Macbeth - Opinião
agosto 26, 2010Título: Macbeth
Autor: William Shakespeare
Editora: Collins Classics
Páginas: 260
Sinopse:
"One of Shakespeare's darkest and most violent tragedies, Macbeth's struggle between his own ambition and his loyalty to the King is dramatically compelling. As those he kills return to haunt him, Macbeth is plagued by the prophecy of three sinister witches and the power hungry desires of his wife."
Opinião:
Antes de entrar tudo, quero dizer que, como estudante, achei esta edição excelente para quem queira estudar esta peça. É uma edição muito completa, com notas, apontamentos sobre o teatro shakespeariano, com explicações, uma espécie de dicionário de termos usados no tempo de Shakespeare... Em suma é uma edição super aconselhada para estudantes.
Agora vamos ao que interessa. Esta é a quarta peça de Shakespeare que leio. Já li Hamlet, King Lear, A Midsummer Night's Dream e, agora, Macbeth.
Esta é considerada por todos a peça mais violenta de Shakespeare. E, depois de a ler, não posso fazer nada se não concordar.
Macbeth é um dos generais do exército do rei escocês, Duncan, e são ambos o oposto um do outro: Duncan é um homem generoso, pacífico, ao passo que Macbeth é violento e cruel.
Depois de uma batalha, Duncan fica alojado no castelo de Macbeth onde ele e a sua mulher planeiam o assassinato do rei. E se ao início Macbeth parece vacilar, Lady Macbeth força-o a manter a intenção inicial, revelando uma faceta verdadeiramente maléfica. Confesso que fiquei impressionada com o início da cena V do Acto I, em que ela apela às forças do mal para a exorcizarem de qualquer vestígio de bondade e fraqueza que ela possa conter. É então que, durante a noite, Macbeth assassina o rei escocês, usurpando-lhe a coroa.
Porém, este acto sanguinário fica marcado na mente do novo rei, perturbando-o e levando-o quase à loucura. Imagens de sangue, de fantasmas, de actos violentos começam a povoar os pensamentos de Macbeth que se torna paranóico e planeia matar aqueles que possam ser um empecilho no seu caminho. Sendo uma tragédia, o final da peça é tudo menos pacífico. A descoberta dos actos de Macbeth é inevitável e o seu destino é a morte, assim como acontece com Lady Macbeth.
Acreditem, fica-se perturbado quando se chega ao fim da peça. É muito pesada, violenta, onde os ambientes são muito obscuros e misteriosos, carregados de suspeitas, de elementos sobrenaturais. Ainda por cima isso sobressaiu mais porque li a peça quase sempre à noite, o que apelava ainda mais à minha imaginação.
Com tudo o que acontece na peça, percebo perfeitamente a superstição dos actores em não pronunciar o nome dela no teatro.
No fim disto tudo sim, gostei da peça. É incrível como Shakespeare conseguia recriar os sentimentos e pensamentos mais obscuros e vis da mente humana e como teve a habilidade de os passar para uma peça de teatro. Parece cliché, mas é, de facto, uma obra de génio por se ter mantido actual através dos tempos, por tratar um tema transversal a todas as culturas, estratos sociais e épocas, pela linguagem poética que imprime à narrativa e por nos deixar agarrados do princípio ao fim, a uma história de ambição sanguinolenta de que só advém coisas terríveis mas que, como moral, no fim o bem sempre triunfa.
6/6 - Excelente
Agora vamos ao que interessa. Esta é a quarta peça de Shakespeare que leio. Já li Hamlet, King Lear, A Midsummer Night's Dream e, agora, Macbeth.
Esta é considerada por todos a peça mais violenta de Shakespeare. E, depois de a ler, não posso fazer nada se não concordar.
Macbeth é um dos generais do exército do rei escocês, Duncan, e são ambos o oposto um do outro: Duncan é um homem generoso, pacífico, ao passo que Macbeth é violento e cruel.
Depois de uma batalha, Duncan fica alojado no castelo de Macbeth onde ele e a sua mulher planeiam o assassinato do rei. E se ao início Macbeth parece vacilar, Lady Macbeth força-o a manter a intenção inicial, revelando uma faceta verdadeiramente maléfica. Confesso que fiquei impressionada com o início da cena V do Acto I, em que ela apela às forças do mal para a exorcizarem de qualquer vestígio de bondade e fraqueza que ela possa conter. É então que, durante a noite, Macbeth assassina o rei escocês, usurpando-lhe a coroa.
Porém, este acto sanguinário fica marcado na mente do novo rei, perturbando-o e levando-o quase à loucura. Imagens de sangue, de fantasmas, de actos violentos começam a povoar os pensamentos de Macbeth que se torna paranóico e planeia matar aqueles que possam ser um empecilho no seu caminho. Sendo uma tragédia, o final da peça é tudo menos pacífico. A descoberta dos actos de Macbeth é inevitável e o seu destino é a morte, assim como acontece com Lady Macbeth.
Acreditem, fica-se perturbado quando se chega ao fim da peça. É muito pesada, violenta, onde os ambientes são muito obscuros e misteriosos, carregados de suspeitas, de elementos sobrenaturais. Ainda por cima isso sobressaiu mais porque li a peça quase sempre à noite, o que apelava ainda mais à minha imaginação.
Com tudo o que acontece na peça, percebo perfeitamente a superstição dos actores em não pronunciar o nome dela no teatro.
No fim disto tudo sim, gostei da peça. É incrível como Shakespeare conseguia recriar os sentimentos e pensamentos mais obscuros e vis da mente humana e como teve a habilidade de os passar para uma peça de teatro. Parece cliché, mas é, de facto, uma obra de génio por se ter mantido actual através dos tempos, por tratar um tema transversal a todas as culturas, estratos sociais e épocas, pela linguagem poética que imprime à narrativa e por nos deixar agarrados do princípio ao fim, a uma história de ambição sanguinolenta de que só advém coisas terríveis mas que, como moral, no fim o bem sempre triunfa.
6/6 - Excelente
3 comentários
Concordo essencialmente com a tua opinião. É mesmo verdade que o se fica perturbado no final da peça!
ResponderEliminarAchei que Shakespeare trabalhou muito bem a personagem de Macbeth pois a sua evolução é completamente realista. Foi aquilo que gostei mais.
Ler, ler só li "Romeu e Julieta", mas em teatro já vi algumas peças de Shakespeare, incluindo "Macbeth", que adorei. Mas de todas as que vi, de companhias de teatro diferentes, a que gostei mesmo por de mais foi "Hamlet", encenada pelo actor André Gago.
ResponderEliminarInfelizmente, nunca vi nenhuma peça de Shakespeare no teatro... Mas de todas as que li até agora, a minha preferida é Hamlet.
ResponderEliminarSe houver alguma encenação próxima de uma destas peças, vou tentar ir ver :)