Rachel - Opinião

julho 18, 2012

Título: Rachel (As Filhas de Rashi #3)
Autor: Maggie Anton
Editora: Bertrand (Círculo de Leitores)
Páginas: 549
Sinopse:
"Troyes, França, 1091. Rachel, a filha mais nova do erudito Salomon ben Isaac é a favorita do pai. Mulher brilhante e enérgica, esforça-se por constituir um próspero negócio de têxteis que mantenha em casa o marido Eliezer, afastando-o assim das missões mercantis cada vez mais demoradas.

No entanto, antes que Rachel consiga realizar o seu sonho, sucede uma catástrofe. Os saqueadores da Primeira Cruzada massacram a população judaica da Alemanha e o seu pai sofre um colapso. Eliezer quer que a sua família se mude para a segurança de Espanha, mas Rachel está determinada a permanecer em França para ajudar o pai a salvar a yeshiva de Troyes - a única subsistente das grandes academias do Talmude na Europa.

Com Rachel, uma intemporal história de sobrevivência e de amor, Maggie Anton conclui, de forma brilhante, a sua trilogia épica das mulheres judias de dignidade, paixão e energia que, contra todas as contrariedades, floresceram na França medieval."

Opinião:

Finalmente, depois de praticamente três anos de espera para que fosse publicada a tradução do último livro desta trilogia, consegui ler este Rachel que finda a história desta família judia de Troyes, em França, no século XI. Rachel é a filha mais nova de Salomon ben Isaac, o mestre do Talmude em Troyes, e a sua preferida. À semelhança do que acontece nos dois volumes anteriores, seguimos a história desta família agora pela perspectiva da terceira filha, Rachel, que é talvez a mais enérgica e provocadora das três.

Como eu tinha saudades desta gente! Maggie Anton tem uma escrita simples, clara e consegue envolver-nos de tal maneira que vivemos a vida destas personagens, que estão tão bem construídas. Mais uma vez gostei da parte histórica do livro por retratar acontecimentos reais, como a Primeira Cruzada e consequentes massacres de comunidades judaicas na Europa, o crescente interesse nas obras clássicas de autores como Aristóteles, o estudo da astronomia, entre outras áreas de conhecimento que deram origem a uma Renascença no século XII; mas também do modo de vida das populações da época, em especial da comunidade judaica: os seus rituais diários, as suas festividades, as suas superstições e o estudo frequente do Talmude encabeçado por Salomon, patriarca da família.

Mais uma vez, deliciei-me com esta narrativa da família de Rashi. Estava em pulgas para começar a ler este último livro e as expectativas não foram defraudadas. Tudo funciona na perfeição e a parte histórica está tão bem interligada com a parte ficcional, que não se torna secante. As várias discussões sobre o Talmude que a autora vai inserindo ao longo do livro também se tornam interessantes e pertinentes para nos ajudarem a compreender o pensamento e o modo de vida dos judeus. Além disso é bom ver o crescimento das personagens, de uns livros para os outros, e ver o que a vida lhes reservou nesta última etapa e como reagem eles aos vários obstáculos, tragédias e incertezas que a vida lhes vai colocando.

Eu adorei e não posso deixar de recomendar estes livros a todos que gostam de ficção histórica, aos que gostariam de saber mais sobre a religião judaica, e aos que gostam de livros com personagens interessantes a que nós nos acabamos por apegar e que, apesar de viverem numa época que nos parece tão distante, acabam por se defrontar com dilemas tão semelhantes como os nossos.

5/6 - Muito Bom

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1 comentários

  1. Adoro ler, mas confesso que não li estes livros. Vou aproveitar tua recomendação.Bjs Eloah

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