Carrie - Opinião

maio 05, 2013


Título: Carrie
Autor: Stephen King
Lido no Kobo
Sinopse (do Goodreads):
"A modern classic, Carrie introduced a distinctive new voice in American fiction -- Stephen King. The story of misunderstood high school girl Carrie White, her extraordinary telekinetic powers, and her violent rampage of revenge, remains one of the most barrier-breaking and shocking novels of all time.

Make a date with terror and live the nightmare that is...Carrie."

Opinião:

Este foi o primeiro livro do Stephen King que li, espicaçada pelo trailer que a Telma mostrou no episódio das Leituras do mês de Abril, da nova adaptação para o cinema de Carrie.

Carrie conta a história de uma rapariga, Carrie, que sofre vários abusos: é gozada por todos na escola e é vítima de um fanatismo religioso em casa, por parte da sua mãe. Na escola, Carrie não tem amigos, todos a vêem como estranha, todos gozam com ela e a história começa com um evento particularmente traumatizante na vida dela: o aparecimento da sua primeira menstruação e a consequente ridicularização por parte das colegas de turma. A partir daqui, o sangue aparece como um símbolo recorrente em toda a história e vida de Carrie. Em casa, a mãe é uma fanática religiosa, que acha que ter seios é um pecado, ser menstruada é pecado, ser mulher é pecado... Tudo, no fundo, é pecado e Carrie vê-se obrigada a passar horas a rezar, contra a sua vontade, num compartimento minúsculo, escuro, e com uma imagem de Cristo crucificado. Toda a casa, aliás, está cheia de imagens de várias passagens bíblicas em que Deus aparece como figura castigadora. Carrie tem, ainda, o dom da telecinese, ou seja, consegue mover objectos através da força da mente. Este é o mote do livro, e a história do que aconteceu a Carrie na noite do Baile de Finalistas do Liceu é-nos contado através de relatórios policiais, inquéritos, livros que foram escritos sobre o assunto e, também, por um narrador omnisciente, que nos dá um retrato em primeira mão de toda a vida de Carrie e dos eventos daquela noite.

Acontece tanta coisa a Carrie, a carga emocional e psicológica é tanta, que adivinhamos, de antemão, que algo em grande e trágico estará para acontecer. Carrie é levada ao limite quando a única coisa que sempre quis foi integrar-se, ter amigos, partilhar a pessoa que era com outros. Ter uma mãe fanática também não ajudou à formação da sua personalidade. Introvertida, com um constante medo de tudo, medo esse imposto pela mãe através da educação pautada sempre pela presença de um Deus ameaçador e castigador, caso Carrie não faça aquilo que a mãe lhe diz. 

Eu gostei bastante deste livro. É uma leitura trágica e triste e Stephen King foca alguns pontos bastante importantes e pertinentes neste livro: as transformações físicas e psicológicas por que as mulheres passam a partir do momento em que têm a primeira menstruação, o bullying, os tempos difícieis que são os anos do liceu, o fanatismo religioso, e a abordagem a um fenómeno cuja existência não reúne consenso, o da telecinese. Gostei da história de Carrie, principalmente porque quando gozamos com alguma coisa ou alguém, nunca sabemos até que ponto é que estamos a tocar num ponto sensível sem sabermos. De certo que já passámos todos por situações semelhantes e como algum comentário, aparentemente inocente, nos magoou tanto.

Gostei deste livro pela história da Carrie, pelos temas que Stephen King aborda, pela sua escrita que é tão crua e pela componente de horror, mais para o fim do livro. Porém, este é um horror provocado pela maldade das pessoas em relação a Carrie. É um livro trágico e triste, como já disse, mas que vai tocar em pontos sensíveis. E foi disso que gostei. Carrie fica-nos na cabeça.

5/6 - Muito Bom

(Esta leitura conta para o desafio Monthly Keyword Challenge)

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3 comentários

  1. A tua opinião despertou-me uma grande curiosidade. Nunca li nada deste mestre do terror, mas confesso que já ando para ler algo dele há 1 ou 2 anitos. Talvez uma leitura deste tipo esteja para breve! :D

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  2. Ainda bem que gostaste da minha sugestão! :)

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  3. Gostei, sim senhora :) Agora fiquei com vontade de ler mais livros do senhor.

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