The Hangman's Daughter - Opinião

janeiro 31, 2014

Título: The Hangman's Daughter (The Hangman's Daughter #1)
Autor: Oliver Pötzsch
Lido no Kobo
Sinopse (do Goodreads):
"Germany, 1660: When a dying boy is pulled from the river with a mark crudely tattooed on his shoulder, hangman Jakob Kuisl is called upon to investigate whether witchcraft is at play. So begins The Hangman's Daughter -the chillingly detailed, fast-paced historical thriller from German television screenwriter, Oliver Pötzsch - a descendent of the Kuisls, a famous Bavarian executioner clan."

Opinião:

Depois de ter lido algumas páginas de outros livros, pensei que estava perante outro reading slump. Mas depois peguei neste livro e as coisas mudaram e parece que lá atinei com a coisa.

A sinopse é bastante clara. Este livro foca-se numa personagem bastante peculiar: um carrasco que se vê no meio de um mistério que associa, imediatamente, uma mulher ao crime de bruxaria. Há um rapaz que aparece morto, com uma marca nas costas mas não é o único, uma vez que depois dele acontece o mesmo a outros. Porém, ali a sinopse é um pouco enganadora. Jakob Kuisl, o carrasco da cidade não é chamado a investigar coisíssima nenhuma. Todos presumem, logo de início, que o rapaz foi vítima de bruxaria (por causa da dita marca nas costas) e acusam logo uma mulher que é uma das parteiras da cidade. O que acontece é que Jakob não acredita na culpa da mulher e decide investigar por conta própria, com a ajuda de outros.

A primeira coisa de que gostei neste livro foi o facto de se centrar numa figura pouco habitual: um carrasco. Apesar da sua profissão, da qual ele não gosta, apesar de Jakob ser aquele que leva a cabo as torturas e execuções, ele é também um homem bom, generoso, inteligente e sábio que, desde logo, acredita na inocência da mulher "bruxa".

Posto isto, posso dizer que gostei do livro, apesar de não o achar nada de espectacular. Gostei do foco no carrasco, que é uma personagem fácil de se gostar e de todos os pormenores da época. Nota-se que o autor fez uma pesquisa considerável no que toca a pormenores históricos, porque tomamos conhecimentos da vivência diária daquela população, das suas crenças e superstições, do modo de pensar, da própria disposição física da cidade, do funcionamento da justiça, de pormenores no que toca ao modo como eram feitos os interrogatórios e as torturas, etc.

Também gostei do mistério principal, embora a sua resolução acabasse por saber a pouco. Julguei que houvesse algo maior por detrás desse mistério que leva à crença de práticas de bruxaria na cidade. Até porque às tantas o livro perde ritmo e arrasta-se um pouco quanto ao desenvolvimento da narrativa, e repete alguns raciocínios, algumas reflexões que acabam por tornar algumas partes monótonas. Este livro é suposto ser um thriller, mas o ritmo acelerado que os caracteriza não se encontra aqui. É mais um livro de mistério enquadrado num certo tempo histórico e nesse aspecto o livro é bom.

Uma coisa de que não gostei e que não fez sentido foi a introdução de expressões actuais num livro cuja narrativa se passa no século XVII. Não sei se a culpa é da tradução ou se isso acontece também na versão original, mas vou dar alguns exemplos. Ora em plena Bavaria, na Alemanha, meados do século XVII, temos palavras como: "doughnut", "kids", "screw around", "fishy", "lover boy" e coisas que tais. Ora... isto não encaixa muito bem aqui.

Outra coisa que não se percebe é o título que, traduzido, seria qualquer coisa como "A Filha do Carrasco". Ora quem vai ler, como eu, pensa que a dita filha é a personagem principal ou alguma coisa se centra na sua personagem. Não. Ela aparece, de facto, chama-se Magdalena, mas é somente uma personagem secundária que não tem grande relevância na história. Não percebo o porquê da escolha do título, mas enfim...

Conclusão: é um bom livro de mistério que vale pela personagem principal, Jakob Kuisl e pelos pormenores históricos, principalmente os que estão ligados às crenças e superstições sobre bruxaria naquela altura e sobre o quão a falta de conhecimento alimenta essas mesmas superstições.

4/6 - Bom

(Esta leitura conta para o desafio TBR Pile Reading Challenge)

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