A Lei do Amor - Opinião

dezembro 18, 2010

Título: A Lei do Amor
Autor: Laura Esquivel
Editora: ASA
Páginas: 296
Sinopse:
"Depois do enorme êxito mundial de Como Água para Chocolate, Laura Esquivel dá-nos agora, com A Lei do Amor, uma nova e inesperada faceta da sua transbordante imaginação criadora.
A Lei do Amor fala-nos, evidentemente, da paixão amorosa, entendida como uma força arrebaadora que sempre acaba por se impor, contra todos os obstáculos, se formos capazes de cumprir os ditames da sua lei.
Uma fábula futurista, sensual e impertinente, onde ressoam Shakespeare e Almodóvar, que nos passeia pelo tempo e pelo espaço, no passado e no presente, entre o ódio e o amor, à descoberta da mais secreta e da mais conhecida de todas as leis universais."

Opinião:

Comecei a ler este livro por indicação de uma amiga minha. A meio de uma conversa banal, fomos parar ao tema das almas gémeas, do karma, e ela sugeriu-me que lesse este livro que tinha tudo a ver. E assim foi.

Este foi o primeiro livro que li da Laura Esquível. Já ouvi falar bastante no Como Água para Chocolate, mas este não conhecia. Na minha opinião, este é um romance bastante peculiar que, apesar de falar de amor, não tem nada de tradicional.
A história começa com a conquista do México pelos espanhóis. Rodrigo é um desses conquistadores que se apaixona por uma nativa, Citlali. Contudo, a paixão não é correspondida e Citlali odeia-o na mesma medida que Rodrigo a ama. Tal coisa não pode dar bom resultado e, por outras circunstâncias, Rodrigo acaba por matar Citlali e este, não conseguindo viver sem ela, mata-se também.

Posto isto, passamos para o ano 2200 em que ambos se voltam a encontrar para se entenderem. Este encontro só faz sentido porque mexe com os conceitos de alma gémea, karma, reencarnação. Como duas almas que deixaram coisas por resolver, encontram-se sempre em vidas posteriores para emendar os seus erros até se amarem e não terem mais nada para resolver.

Somos levados a uma paisagem futurista, onde há teletransporte, onde há mecanismos para ouvirmos a fala das plantas, onde, em vez de repartições de finanças, existe o Controlo Universal de Vidas Anteriores, onde praticamente todos sabem o que foram em vidas passadas e o que têm para resolver na vida presente. Este lado é bastante divertido porque há personagens que foram grandes futebolistas, assassinos, ou até Madre Teresa de Calcutá. Temos também Anjos da Guarda e Demónios e cada um puxa para seu lado: uns querem que o Universo seja cada vez mais harmonioso, os outros querem o caos.

Para além disso, há a questão das ilustrações e da música. Este livro vem acompanhado com um cd com várias músicas: árias e música popular mexicana. Cada uma serve uma parte do livro, e marcam o tom das passagens que lhe seguem. As ilustrações correspondem às àrias, aumentando a intensidade dos momentos dramáticos, revelando imagens de vidas passadas.

Quando me falaram deste livro, e com o entusiasmo de que me falaram, ia com grandes expectativas, porque tenho muita curiosidade quanto a vidas kármicas e assuntos desse tipo. Mas, não sei porquê, soube-me a pouco. O livro está bem escrito, a autora tem uma imaginação imensa ao combinar todos estes elementos, mas pareceu-me que faltou alguma coisa. Não sei se foi por ter lido num momento em que ando numa correria constante para entregar os trabalhos todos a tempo, mas não gostei tanto como achava que ia gostar.
É um bom livro, com os seus momentos cómicos e divertidos, com os seus momentos mais dramáticos e sérios, mas soube-me a pouco. Aborda um tema muito interessante que me deixou a pensar na questão do karma, se realmente reencarnamos sucessivamente até termos tudo resolvido com outras pessoas. Gostei do livro, mas julguei que fosse mais.

3/6 - Bom, com reservas

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