Good Omens - Opinião

dezembro 29, 2019

Título: Good Omens
Autor: Neil Gaiman e Terry Pratchett
Editora: Corgi
Páginas: 402
Sinopse:
"People have been predicting the end of the world almost from its very beginning, so it's only natural to be sceptical when a new date is set for Judgement Day. But what if, for once, the predictions are right, and the apocalypse really is due to arrive next Saturday, just after tea? You could spend the time left drowning your sorrows, giving away all your possessions in preparation for the rapture, or laughing it off as (hopefully) just another hoax.

Or you could just try to do something about it."

Opinião:

E eis a última leitura do ano! E que leitura mais apropriada, afinal este livro fala-nos do fim dos tempos, da vinda do anti-cristo e do fim das coisas como nós as conhecemos. Só com um pequeno senão: é que este é o livro mais nonsense, mais irónico e bem-humorado sobre o tema que eu já li.

Temos aqui várias personagens importantes, mas destaco três que foram as minhas favoritas pela sua construção, pelos diálogos, pela presença e importância que têm na narrativa: Aziraphale, Crowley e Anathema Device - um anjo, um demónio e uma bruxa com linhagem, respectivamente. Posto isto, o mote principal do livro é que o anti-cristo nasceu e está na Terra, os cavaleiros do apocalipse já se reuniram e o fim do mundo tem o seu epicentro na pequena vila de Lower Tadfield, em Inglaterra. A partir daqui temos várias peripécias que vão propiciar os vários acontecimentos do livro, com mais ou menos lógica, com mais ou menos humor, mas, acima de tudo, com uma grande capacidade satírica. Temos discussões sobre o Bem e o Mal, principalmente através de Airaphale e Crowley, como seria de esperar e, para mim, as interacções entre ambos foram as mais deliciosas deste livro. Apesar de se conhecerem há bastante tempo e "trabalharem" para lados opostos, ambos acabam por revelar um laço muito forte de amizade e, quiçá, de união de esforços para um fim comum: o apocalipse.

Pratchett e Gaiman tiram, ainda, ilações sobre a vida e a natureza humana, sempre carregadas de humor, de sátira, de elementos inesperados, mas que nunca se tornam mirabolantes ou rebuscados. Para mim, este livro foi uma espécie de montanha-russa de humor, ironia e sátira muito bem feitas sobre as nossas pré-concepções em relação ao fim do mundo, sobre estereótipos britânicos, e são estes os pontos fortes da obra, juntamente com as personagens acima mencionadas. Só tenho uma achega a fazer: há enredos que podiam ser dispensáveis e personagens que não fazem falta para o desenlace da narrativa e isso podia ter tornado o livro ainda mais prazeroso, porque era menos "palha". De facto, houve momentos em que estava a ler uma passagem ou outra a pensar que aquilo ia ser desenvolvido, ou que ia ter importância mais à frente, mas depois não deu em nada. 

Não posso deixar de aconselhar esta leitura a todos os amantes de fantasia, mas também aos que gostam deste tipo de leituras: temas sérios, já com os seus clichés e pré-conceitos, com um twist de humor, ironia, de mundo às avessas em que as nossas expectativas são construídas para esperarmos o inesperado. Gostei muito e considero que acabei este ano da melhor forma.

5/6 - Muito Bom

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