The Family Upstairs - Opinião

setembro 28, 2020



Este livro foi a minha estreia com esta autora e li-o numa altura em que precisava mesmo de um livro deste género: um mistério familiar por resolver, que parte da morte de três pessoas numa casa em que o único sobrevivente é um bebé de 10 meses, aparentemente bem alimentado e cuidado. Pareceu-me uma boa premissa, já tinha lido algumas opiniões e, por isso, avancei.

O livro oferece-nos três pontos de vista que correspondem a três personagens fulcrais: Lucy, Henry e Libby. Libby herda dos seus pais biológicos uma casa milionária no dia do seu 25º aniversário. Com este acontecimento, Libby, que nunca os conheceu, começa uma verdadeira viagem sobre o seu passado, as suas origens e a sua história familiar para, no fundo, perceber quem é. A par de Libby, temos Lucy, que vive em França em condições muito precárias e que tenta voltar para Inglaterra; e Henry, que conta a história da sua família na primeira pessoa e ajuda a juntar todas as peças do puzzle sobre o que, afinal, aconteceu à família.

O ritmo deste livro é lento. É um livro de mistério, de suspense, com capítulos curtos, mas de ritmo lento à medida que vamos sabendo mais, não só, sobre o que levou àquele fatídico dia, mas também sobre as próprias personagens nos dias de hoje e de que forma esse evento moldou toda a gente. Não quero revelar muito mais do que isto, porque posso correr o risco de dizer mais do que devia. Mas o livro fala, sobretudo, do poder destrutivo que as famílias podem ter, dos segredos, dos dramas familiares que se escondem por detrás de cada casa e sobre o quais ninguém sabe. Fala, ainda, de sobrevivência, de resiliência e de crescimento forçado por parte de crianças que se vêem a braços com adultos abusivos e negligentes, incapazes de educar e providenciar as coisas mais básicas às crianças. Neste aspecto, achei que esta é uma história de crescimento, amadurecimento, sobrevivência, de como o que nos fazem na infância continuam a ter efeitos na idade adulta, e de como todos tentam fazer o melhor que se pode dadas as circunstâncias.

Gostei do livro, mas o factor surpresa da resolução do mistério, a certa altura, desaparece porque o fim torna-se previsível. Por isso, não encontrei grandes reviravoltas nem coisas surpreendentes. É um livro que começa numa temperatura média, a lume brando, e assim se mantém até ao fim. É um bom livro, ajudou-me a desligar e a distrair-me do dia-a-dia e era isso que eu estava a precisar. Não é um livro complexo nem difícil de ler e cumpriu a sua função que foi entreter e distrair-me. Os capítulos curtos e os diferentes pontos de vista ajudam a manter o interesse do leitor e a querer pegar no livro assim que tivermos tempo. 

4/6 - Bom

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Detalhes

Editora: Penguin Books
Páginas: 446
Sinopse:
"In a large house in London's fashionable Chelsea, a baby is awake in her cot. Well-fed and cared for, she is happily waiting for someone to pick her up. In the kitchen lie three decomposing corpses. Close to them is a hastily scrawled note. They've been dead for several days. Who has been looking after the baby? And where didi they go?"

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