Pages

  • Home
  • Sobre Mim
Podcast Instagram Youtube

Papéis e Letras

Divagações sobre livros e a minha vida de leitora

    • Home
    • Sobre Mim
    • Opiniões
    • Leituras 2023
    • Índice de Autores
    • Vida de Leitora
    • Leituras Passadas
    Já que hoje é o dia mundial da poesia e este mês o tema do Só Ler Não Basta é autores lusófonos, deixo-vos aqui um poema de uma poetisa portuguesa. Já cá pus Florbela Espanca, Ary dos Santos, Eugénio de Andrade... hoje trago Sophia de Mello Breyner.



    Há cidades acesas na distância,
    Magnéticas e fundas como luas,
    Descampados em flor e negras ruas
    Cheias de exaltação e ressonância.

    Há cidades acesas cujo lume
    Destrói a insegurança dos meus passos,
    E o anjo do real abre os seus braços
    Em nardos que me matam de perfume.

    E eu tenho de partir para saber
    Quem sou, para saber qual é o nome
    Do profundo existir que me consome
    Neste país de névoa e de não ser.

    "Há cidades acesas na distância", em Poesia (1944)
    Continue Reading
    ... Tenho aqui um poema dedicado às mulheres e escrito por uma mulher. Florbela Espanca, a minha poetisa preferida de todo o sempre.


    A Mulher

    Ó Mulher! Como és fraca e como és forte!
    Como sabes ser doce e desgraçada!
    Como sabes fingir quando em teu peito
    A tua alma se estorce amargurada!

    Quantas morrem saudosa duma imagem
    Adorada que amaram doidamente!
    Quantas e quantas almas endoidecem
    Enquanto a boca ri alegremente!

    Quanta paixão e amor às vezes têm
    Sem nunca o confessarem a ninguém
    Doce alma de dor e sofrimento!

    Paixão que faria a felicidade.
    Dum rei; amor de sonho e de saudade,
    Que se esvai e que foge num lamento!
    Continue Reading
    Haverá união mais perfeita entre um dos meus poetas preferidos, John Keats, um dos meus poemas preferidos, Bright Star e lido pelo Tom Hiddleston?? Aqui fica.



    Bright star, would I were stedfast as thou art--
    Not in lone splendour hung aloft the night
    And watching, with eternal lids apart,
    Like nature's patient, sleepless Eremite,
    The moving waters at their priestlike task
    Of pure ablution round earth's human shores,
    Or gazing on the new soft-fallen mask
    Of snow upon the mountains and the moors--
    No--yet still stedfast, still unchangeable,
    Pillow'd upon my fair love's ripening breast,
    To feel for ever its soft fall and swell,
    Awake for ever in a sweet unrest,
    Still, still to hear her tender-taken breath,
    And so live ever--or else swoon to death.
    Continue Reading

    Hoje, dia 21 de Março, comemora-se o Dia Mundial da Poesia. Assim, e tal como fiz o ano passado, ponho-vos aqui um poema de um senhor chamado Ary dos Santos. Assim como quem não quer a coisa... ;)

    Espero que gostem e que se leia e escreva cada vez mais poesia! Mesmo na faculdade, noto que há uma certa "alergia" quando se fala neste género literário...

    Original é o poeta
    que se origina a si mesmo
    que numa sílaba é seta
    noutro pasmo ou cataclismo
    o que se atira ao poema
    como se fosse um abismo
    e faz um filho ás palavras
    na cama do romantismo.
    Original é o poeta
    capaz de escrever um sismo.

    Original é o poeta
    de origem clara e comum
    que sendo de toda a parte
    não é de lugar algum.
    O que gera a própria arte
    na força de ser só um
    por todos a quem a sorte faz
    devorar um jejum.
    Original é o poeta
    que de todos for só um.

    Original é o poeta
    expulso do paraíso
    por saber compreender
    o que é o choro e o riso;
    aquele que desce á rua
    bebe copos quebra nozes
    e ferra em quem tem juízo
    versos brancos e ferozes.
    Original é o poeta
    que é gato de sete vozes.

