Flowers in the Attic - Opinião

março 30, 2014

Título: Flowers in the Attic
Autor: V. C. Andrews
Lido no Kobo
Sinopse (do Goodreads):
"Such wonderful children. Such a beautiful mother. Such a lovely house. Such endless terror!

It wasn't that she didn't love her children. She did. But there was a fortune at stake--a fortune that would assure their later happiness if she could keep the children a secret from her dying father. So she and her mother hid her darlings away in an unused attic. Just for a little while.

But the brutal days swelled into agonizing years. Now Cathy, Chris, and the twins wait in their cramped and helpless world, stirred by adult dreams, adult desires, served a meager sustenance by an angry, superstitious grandmother who knows that the Devil works in dark and devious ways. Sometimes he sends children to do his work--children who--one by one--must be destroyed...

'Way upstairs there are
four secrets hidden.
Blond, beautiful, innocent
struggling to stay alive..."

Opinião:

Estão a ver quando encontram coisas trágicas no facebook e em vez de "like" o que vocês queriam fazer era "dislike"? Este livro é mais ou menos isso.

A sinopse é bem expressiva. Família aparentemente perfeita: pai, mãe e quatro filhos todos louros, de olhos azuis, lindos, bem sucedidos, até que um dia o pai morre num trágico acidente de viação. Sem meios de sustento e completamente sozinha, a mãe pensa ter a solução dos problemas da família, se se conseguir reconciliar com o seu próprio pai, milionário, e convencê-lo a pô-la como única herdeira de toda a sua fortuna, quando ele morrer. Mas há um senão: como ela e o seu pai não se dão bem, e ele não sabe da existência dos netos, as crianças têm que passar uns dias no sótão do casarão do avô, até que a mãe consiga atingir o seu objectivo. Temos, então, quatro crianças encarceradas num sótão, uma avó monstruosa que os considera qualquer coisa como as sementes do Diabo, segredos vários e anos agonizantes de incompreensão e de maus tratos.

Que ódiozinho à avó e, ainda mais, à mãe - Corrine. Eu sei que este livro é ficção, mas senti-me tão revoltada durante toda a leitura! Os dois irmãos mais velhos, Chris e Cathy, vêm-se obrigados a crescer mais depressa ao serem encarregues dos cuidados dos irmãos mais novos, um casal de gémeos: Cory e Carrie. Todos crescem sozinhos, especialmente Chris e Cathy, que passam por todas as transformações da adolescência sem noção de algumas coisas que lhes acontecem e sem perceberem porque sentem determinadas coisas. Cory e Carrie não crescem. Não evoluem. Todos são alimentados à mingua e os gémeos permanecem sempre crianças de cinco anos. São enervantes as mentiras que vão alimentando as esperanças daquelas crianças de, um dia, poderem sair dali. São comoventes os esforços de Chris e Cathy em tornarem o sótão num sítio mais habitável e divertido para os mais novos, as histórias que contam para os acalmar e assegurar que estão bem e seguros ali, a maneira como desculpam a mãe de determinadas acções. A maneira como Chris e Cathy se tornam os pais de Cory e Carrie.

Há aqui muita coisa a ser retirada para além do óbvio. A idolatração da mãe, por parte de Chris, o ciúme da mãe para com Cathy, mais nova e tão parecida com ela, a personalidade forte e intuição de Cathy, a única que confronta a mãe, as questões religiosas, uma vez que a avó é fanática e impõe uma série de regras aos netos, todas elas baseadas em supostos pecados e comportamentos pecaminosos, há o crescimento e a estagnação, a descoberta da sexualidade, a ganância... 
Não é um livro fácil de se ler porque testemunhamos a vivência (será que se pode chamar de vivência?) destas crianças que, de repente, são privadas de tudo. Até do sol, uma vez que não podem abrir as cortinas do sótão. É tudo muito comovente, muito emocional e revoltante. E podemos ver a que meios as pessoas estão dispostas em prol de riquezas materiais.

É um livro muito bem escrito, que nos coloca as emoções à flor da pele, enquanto lemos de coração apertado aquilo que vai acontecendo. Deixa-nos boquiabertos, tristes, ao depararmo-nos com algumas cenas que, mais tarde ou mais cedo, saberíamos que iam acontecer. É um livro duro e perturbador. Penso que é sempre complicado ler livros que falem de maus tratos a crianças, ainda para mais quando isso vem da família. Mas, ainda assim, uma leitura que gostei muito. 

5/6 - Muito Bom

(Esta leitura conta para os desafios TBR Pile Reading Challenge e  Monthly Keyword Challenge)

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