The Picture of Dorian Gray - Opinião
janeiro 12, 2010
Título: The Picture of Dorian Gray
Autor: Oscar Wilde
Editora: Penguin Books
Páginas: 256
Sinopse:
"When the exquisitely handsome Dorian Gray sees his portrait he dreams of remaining young forever while his painted image grows old and, in a sudden moment, he offers his soul in return for perpetual youth. While his beauty remains unblemished, the portrait begins to reflect the wildness and degradation of his soul as he surrenders to a worship of pleasure and infinite passion.
The Picture of Dorian Gray caused outrage when it was first published in 1890 and marked the onset of Oscar Wilde's own fatal reputation and eventual downfall. An evocative portrayal of London life and a powerful blast against the hypocrisies of Victorian polite society it has become one of Oscar Wilde's most celebrated works, full of the flamboyant wit for which he is justly renowned."
Opinião:
Já andava há bastante tempo para ler este livro e, finalmente, consegui fazê-lo e adorei cada passo desta história.
Temos três personagens principais: Dorian Gray, um jovem na flor da idade, extremamente belo, alvo de largos elogios de todos os que o conhecem, mas ainda possuidor de alguma inocência; Basil Hallward, seu amigo, pintor do retrato de Gray que deposita neste o motivo da existência do seu talento enquanto artista; e Lord Henry que é amigo de Basil, um homem culto, com as suas ideias muito marcadas e que vai ter um profundo impacto na vida de Dorian Gray.
Como pano de fundo temos a sociedade vitoriana de finais de século XIX em que todas as personagens se encaixam e que é duramente criticada por Oscar Wilde durante as reuniões, os jantares, os encontros entre os membros da alta sociedade.
Nesta obra podemos ver enfatizados os valores do esteticismo preconizado por Wilde, nomeadamente no que toca à arte: esta vale por si só, é independente de tudo o resto sejam valores morais, políticos, ou outros. De facto ele no prefácio diz "All art is quite useless", ou seja, ela não tem nenhum valor utilitário, ela serve somente para ser admirada. Assim, esta questão da arte e da admiração do que é belo é amplamente discutida nesta obra.
Outro aspecto a que é dado valor é o hedonismo em que vive Lord Henry e, posteriormente por sua influência, Dorian Gray. Apreciadores dos prazeres da vida, sejam visuais ou sensoriais, seja uma mulher, uma pintura, a paisagem do campo, um bom vinho ou uma peça de teatro. Nesta medida, a felicidade só é atingida pela apreciação do que é belo e desfrutando dos prazeres que nos são proporcionados.
Tendo isto em mente, vemos uma sociedade demasiado preocupada com aspectos exteriores, com a beleza, com a ostentação de riqueza que seriam indicadores de alguém com gosto, respeitável e com mérito social. Desprezam-se as relações românticas, e preza-se a futilidade. Assim, Dorian Gray que outrora era inocente e ingénuo, acaba por ser corrompido por estes ideais que Lord Henry incute nele. Aliás, o objectivo de Henry é mesmo tornar-se a pessoa mais influente e marcante da vida de Gray. E, certamente, consegue-o.
Dorian Gray acaba, então, por se auto-admirar, tendo-se na mais alta estima e deseja que, em vez dele, fosse a pintura que envelhecesse. Ele acha então que pode fazer tudo o que quiser, porque tudo lhe é permitido, devido à sua beleza. Ele encanta mulheres, vai às festas da alta sociedade, é admirado e adorado por todos, rodeia-se dos maiores luxos porém, à medida que os anos passam, a pintura vai mostrando não só as marcas da idade, mas também as marcas das coisas vis e cruéis que vai fazendo. Vai mostrando a decadência da sua alma.
Eu adorei este livro do início ao fim. É uma história sobre as consequências da ausência de valores morais e que a beleza é uma ilusão, ao passo que a fealdade é a realidade. É sobre os perigos da valorização da superficialidade e os contornos dementes a que ela pode levar.
Os diálogos de Lord Henry são super interessantes, a transformação interior de Dorian Gray contrasta com o facto da imagem dele ser sempre a de um rapaz ingénuo e bom, e o final do livro é magistral.
É definitivamente um clássico da literatura e cuja temática se reflecte aos dias de hoje. Esta história é perfeitamente actual.
