O Clube Mefisto - Opinião

dezembro 01, 2011

Título: O Clube Mefisto
Autor: Tess Gerritsen
Editora: Círculo de Leitores
Páginas: 320
Sinopse:

"A Palavra 'PECAVVI' é rabiscada a sangue no local onde uma jovem é brutalmente assassinada: 'Pequei'. É uma sinistra mensagem de Natal para a médica-legista Maura Isles e para a detective Jane Rizzoli que, depressa, ligam a vítima à psiquiatra Joyce O'Donnell, a némesis de Jane e membro de uma sociedade secreta: o Clube Mefisto.
No elegante bairro de Beacon Hill, os acólitos do clube dedicam-se à análise do Mal: pode ser explicado pela ciência? Tem uma presença física? Os demónios deambulam pela Terra? Com a sinistra aparição do cadáver à sua porta, começam a recear o próprio objecto de estudo. Teriam eles invocado uma entidade demoníaca das Trevas?"

Opinião:

Só depois de começar a ler é que percebi que este livro faz parte de uma série que tem como protagonistas a médica Maura Isles e a detective Jane Rizzoli, sendo o 6º da dita série. E depois disso, ainda vim a descobrir que há uma série de televisão, que até passa na FoxLife, chamada Rizzoli and Isles, precisamente.

Então temos esta dupla de senhoras a tentarem desvendar vários crimes que parecem estar todos relacionados uns com os outros, e uma não podia ser mais diferente da outra. Maura Isles é uma mulher reservada, com um passado marcado por algumas tragédias familiares, que vive um amor impossível e que se tortura por causa disso. Achei-a um bocado sem sal. Sempre a lamentar-se, muito na onda do "coitada de mim que gosto tanto dele, mas não podemos ficar juntos, mas ele devia largar tudo por mim, e estou aqui a sofrer tão sozinha..." Pois, está bem. Anda ali um bocado aos empurrões entre a investigação dos crimes e a vida pessoal que é solitária. Por outro lado temos a detective Rizzoli que é um bocado rude. É casada, tem uma filha, uma vida estável mas que, em determinadas situações parece uma brutamontes. O que mais me irritou nela foi a falta de perspectiva, a dificuldade de aceitar tudo o que fosse diferente das suas crenças e ainda gozar com elas, mesmo que essas crenças ajudassem à compreensão dos motivos dos crimes.

Temos, portanto, aqui duas dinâmicas diferentes: Isles mais reservada, solitária, que tenta trazer alguma luz aos crimes através da observação do corpo das vítimas; e Rizzoli, uma detective feroz, com a mente algo fechada e que procura desvendar os crimes com as provas que possui. Confesso que as personagens não me cativaram por aí além. Mas, como este é o 6º livro, provavelmente já muito foi dito e explorado em relação a elas e, por isso, já não havia muito mais a dizer. Houve coisas que aconteceram nos primeiros livros, de certeza, e ao ler o 6º perco muitos desses pormenores e, por isso, não há grande construção das personagens.

Quanto à narrativa propriamente dita, está bem construída mas também não achei nada de excepcional. Eu gosto de policiais e este ainda metia rituais obscuros ao barulho, tanto melhor! Mas o facto é que não me puxou assim tanto. Está tudo bem construído, o desfecho não é assim tão previsível mas, a sensivelmente 100 páginas já se consegue adivinhar mais ou menos para onde é que aquilo caminha e estraga a surpresa toda. Assim sendo, pensei que o tom deste policial fosse mais obscuro, que houvesse cenas de verdadeiro suspense, de mistério. O que houve foram doses pequenas de todos, mas nada chegou a ser verdadeiramente de cortar a respiração ou surpreendente. É um policial relativamente bom no sentido que está bem construído e, quanto às personagens, é o que digo: teria que ler os livros para trás para perceber de que é que são feitas aquelas duas mulheres.

3/6 - Bom, com reservas

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