"Levaram-me" - Opinião
novembro 18, 2010Título: Levaram-me
Autor: Paulo Pereira Cristóvão e Susana Ferrador
Editora: Editorial Presença
Páginas: 192
Sinopse:
"Este é o relato na primeira pessoa da história de vida de António, um rapaz português que aos nove anos foi levado da Aldeia das Dez, em Oliveira do Hospital, por um homem que se fez passar por seu tio. E assim começou para António o pior dos infernos que uma criança pode ter de suportar - viu-se afastado da família e da vida que até então conhecera e inserido numa rede de pedofilia internacional onde foi abusado sexualmente. Inspirada em casos reais ocorridos no nosso país e pelo mundo, esta obra, pretende combater a ignorância a respeito desta realidade chocante ao revelar-nos os meandros de uma rede de pedofilia internacional e das próprias mentes dos predadores sexuais, e assume-se como um apelo à liberdade destas crianças que cedo se viram obrigadas a deixar de o ser."
Opinião:
Numa espécie de nota introdutória, o autor escreve: "É sempre difícil, para o cidadão comum, abordar temas como aqueles que são retratados neste livro." Nada podia ser mais verdade.
Esta é a história de António, que foi levado da terra onde vivia, uma pequena aldeia, para os meandros das redes de pedofilia internacional. Conhecemos o seu trajecto de vida, assim como o de Marta, uma jornalista que se debruça sobre o caso do desaparecimento desta criança. Se, por um lado, a vida de António é destruída, a vida de Marta, a nível profissional, é catapultada para um patamar acima por causa do seu trabalho enquanto jornalista.
António é uma criança à qual lhe é roubada a inocência, a pureza, e que testemunha todo o tipo de atrocidades cometidas com crianças. Conhece muita gente, uns que vendem o "produto" e outros que o consomem. Qual deles o mais asqueroso, sinceramente, não sei.
Este livro é uma viagem ao negócio da pedofilia, contada na primeira pessoa, pelos olhos de António, que rende milhões. Desde aqueles que vão "angariar" crianças, às monstruosidades que são cometidas, aos artigos que são vendidos, como filmes e fotografias, e aos verdadeiros cabecilhas das organizações, que são praticamente intocáveis, protegidos por uma máfia tal que não passa a ninguém pela cabeça.
Levaram-me é uma história comovente porque nos faz lembrar de todos aqueles casos de crianças desaparecidas que conhecemos. Este livro é, aliás, ficcionado mas baseado nas histórias que se conhecem de crianças desaparecidas e fruto da investigação que é feita quanto a redes de pedofilia internacionais.
É preciso algum estômago para se ler este livro e, no fim, ficamos com a noção de que há muito mais do que aquilo que sabemos sobre este tipo de pessoas e de organizações. É um livro forte, mas com uma escrita muito coesa, de rápida leitura e que mostra um mundo completamente diferente, mas que existe. E, por vezes, muito mais perto do que nós pensamos.
4/6 - Bom
Autor: Paulo Pereira Cristóvão e Susana Ferrador
Editora: Editorial Presença
Páginas: 192
Sinopse:
"Este é o relato na primeira pessoa da história de vida de António, um rapaz português que aos nove anos foi levado da Aldeia das Dez, em Oliveira do Hospital, por um homem que se fez passar por seu tio. E assim começou para António o pior dos infernos que uma criança pode ter de suportar - viu-se afastado da família e da vida que até então conhecera e inserido numa rede de pedofilia internacional onde foi abusado sexualmente. Inspirada em casos reais ocorridos no nosso país e pelo mundo, esta obra, pretende combater a ignorância a respeito desta realidade chocante ao revelar-nos os meandros de uma rede de pedofilia internacional e das próprias mentes dos predadores sexuais, e assume-se como um apelo à liberdade destas crianças que cedo se viram obrigadas a deixar de o ser."
Opinião:
Numa espécie de nota introdutória, o autor escreve: "É sempre difícil, para o cidadão comum, abordar temas como aqueles que são retratados neste livro." Nada podia ser mais verdade.
Esta é a história de António, que foi levado da terra onde vivia, uma pequena aldeia, para os meandros das redes de pedofilia internacional. Conhecemos o seu trajecto de vida, assim como o de Marta, uma jornalista que se debruça sobre o caso do desaparecimento desta criança. Se, por um lado, a vida de António é destruída, a vida de Marta, a nível profissional, é catapultada para um patamar acima por causa do seu trabalho enquanto jornalista.
António é uma criança à qual lhe é roubada a inocência, a pureza, e que testemunha todo o tipo de atrocidades cometidas com crianças. Conhece muita gente, uns que vendem o "produto" e outros que o consomem. Qual deles o mais asqueroso, sinceramente, não sei.
Este livro é uma viagem ao negócio da pedofilia, contada na primeira pessoa, pelos olhos de António, que rende milhões. Desde aqueles que vão "angariar" crianças, às monstruosidades que são cometidas, aos artigos que são vendidos, como filmes e fotografias, e aos verdadeiros cabecilhas das organizações, que são praticamente intocáveis, protegidos por uma máfia tal que não passa a ninguém pela cabeça.
Levaram-me é uma história comovente porque nos faz lembrar de todos aqueles casos de crianças desaparecidas que conhecemos. Este livro é, aliás, ficcionado mas baseado nas histórias que se conhecem de crianças desaparecidas e fruto da investigação que é feita quanto a redes de pedofilia internacionais.
É preciso algum estômago para se ler este livro e, no fim, ficamos com a noção de que há muito mais do que aquilo que sabemos sobre este tipo de pessoas e de organizações. É um livro forte, mas com uma escrita muito coesa, de rápida leitura e que mostra um mundo completamente diferente, mas que existe. E, por vezes, muito mais perto do que nós pensamos.
4/6 - Bom
2 comentários
O livro parece de facto potente, e sendo o tema que é só poderia sê-lo.
ResponderEliminarAcredito que, tal como dizes, seja preciso algum estômago... No entanto, é um livro que gostaria de ler... embora não seja prioritário, porque acho que para além de estômago é preciso um timing certo.
Boas leituras,
Estrela*
Sim, concordo contigo. Não é de ânimo leve que se parte para um livro destes.
ResponderEliminarMas penso que desmistifica e acaba com as ilusões que algumas pessoas ainda possam ter quanto às organizações de pedofilia internacional. E isto tudo contado na primeira pessoa, mesmo que seja por uma personagem fictícia, torna tudo muito mais sentido.