Year of Wonders - Opinião

agosto 30, 2014

Título: Year of Wonders
Autor: Geraldine Brooks
Lido no Kobo
Sinopse (do Goodreads):
"When an infected bolt of cloth carries plague from London to an isolated village, a housemaid named Anna Frith emerges as an unlikely heroine and healer. Through Anna's eyes we follow the story of the fateful year of 1666, as she and her fellow villagers confront the spread of disease and superstition. As death reaches into every household and villagers turn from prayers to murderous witch-hunting, Anna must find the strength to confront the disintegration of her community and the lure of illicit love. As she struggles to survive and grow, a year of catastrophe becomes instead annus mirabilis, a "year of wonders."

Inspired by the true story of Eyam, a village in the rugged hill country of England, Year of Wonders is a richly detailed evocation of a singular moment in history."

Opinião:

Este era um daqueles livros que tinha bastante curiosidade em ler, uma vez que tem como foco uma vila que foi afectada por um surto de Peste Negra entre 1665 e 1666. Além disso, a vila e as personagens principais aqui descritas existiram, de facto, e a história baseia-se naquilo que aconteceu em Eyam, no norte de Inglaterra e nos sacrifícios que os habitantes cometeram para impedir que a doença se espalhasse para outros locais.

Como diz a sinopse, a protagonista é Anna Frith, que vive nessa vila e que se torna numa das pessoas mais importantes durante esse surto, pela ajuda que presta àqueles que são afectados pela doença. O ritmo da narrativa é lento, mas não no sentido em que as coisas demoram a acontecer. Este não é um livro com acção, com guerras, com intrigas e emoções avassaladoras. Esta história é um retrato daquela vila e das pessoas que nela habitam, do seu dia-a-dia, das suas formas de subsistência e das relações entre todos. É uma história que se desenrola ao ritmo das estações tão bem descritas - a luz característica de cada uma, as mudanças da passagem de uma estação para a outra, os cheiros, as mudanças de rotinas, as cores dos campos, a chegada do frio ou do calor. 

E é neste ritmo que vamos vendo as coisas acontecerem: a primeira morte devido à Peste Negra e as mortes que se vão seguindo, durante muitos meses, as duras escolhas em prol do próximo, os sacrifícios, as perdas de pais, filhos, amigos, famílias inteiras que desaparecem. Esta comunidade protestante que se vai desintegrando e enlouquecendo, virando-se para superstições de bruxaria e de mézinhas como forma de assimilar aquilo que lhes está a acontecer, questionando a sua fé, fruto de tanta morte e sofrimento. Por isso, vamos assistindo ao desenrolar dos acontecimentos e às suas consequências de forma gradual, sem grandes sobressaltos.

Eu gostei do livro, mas pensei que fosse algo maior, com mais impacto. Não se enganem, há descrições bastante vívidas em relação à Peste: as características físicas, o progresso da doença, o sofrimento daqueles que passam por ela e daqueles que assistem e nada podem fazer. Há ainda as descrições do ambiente do interior de Inglaterra que é belíssimo, retratando a fauna e a flora do local, os sons, os cheiros, as cores, que nos transportam para aquele local. Porém, nada me deixou arrebatada. Foi assim um livro morno. Agradável, interessante, mas morno, que não me suscitou nada de especial em termos emocionais. É um livro bem escrito, penso que retrata bem aquela época e aquelas pessoas, especialmente numa altura tão difícil e de tanto sofrimento como aquela. Porém, não consequi ligar-me a nenhuma personagem e nada suscitou grandes emoções em mim. Ainda assim, reconheço-lhe o mérito pelo tema que aborda e pela escrita da autora que espelha muito bem o que poderá ter sido viver numa vila destas, a braços com uma doença tão violenta, e pela coragem desta comunidade em auto-sacrificar-se pelo bem do próximo.

4/6 - Bom

(Esta leitura conta para o desafio TBR Pile Reading Challenge)

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