Os Leões de Al-Rassan - Opinião
agosto 04, 2010Título: Os Leões de Al-Rassan
Autor: Guy Gavriel Kay
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 546
Sinopse:
"Inspirado na História da Península Ibérica, Os Leões de Al-Rassan é uma épica e comovente história sobre amor, lealdades divididas e aquilo que acontece aos homens e mulheres quando crenças apaixonadas conspiram para refazer – ou destruir – o mundo. Lar de três culturas muito diferentes, Al-Rassan é uma terra de beleza sedutora e história violenta. A paz entre Jaddites, Asharites e Kindath é precária e frágil, mas é precisamente a sombra que separa os povos que acaba por unir três personagens extraordinárias: o orgulhoso Ammar ibn Khairan – poeta, diplomata e soldado, o corajoso Rodrigo Belmonte – famoso líder militar, e a bela e sensual Jehane bet Ishak – física brilhante. Três figuras cuja vida se irá cruzar devido a uma série de eventos marcantes que levam Al-Rassan ao limiar da guerra."
Opinião:
Se não fossem as várias opiniões que fui lendo em blogs e fóruns, este livro tinha-me passado completamente ao lado. Porém, no natal (vejam só ao tempo que eu o tinha aqui para ler!) acabei por comprá-lo porque até estava com 40% de desconto no site da editora Saída de Emergência. Assim, depois de me ter custado um pouco a ler por causa deste calor todo, que me dá um sono terrível, lá o terminei.
A história de Os Leões de Al-Rassan baseia-se na história da Península Ibérica aquando da ocupação islâmica e, posteriormente, na fase inicial da Reconquista. Temos presentes vários espaços distintos: Esperaña, situado no norte da Península, divida por três reinos (Ruenda, Valledo e Jaloña); Al-Rassan, que ocupa o resto do território peninsular, sendo a sua capital Cartada; e ainda o deserto do Majriti onde vivem as tribos Muwardis, responsáveis pela ocupação de Al-Rassan.
Para além disso, as três crenças que existem e dividem as personagens, dividem também os territórios: os jaditas, adoradores do Sol (que vivem em Esperaña, baseado nos cristãos), os asharitas, adoradores das estrelas (que vivem em Al-Rassan, baseado nos muçulmanos) e os kindates, adoradores das duas luas (que habitam um pouco por todo o território de Al-Rassan, baseado nos judeus).
Ao início, confesso, que me perdia um pouco com o número de personagens, com o fixar a que reino pertenciam, de que religião eram, lembrar-me dos territórios e dos seus reis, das relações entre cada personagem, etc. Mas, com a lista disto tudo no início do livro, foi mais fácil ir-me lembrando desses detalhes à medida que a história avançava.
Apesar de haver várias personagens importantes, há três que se destacam, e cada um é de uma crença diferente: Jehane (kindate), Ammar ibn Khairan (asharita) e Rodrigo Belmonte (jadita). Todos eles são personagens muito interessantes, descritas até ao âmago, desde a sua aparência física até aos seus pensamentos e sentimentos mais profundos e íntimos. Neste aspecto, deliciei-me ao conhecer estas personagens com carácter e personalidades muito fortes. Jehane é médica; Ammar é um poeta, assassino, mercenário; e Rodrigo é um soldado e proprietário de um rancho em Valledo, também conhecido como o Flagelo de Al-Rassan.
Assim, tudo parece despoletado por um acontecimento na cidade de Fezana, em Al-Rassan, que faz com que todas estas personagens iniciem uma viagem que as vai juntar a todas na cidade de Ragosa. Durante esta viagem somos levados à narrativa de outras personagens, em outros reinos, e somos confrontados com descrições belíssimas dos locais, dos palácios, jardins, da atmosfera envolvente fazendo com que tudo pareça algo mágico e misterioso.
As descrições são, de facto, o ponto forte deste livro. Guy Gavriel Kay é um mestre no que toca à caracterização que marca o tom da narrativa. Damos por nós a vaguear por baixo dos arcos dos palácios, a passear nos jardins dos mesmos, a deambularmos na noite de Carnaval em Ragosa que é fantástica e nos momentos que põe as personagens à prova para a consequente batalha. Gostei bastante do facto do narrador não desvendar tudo na primeira oportunidade. Por vezes prolongava-se para manter o suspense, levando-nos a ficar agarrados a cada página. Aliás, este suspense é prolongado até às últimas páginas em que o narrador parece levar-nos por um caminho e, quando damos por isso, as respostas às nossas perguntas surgem noutro.