    Original é o poeta
    que chegar ao despudor
    de escrever todos os dias
    como se fizesse amor.
    Esse que despe a poesia
    como se fosse uma mulher
    e nela emprenha a alegria
    de ser um homem qualquer.
    Continue Reading
    (Iluminura representando Chaucer em The Canterbury Tales)

    Como andei a tarde toda a pesquisar sobe literatura inglesa medieval (muito mais interessante do que estar a ler coisas para uma cadeira chamada Inglês na América), decidi deixar aqui um pouco daquilo que conheço e de que gosto. Embora não tenha lido ainda, já vi vislumbres de uma obra deste senhor, Geoffrey Chaucer, intitulada The Canterbury Tales.

    Escrita por volta do fim do século XIV, esta obra conta-nos várias histórias que circulam dentro do grupo de peregrinos durante uma peregrinação à Catedral da Cantuária, para adoração do Santo Thomas Beckett (antigo Bispo da Cantuária). Através destas histórias, Chaucer traça um retrato da sociedade medieval inglesa, criticando-a e ironizando-a, tendo em especial conta a Igreja Católica. Escrita em verso e em inglês médio, The Canterbury Tales tornaram-se na obra mais importante da literatura inglesa medieval e elevaram Geoffrey Chaucer ao estatuto de pai da literatura inglesa.

    Assim sendo, deixo-vos aqui o Prólogo, em inglês moderno, desta obra. Para os mais curiosos, podem ler e ouvir a versão em inglês médio, bastante bonita e melodiosa, no site Luminarium.

    "When April with his showers sweet with fruit
    The drought of March has pierced unto the root
    And bathed each vein with liquor that has power
    To generate therein and sire the flower;
    When Zephyr also has, with his sweet breath,
    Quickened again, in every holt and heath,
    The tender shoots and buds, and the young sun
    Into the Ram one half his course has run,
    And many little birds make melody
    That sleep through all the night with open eye
    (So Nature pricks them on to ramp and rage)-
    Then do folk long to go on pilgrimage,
    And palmers to go seeking out strange strands,
    To distant shrines well known in sundry lands.
    And specially from every shire's end"
    Continue Reading

    Neste dia em que se comemora poetas e palavras de poetas, ponho aqui as palavras escritas por um dos meus poetas favoritos: Eugénio de Andrade. A escolha é difícil, porque gosto de praticamente todos os seus poemas, mas este é, definitivamente, dos meus preferidos.

    Horas, horas sem fim,
    pesadas, fundas,
    esperarei por ti

    até que todas as coisas sejam mudas.

    Até que uma pedra irrompa

    e floresça.

    Até que um pássaro me saia da garganta

    e no silêncio desapareça.



    Pequenas curiosidades sobre Eugénio de Andrade:
    - Cumpriu o serviço militar com Miguel Torga e Eduardo Lourenço.
    - Foi funcionário público durante 35 anos, exercendo as funções de Inspector Administrativo do Ministério da Saúde.
    - Entre as obras poéticas que publicou estão As Mãos e os Frutos, As Palavras Interditas, Escrita da Terra e Os Lugares do Lume.
    - Também publicou prosa, contando-se obras como Os Afluentes do Silêncio, À Sombra da Memória e histórias infantis como História da Égua Branca e Aquela Nuvem e as Outras.
    Continue Reading
    Older
    Stories

    Sigam-me!

    • Instagram
    • Podcast
    • Youtube
    • Goodreads
    • Pinterest

    Podcast e Youtube!

    • Youtube
    • Podcast

    Desafio Goodreads

    2023 Reading Challenge

    2023 Reading Challenge
    Diana Marques has read 3 books toward her goal of 40 books.
    hide
    3 of 40 (7%)
    view books

    A Ler

    A Sombra do Vento
    A Sombra do Vento
    by Carlos Ruiz Zafón
    Ring Shout
    Ring Shout
    by P. Djèlí Clark

    goodreads.com

    PROJECTOS DE LEITURA

    • Desafio Ler a Rússia
    • Casas em Livros

    Arquivo

    Subscrever

    Mensagens
    Atom
    Mensagens
    Comentários
    Atom
    Comentários
    Em www.bertrand.pt

    Popular Posts

    • Afinal, o que é a literatura gótica?
    • As Velas Ardem Até ao Fim - Opinião
    • Os Corvos de Avalon - Opinião
    Facebook Instagram Pinterest Twitter

    Created with by BeautyTemplates

    Back to top