentido, senti-me um pouco defraudada porque esperava mais, esperava uma explicação mais plausível e uma base mais forte e fundamentada para a existência daquele paciente e do porquê da sua situação. Porém, isso não aconteceu e estragou a minha experiência de leitura. É um livro bom, mas esperava mais dele.

    Está traduzido e publicado por cá, pela editora Topseller.


    3/5 - Gostei

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    Este é um livro bastante duro de ler. Lida com um momento recente da história da Coreia do Sul, quando em Maio de 1980 estudantes se revoltaram contra a falta da liberdade de expressão e o fecho de universidades, em pleno regime ditatorial. Perante este cenário, a população foi alvo de uma forte repressão por parte das forças do regime, tendo sido perseguida, presa, torturada e, muitas dessas pessoas, mortas. Ainda hoje, o número certo de pessoas que morreram e desapareceram ainda estão por contabilizar. Este acontecimento também abriu caminho a movimentos posteriores que levaram à democracia na Coreia do Sul.

    Atos Humanos segue a vida de várias personagens ao longo de vários anos, tendo como início a data de 1980 até aos dias de hoje. À partida as histórias destas pessoas não se interligam, mas acabamos por perceber que todas se cruzaram, de alguma forma, com outra personagem: o jovem Dong-Ho, um dos estudantes na revolta. Ao longo do tempo vamos vendo como estas pessoas lidam com o trauma, seja porque sobreviveram, porque perderam alguém, ou porque foram vítimas de prisão e tortura. Estas são histórias sobre perda, trauma, repressão, violência, e um luto que parece nunca desaparecer.

    O título, Atos Humanos, relembra-nos que, na vida real, estes atos vis e cruéis não são perpetrados por criaturas monstruosas da nossa imaginação, mas sim por seres humanos. E é esta crueldade e violência que acaba por unir todas as histórias aqui contadas, numa narrativa cheia de dor. 

    5/5 - Adorei


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    Ora pois bem que voltei a Dostoiévski. A minha primeira incursão na obra deste autor foi há muitos anos, com Crime e Castigo (livro que quero, inclusive, reler), e por isso quando vi que a Mell Ferraz ia organizar a primeira Leitura Conjunta deste ano sobre este livro, claro que resolvi participar.

    Neste pequeno livro, que nem 100 páginas tem, seguimos a história de um protagonista sem nome e que encontra, por acaso, uma jovem rapariga com quem conversa durante algumas noites seguidas. Temos, no total, quatro noites e uma manhã, e nada disto é por acaso. O título dá-nos conta de um fenómeno típico dos países do norte, em que em algumas alturas do ano o sol não se põe completamente, dando à noite uma certa claridade e, no caso desta obra, um ambiente quase onírico. E neste livro fala-se muito do sonho, de fantasia, de imaginação, mas também de solidão e de carência afectiva.

    Contudo, eu estava à espera do Dostoiévski que apanhei no primeiro livro que li, mas não é isso que temos neste livro. Aqui temos uma estética muito mais próxima do Romantismo, algo que não é necessariamente mau, até porque eu gosto da estética deste movimento artístico. Mas o protagonista aborreceu-me demasiado, principalmente no início parece muito auto-centrado e isso fez-me revirar os olhos algumas vezes. Contudo, à medida que nos aproximamos do final, vamos percebendo-o e até sentindo empatia para com ele, uma vez que revela uma profundidade maior do que parecia a princípio.

    Ainda assim, não consegui gostar tanto como estava à espera, e só posso querer voltar ao "meu" Dosto existencialista, desprovido de idealizações, que confere uma alta densidade psicológica às suas personagens.

    3/5 - Gostei

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    Este é, provavelmente, o livro mais estranho que eu já li. Com descrições grotescas, violentas, viscerais, mórbidas, num livro em que seguimos a vida de algumas personages numa vila rural Lapvona, de seu nome inventado, e que se passa algures na Idade Média. Não há propriamente um enredo, mas sim um desenrolar de acontecimentos nas vidas destas pessoas e é isso que vamos acompanhando.

    Podemos ver aqui uma crítica ao mundo contemporâneo que se quer cada vez mais ver livre de imperfeições, que é obcecado por estar e ser imaculado, e neste livro a autora confronta-nos com um espelho distorcido da nossa própria realidade, apresentando uma narrativa quase de um conto de fadas invertido. Podemos, também, encontrar talvez uma crítica à forma estereotipada como a Idade Média é apresentada, seja nos filmes ou nos livros, como um período com algum charme, de alguma fantasia, de castelos, cavaleiros e princesas. Contudo, aqui Moshfegg mostra-nos precisamente o extremo oposto, numa narrativa desprovida de sentimentalismo e idealismo, cuja única coisa que se pode considerar bela, é o uso da linguagem por parte da autora, que por vezes é onírica e poética.

    Preparem-se para uma viagem visceral, onde a moralidade é algo inexistente ou muito ténue, onde há descrições de cenas mais viscerais e mórbidas, grotescas, algumas violentas, de degradações, deformidades, perversidades, numa narrativa que parece quase um carrossel de personagens e eventos cada uns mais estranhos do que os outros.

    Apesar disto tudo, posso dizer que... gostei deste livro! Vá-se lá saber...


    4/5 - Gostei muito

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