Para mim, este livro só tem um ponto fraco: achei que devia ter um pouco mais de acção. Por vezes passam-se bastantes páginas antes que aconteça algo, de facto, e o ritmo narrativo pode tornar-se um pouco lento. Mas nunca enfadonho.
O final do livro é soberbo fazendo com que, mesmo depois de lermos a última página, todo aquele mundo, as personagens e a história vivida por elas, continue connosco e nos faça pensar. Se ainda não o leram, façam-no. Vale muito a pena!
5/6 - Muito Bom
Opinião:
Se não fossem as várias opiniões que fui lendo em blogs e fóruns, este livro tinha-me passado completamente ao lado. Porém, no natal (vejam só ao tempo que eu o tinha aqui para ler!) acabei por comprá-lo porque até estava com 40% de desconto no site da editora Saída de Emergência. Assim, depois de me ter custado um pouco a ler por causa deste calor todo, que me dá um sono terrível, lá o terminei.
A história de Os Leões de Al-Rassan baseia-se na história da Península Ibérica aquando da ocupação islâmica e, posteriormente, na fase inicial da Reconquista. Temos presentes vários espaços distintos: Esperaña, situado no norte da Península, divida por três reinos (Ruenda, Valledo e Jaloña); Al-Rassan, que ocupa o resto do território peninsular, sendo a sua capital Cartada; e ainda o deserto do Majriti onde vivem as tribos Muwardis, responsáveis pela ocupação de Al-Rassan.
Para além disso, as três crenças que existem e dividem as personagens, dividem também os territórios: os jaditas, adoradores do Sol (que vivem em Esperaña, baseado nos cristãos), os asharitas, adoradores das estrelas (que vivem em Al-Rassan, baseado nos muçulmanos) e os kindates, adoradores das duas luas (que habitam um pouco por todo o território de Al-Rassan, baseado nos judeus).
Ao início, confesso, que me perdia um pouco com o número de personagens, com o fixar a que reino pertenciam, de que religião eram, lembrar-me dos territórios e dos seus reis, das relações entre cada personagem, etc. Mas, com a lista disto tudo no início do livro, foi mais fácil ir-me lembrando desses detalhes à medida que a história avançava.
Apesar de haver várias personagens importantes, há três que se destacam, e cada um é de uma crença diferente: Jehane (kindate), Ammar ibn Khairan (asharita) e Rodrigo Belmonte (jadita). Todos eles são personagens muito interessantes, descritas até ao âmago, desde a sua aparência física até aos seus pensamentos e sentimentos mais profundos e íntimos. Neste aspecto, deliciei-me ao conhecer estas personagens com carácter e personalidades muito fortes. Jehane é médica; Ammar é um poeta, assassino, mercenário; e Rodrigo é um soldado e proprietário de um rancho em Valledo, também conhecido como o Flagelo de Al-Rassan.
Assim, tudo parece despoletado por um acontecimento na cidade de Fezana, em Al-Rassan, que faz com que todas estas personagens iniciem uma viagem que as vai juntar a todas na cidade de Ragosa. Durante esta viagem somos levados à narrativa de outras personagens, em outros reinos, e somos confrontados com descrições belíssimas dos locais, dos palácios, jardins, da atmosfera envolvente fazendo com que tudo pareça algo mágico e misterioso.
As descrições são, de facto, o ponto forte deste livro. Guy Gavriel Kay é um mestre no que toca à caracterização que marca o tom da narrativa. Damos por nós a vaguear por baixo dos arcos dos palácios, a passear nos jardins dos mesmos, a deambularmos na noite de Carnaval em Ragosa que é fantástica e nos momentos que põe as personagens à prova para a consequente batalha. Gostei bastante do facto do narrador não desvendar tudo na primeira oportunidade. Por vezes prolongava-se para manter o suspense, levando-nos a ficar agarrados a cada página. Aliás, este suspense é prolongado até às últimas páginas em que o narrador parece levar-nos por um caminho e, quando damos por isso, as respostas às nossas perguntas surgem noutro.
Para mim, este livro só tem um ponto fraco: achei que devia ter um pouco mais de acção. Por vezes passam-se bastantes páginas antes que aconteça algo, de facto, e o ritmo narrativo pode tornar-se um pouco lento. Mas nunca enfadonho.
O final do livro é soberbo fazendo com que, mesmo depois de lermos a última página, todo aquele mundo, as personagens e a história vivida por elas, continue connosco e nos faça pensar. Se ainda não o leram, façam-no. Vale muito a pena!
5/6 - Muito Bom
2 comentários
Gostei do que aqui li. ;) Sem dúvida um livro a considerar.
ResponderEliminarE olha que ele ainda está com 40% de desconto no site da Saída de Emergência... ;)
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