The Year of the Flood - Opinião
fevereiro 15, 2014
Título: The Year of the Flood (MaddAddam #2)
Autor: Margaret Atwood
Lido no Kobo
Sinopse:
Autor: Margaret Atwood
Lido no Kobo
Sinopse:
"Set in the visionary future of Atwood’s acclaimed Oryx and Crake, The Year of the Flood is at once a moving tale of lasting friendship and a landmark work of speculative fiction. In this second book of the MaddAddam trilogy, the long-feared waterless flood has occurred, altering Earth as we know it and obliterating most human life. Among the survivors are Ren, a young trapeze dancer locked inside the high-end sex club Scales and Tails, and Toby, who is barricaded inside a luxurious spa. Amid shadowy, corrupt ruling powers and new, gene-spliced life forms, Ren and Toby will have to decide on their next move, but they can't stay locked away."
Opinião:
Como assim, um livro da Margaret Atwood que eu não consegui acabar?? Devo estar doente! O meu cérebro deve ter feito curto-circuito! Não, não fez. Eu explico.
The Year of the Flood reconta-nos aquilo que se passou em Oryx and Crake mas do ponto de vista de personagens diferentes. Enquanto que em Oryx tínhamos a perspectiva de quem vivia protegido do mundo real, numa espécie de condomínio privado destinado somente às elites, este volume dá-nos a perspectiva de quem vivia nas "pleeblands", ou seja, fora desses condomínios. Uma espécie de subúrbios infestados de crime, violência e doenças. Outro pormenor interessante, é que no primeiro livro temos uma perspectiva masculina e neste temos uma perspectiva feminina. As personagens principais são duas mulheres, Toby e Ren que sobreviveram ao apocalipse relatado em Oryx and Crake, e a narrativa acontece de forma semelhante: em flashbacks, alternando entre o passado e o presente.
Ora então o que é que não me surpreendeu? Porque é que este livro não me agarrou o suficiente para eu não ter passado dos 30% (mais ou menos 120 páginas)? A verdade é que dei por mim a saber a história toda. Apesar de serem personagens diferentes, pontos de vista diferentes, eu já sabia o que elas me iam contar. As experiências genéticas, o tal apocalipse, como era a vida naquele cenário pós-desastre, a corrupção e aproveitamento da elite sobre a população mais pobre e desfavorecida... O que elas tinham de novo para me dar era a história da vida delas. Mas até aí algumas coisas se podem adivinhar. Por isso, não foi um "ai não gostei do livro porque a história é horrível", é mais "o livro não me cativou porque eu já conheço a história". Oryx and Crake é um livro notável e acho que este The Year of the Flood poderá agradar mais a quem não leu o Oryx, uma vez que vai olhar para aquele mundo pela primeira vez, sem noções pré-concebidas.
Este livro tem, ainda, os Gardeners, ou Jardineiros. Estes são uma espécie de culto religioso que, no meio de toda a evolução tecnológica e científica, revela-se profundamente a favor dos animais, do ambiente, de uma cultura mais centrada na natureza. Este aspecto é interessante, mas senti que, por vezes, é demais no sentido em que há demasiada "pregação", digamos assim. Há capítulos dedicados às homilias do Adam One, que é o profeta lá do sítio, que são todas baseadas em passagens da Bíblia. Nunca me incomodei com o aspecto da religião nos livros, mas aqui pareceu-me um bocado enfadonho, especialmente porque não há grande inovação, uma vez que é tudo baseado na Bíblia.
E chegamos ao fim. Quero aqui dizer que o livro não me cativou porque eu sabia a história. Quero frisar que não é um mau livro, de todo. A escrita é o estilo da Margaret Atwood e aí não desaponta. Ela consegue transportar-nos para aquele mundo e consegue captar muito bem as idiossincrasias de cada um. Além disso, em Oryx sentimos muito mais o isolamento do que neste livro, em que as ligações entre pessoas são mais fortes e mais focadas. Mas, fora isso, custava-me a pegar no livro, via-me a ler passagens na diagonal, à espera que algo me surpreendesse, quando me apercebi que nada me ia surpreender. Havia algumas novidades, mas não as suficientes para me manter interessada no livro. Apesar de recomendar o livro a quem não leu nada deste universo, ainda assim, considero o Oryx and Crake um livro superior em todos os aspectos. Fico curiosa para ler o último desta trilogia: MaddAddam.
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