A Papisa Joana - Opinião
outubro 14, 2009Terminada mais uma leitura deixo aqui expressa a minha opinião, desta feita sobre A Papisa Joana de Donna Woolfolk Cross.
O primeiro pensamento que me veio à cabeça quando vi este livro foi: "Houve uma Papisa?!". Esse foi logo o principal motivo para que eu comprasse o livro. Folheadas todas as suas páginas ,a resposta à pergunta continua, mais ou menos, a ser uma incógnita. No final do livro, nas notas da autora, ela relata a sua investigação sobre a Papisa Joana em que encontrou provas de que ela existiu mas também provas que refutam a sua existência. Porém, até perto do século XVII, a sua existência era reconhecida abertamente pela igreja. Polémicas à parte, vamos à história.
A história deste livro é, desde mais, ficção. Claro que relata o modus vivendi da Idade Média, mais precisamente do século IX, com exactidão; a vida monástica praticada nessa altura; os conflitos políticos entre o Império Romano já depois da sua queda e divisão em Ocidente (com a sua capital em Roma) e Oriente (com sua capital em Constantinopla), tudo isto realmente existiu e foi verdade. Porém, como pouco ou nada se sabe da vida real de Joana, a sua história é ficcional.
Começamos a história, então, com o seu nascimento, no seio de uma família já dividida: o seu pai era um cónego da Igreja Católica e a sua mãe uma pagã saxónia convertida ao Cristianismo. Mas mal convertida, digamos assim...
Ao longo da sua infância Joana torna-se ávida de saber: as histórias dos deuses pagãos que a mãe lhe vai contando em segredo; as escrituras dos evangelhos que o irmão mais velho também lhe ensina em segredo e, mais tarde, quando o seu instrutor Asclépios lhe permite aperfeiçoar o seu conhecimento na leitura e escrita dos textos sagrados. Porém, o seu pai era contra tudo isto como, aliás, toda a sociedade na altura era: uma mulher era para estar confinada à casa, a tratar do marido e dos filhos e não para ser instruída seja de que maneira fosse.
Temos então o mote lançado: Joana, acusada de todos os males que acontecem em casa porque aprende às escondidas do pai, não vê outra solução a não ser fugir. A partir daí, a vida de Joana sofre voltas e reviravoltas, umas calculadas pela própria, outras fruto de coincidências e, quiçá, de intervenção divina. É então que Joana decide, para concretizar o seu sonho de saber, disfarçar-se de homem. Joana passa, então, a João Anglicus, para se poder integrar numa sociedade patriarcal e machista que era a sociedade medieval e o sistema religioso. De um simples aprendiz se torna padre no Mosteiro de Fulda e daí a Roma é quase um passo.
O livro mantém um certo suspense quanto ao que acontecerá a seguir na vida já tão atribulada de Joana e, claro, contém também o elemento do romance. Um amor impossível mas que a acompanha durante toda a vida, tendo um desfecho ao mesmo tempo trágico e poético.
Eu adorei este livro. A leitura é bastante fluida, simples, mas requer algum conhecimento do pensamento medieval, principalmente dos rituais e algumas doutrinas religiosas, contudo não é preciso ser nenhum especialista na matéria. Gostei especialmente porque não conhecia de todo a figura de Joana e achei-a uma mulher corajosa, audaciosa, sonhadora, determinada e, principalmente, muito à frente do seu tempo. Se calhar até muito à frente do nosso tempo. Basta saber que nem sequer existem padres mulheres, quanto mais papisas... Para mim esta história fala de batalharmos por aquilo que queremos e não deixar que ninguém nos pise e nos mine esses sonhos e vontades, porque se quisermos mesmo uma coisa e trabalharmos para tal, acabamos por conseguir.
Posso mesmo dizer que, devido ao brilhantismo desta mulher, Joana já se tornou numa das minhas figuras históricas preferidas de sempre!
O primeiro pensamento que me veio à cabeça quando vi este livro foi: "Houve uma Papisa?!". Esse foi logo o principal motivo para que eu comprasse o livro. Folheadas todas as suas páginas ,a resposta à pergunta continua, mais ou menos, a ser uma incógnita. No final do livro, nas notas da autora, ela relata a sua investigação sobre a Papisa Joana em que encontrou provas de que ela existiu mas também provas que refutam a sua existência. Porém, até perto do século XVII, a sua existência era reconhecida abertamente pela igreja. Polémicas à parte, vamos à história.
A história deste livro é, desde mais, ficção. Claro que relata o modus vivendi da Idade Média, mais precisamente do século IX, com exactidão; a vida monástica praticada nessa altura; os conflitos políticos entre o Império Romano já depois da sua queda e divisão em Ocidente (com a sua capital em Roma) e Oriente (com sua capital em Constantinopla), tudo isto realmente existiu e foi verdade. Porém, como pouco ou nada se sabe da vida real de Joana, a sua história é ficcional.
Começamos a história, então, com o seu nascimento, no seio de uma família já dividida: o seu pai era um cónego da Igreja Católica e a sua mãe uma pagã saxónia convertida ao Cristianismo. Mas mal convertida, digamos assim...
Ao longo da sua infância Joana torna-se ávida de saber: as histórias dos deuses pagãos que a mãe lhe vai contando em segredo; as escrituras dos evangelhos que o irmão mais velho também lhe ensina em segredo e, mais tarde, quando o seu instrutor Asclépios lhe permite aperfeiçoar o seu conhecimento na leitura e escrita dos textos sagrados. Porém, o seu pai era contra tudo isto como, aliás, toda a sociedade na altura era: uma mulher era para estar confinada à casa, a tratar do marido e dos filhos e não para ser instruída seja de que maneira fosse.
Temos então o mote lançado: Joana, acusada de todos os males que acontecem em casa porque aprende às escondidas do pai, não vê outra solução a não ser fugir. A partir daí, a vida de Joana sofre voltas e reviravoltas, umas calculadas pela própria, outras fruto de coincidências e, quiçá, de intervenção divina. É então que Joana decide, para concretizar o seu sonho de saber, disfarçar-se de homem. Joana passa, então, a João Anglicus, para se poder integrar numa sociedade patriarcal e machista que era a sociedade medieval e o sistema religioso. De um simples aprendiz se torna padre no Mosteiro de Fulda e daí a Roma é quase um passo.
O livro mantém um certo suspense quanto ao que acontecerá a seguir na vida já tão atribulada de Joana e, claro, contém também o elemento do romance. Um amor impossível mas que a acompanha durante toda a vida, tendo um desfecho ao mesmo tempo trágico e poético.
Eu adorei este livro. A leitura é bastante fluida, simples, mas requer algum conhecimento do pensamento medieval, principalmente dos rituais e algumas doutrinas religiosas, contudo não é preciso ser nenhum especialista na matéria. Gostei especialmente porque não conhecia de todo a figura de Joana e achei-a uma mulher corajosa, audaciosa, sonhadora, determinada e, principalmente, muito à frente do seu tempo. Se calhar até muito à frente do nosso tempo. Basta saber que nem sequer existem padres mulheres, quanto mais papisas... Para mim esta história fala de batalharmos por aquilo que queremos e não deixar que ninguém nos pise e nos mine esses sonhos e vontades, porque se quisermos mesmo uma coisa e trabalharmos para tal, acabamos por conseguir.
Posso mesmo dizer que, devido ao brilhantismo desta mulher, Joana já se tornou numa das minhas figuras históricas preferidas de sempre!
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