6/6 - Excelente
The Picture of Dorian Gray caused outrage when it was first published in 1890 and marked the onset of Oscar Wilde's own fatal reputation and eventual downfall. An evocative portrayal of London life and a powerful blast against the hypocrisies of Victorian polite society it has become one of Oscar Wilde's most celebrated works, full of the flamboyant wit for which he is justly renowned."
Opinião:
Já andava há bastante tempo para ler este livro e, finalmente, consegui fazê-lo e adorei cada passo desta história.
Temos três personagens principais: Dorian Gray, um jovem na flor da idade, extremamente belo, alvo de largos elogios de todos os que o conhecem, mas ainda possuidor de alguma inocência; Basil Hallward, seu amigo, pintor do retrato de Gray que deposita neste o motivo da existência do seu talento enquanto artista; e Lord Henry que é amigo de Basil, um homem culto, com as suas ideias muito marcadas e que vai ter um profundo impacto na vida de Dorian Gray.
Como pano de fundo temos a sociedade vitoriana de finais de século XIX em que todas as personagens se encaixam e que é duramente criticada por Oscar Wilde durante as reuniões, os jantares, os encontros entre os membros da alta sociedade.
Nesta obra podemos ver enfatizados os valores do esteticismo preconizado por Wilde, nomeadamente no que toca à arte: esta vale por si só, é independente de tudo o resto sejam valores morais, políticos, ou outros. De facto ele no prefácio diz "All art is quite useless", ou seja, ela não tem nenhum valor utilitário, ela serve somente para ser admirada. Assim, esta questão da arte e da admiração do que é belo é amplamente discutida nesta obra.
Outro aspecto a que é dado valor é o hedonismo em que vive Lord Henry e, posteriormente por sua influência, Dorian Gray. Apreciadores dos prazeres da vida, sejam visuais ou sensoriais, seja uma mulher, uma pintura, a paisagem do campo, um bom vinho ou uma peça de teatro. Nesta medida, a felicidade só é atingida pela apreciação do que é belo e desfrutando dos prazeres que nos são proporcionados.
Tendo isto em mente, vemos uma sociedade demasiado preocupada com aspectos exteriores, com a beleza, com a ostentação de riqueza que seriam indicadores de alguém com gosto, respeitável e com mérito social. Desprezam-se as relações românticas, e preza-se a futilidade. Assim, Dorian Gray que outrora era inocente e ingénuo, acaba por ser corrompido por estes ideais que Lord Henry incute nele. Aliás, o objectivo de Henry é mesmo tornar-se a pessoa mais influente e marcante da vida de Gray. E, certamente, consegue-o.
Dorian Gray acaba, então, por se auto-admirar, tendo-se na mais alta estima e deseja que, em vez dele, fosse a pintura que envelhecesse. Ele acha então que pode fazer tudo o que quiser, porque tudo lhe é permitido, devido à sua beleza. Ele encanta mulheres, vai às festas da alta sociedade, é admirado e adorado por todos, rodeia-se dos maiores luxos porém, à medida que os anos passam, a pintura vai mostrando não só as marcas da idade, mas também as marcas das coisas vis e cruéis que vai fazendo. Vai mostrando a decadência da sua alma.
Eu adorei este livro do início ao fim. É uma história sobre as consequências da ausência de valores morais e que a beleza é uma ilusão, ao passo que a fealdade é a realidade. É sobre os perigos da valorização da superficialidade e os contornos dementes a que ela pode levar.
Os diálogos de Lord Henry são super interessantes, a transformação interior de Dorian Gray contrasta com o facto da imagem dele ser sempre a de um rapaz ingénuo e bom, e o final do livro é magistral.
É definitivamente um clássico da literatura e cuja temática se reflecte aos dias de hoje. Esta história é perfeitamente actual.
6/6 - Excelente
4 comentários
Também partilho da tua opinião. Considero esta história é extraordinária!
ResponderEliminarTinha ideia de que era um bom livro... Espero lê-lo muito em breve!
ResponderEliminarOlá, sou nova leitora do Papéis e Letras e adoro o blog, parabéns!
ResponderEliminarTambém gostei d'O diário de Dorian Gray, sobretudo pela escrita de Oscar Wilde.
Boas leituras!
Jacqueline não deixes este livro passar-te ao lado, é fascinante!
ResponderEliminardjamb, bem-vinda a este espaço! Este livro é mesmo muito bom e estou a considerar fazer uma re-leitura daqui a algum tempo, porque acho que é um livro para se ler várias vezes.
Espero que cá venhas mais vezes e continues a deixar a tua opinião :)