Touching From a Distance - Opinião

maio 11, 2009


Acabei de ler Touching From a Distance, de Deborah Curtis e, como mencionei, esta é uma biografia sobre Ian Curtis e os Joy Division, sendo que Ian era o vocalista da banda.
Escrito com grande simplicidade e clareza pela viúva de Ian, este livro relata o que foram os seus primeiros anos com ele, enquanto eram ainda adolescentes, o casamento, o nascimento da banda, a sua ascenção, a filha e, eventualmente, o seu suicídio.
É um livro emocionante, na medida em que nos deixa ver um pouco do que era a sua vida por detrás das cortinas de um palco e, talvez, por detrás das letras que compunha, porém Ian era alguém muito mais complexo do que aparentava ser. Alguém obsessivo, de algumas formas possessivo, principalmente quando se tratava da mulher, mas também muito generoso e com grande sentido de humor. Posteriormente, foi-lhe diagnosticado epilepsia e a mistura de medicamentos, que na altura ainda não se sabia o que é que fazia o quê, fez com que ele sofresse de mudanças de humor drásticas e, consequentemente, levando-o a sofrer de depressão.
Entre todos estes pormenores, contudo, não se consegue perceber qual o motivo real que levou Ian a suicidar-se: seria por ter um caso com outra mulher e não se conseguir decidir?, ou os medicamentos que tomava que o tornavam cada vez mais depressivo?, o fascínio pela morte dos seus ídolos antes dos 30 anos? Isso é algo que nunca se irá descobrir.
Confirma, por isso, uma teoria minha, a de que nunca conseguiremos conhecer, realmente e completamente, alguém.
Um livro muito bem escrito, imparcial, sem qualquer tipo de tendência da parte da mulher de assumir algum tipo de protagonismo ou de se assumir maior vítima do que qualquer outra pessoa, e muito honesto e humilde.

O livro conta ainda com fotografias inéditas de Ian Curtis, a discografia completa dos Joy Division, a lista de concertos e das letras que compôs, incluindo algumas que nunca antes tinham sido publicadas.

Deixo-os um trecho do último capítulo do livro:

"The release of Closer brought with it a burst of realization for many of those already close to Ian. His intentions and feelings were all there within the lyrics. While he lived they were equivocal, but with hindsight all was disclosed when it was too late for anything to be done. Such a sensitive composition could not have happened by accident.
For me,
Closer was Ian's valediction and Joy Division's finest work. He calojed us, nurtured us with his promises of success. After showing us what it looked like, he offered us a mere sip before he abandoned us on the precipice."

You Might Also Like

0 comentários