Olá a todos! E cá estamos, mais uma vez, para mais uma discussão do Só Ler Não Basta. Desta vez falámos de temas polémicos na literatura. Entre outras coisas discutimos o que é um tema polémico para nós, que livros já lemos e que podem ser considerados polémicos, se este tipo de livros deve ter uma espécie de aviso na capa para leitores que possam ser mais sensíveis, o que pode ser considerado tabu, livros banidos... É mais um tema que dava pano para mangas, cada tópico dava um Só Ler Não Basta diferente. Mas espero que gostem e que vos aguce o apetite para ler livros destes!
Título: O Último Cabalista de Lisboa
Autor: Richard Zimmler
Editora: Leya
Páginas: 414
Sinopse:
Opinião:
4/6 - Bom
(Esta leitura conta para o desafio Mount TBR Reading Challenge)
Autor: Richard Zimmler
Editora: Leya
Páginas: 414
Sinopse:
"Em Abril de 1506, durante as celebrações da Páscoa, cerca de dois mil cristãos-novos foram mortos num progrom em Lisboa e os seus corpos queimados no Rossio. O Último Cabalista de Lisboa, best-seller em onze países, incluindo os Estados Unidos da América, Inglaterra, Itália, Brasil e Portugal, é um extraordinário romance histórico tendo como pano de fundo os eventos verídicos desse mês de Abril de 1506."
Opinião:
Demorou o seu tempo mas lá terminei este livro! Não é que seja um livro muito longo nem sequer é complicado, mas houve alturas em que andava cansada e sem cabeça para ler e, por isso, a leitura foi mais lenta. Mas quando pegava no livro sentia-me agarrada às suas páginas e à história que Zimmler conta, embora tivesse expectativas diferentes em relação a este livro.
Berequias Zarco é o protagonista deste livro. Um jovem judeu que teve que se converter ao cristianismo, tal como toda a sua família e outros judeus, cristãos-novos, que fazem parte da vida de Berequias. Porém, apesar da conversão forçada, todos continuam a praticar os rituais do judaísmo, a estudar a Tora, a Cabalah, a obedecer aos ensinamentos da sua religião. Tudo se passa na cidade de Lisboa, no início do século XVI, mais precisamente em 1506, ao longo de poucos dias. Lisboa experiencia um período de seca extrema, para além de fome e peste, e, como se adivinha, os judeus são o bode expiatório desta crise, o que leva ao grande massacre de judeus nesse ano, em Lisboa.
Confesso que não sabia que tal massacre tinha acontecido. É algo que não vem nos livros de história, que foi registado por muito poucas pessoas e esses registos já o são de uma época posterior. Ainda assim, foi um acontecimento verídico e no Largo de São Domingos, perto do Rossio, existe um monumento em homenagem àqueles que perderam a vida nesse massacre. Uma das coisas que me marcou neste livro é que vou olhar para o Rossio de forma diferente.
Confesso que o Judaísmo é uma religião que me suscita muita curiosidade e este foi mais um livro que me permitiu ter um olhar sobre os seus rituais, a sua maneira de pensar e de viver a vida. Neste sentido gostei bastante, até pelo misticismo que está associado à Cabalah e pelas visões de Berequias, que faz dele alguém que experiencia e descodifica a vida através de um código de símbolos associados à Tora. Berequias é, ainda, um jovem que anda no encalço do assassino do seu tio, o mestre Abrãao, que fora morto em circunstâncias misteriosas no meio de todos os tumultos e do massacre dos judeus. Ele é determinado, audaz, com sabedoria para além da sua idade e que não descansa enquanto não vingar a morte do tio. Gostei muito de Berequias e do seu amigo muçulmano Farid.
Gostei muito de andar pela Lisboa daquele tempo e de tentar imaginar como seria Alfama, a Mouraria, o Rossio. Zimler faz um retrato muito bom de como seria a cidade no século XVI e consegui sentir-me lá. Gostei da escrita do autor também, que é simples e directa, sem grandes floreados e a narração na primeira pessoa acaba por nos dar acesso à mente do protagonista, algo de que gosto bastante.
O que deixou este livro um pouco àquem do que eu estava à espera foi da temática em si. E a culpa não é do livro! É minha, porque pensava que ia ler uma coisa e afinal deparei-me com outra. Julguei que o livro retratasse o antes, o durante e o depois do massacre e como aquela família de judeus sobreviveu e se adaptou a partir daí. Porém, o livro é quase um policial. Berequias depara-se com a morte do tio, analisa o local do crime, encontra pistas, vai interrogando pessoas, restituindo os últimos momentos da vida do seu tio, passando por aventuras e apertos, até descobrir o assassino. Claro que no meio disto podemos vivenciar o clima de medo e desconfiança de qualquer pessoa que fosse judia e que se atrevesse a circular na rua. Temos descrições de fumo no céu de Lisboa, do cheiro a carne queimada, de torturas, da perseguição por parte dos cristãos e dos frades dominicanos e de como aquela gente foge e se tenta salvar com os meios disponíveis. Mas o livro é quase um C.S.I. à século XVI com o contexto destes dias terríveis durante os quais durou a matança de milhares de judeus.
No entanto, é um bom livro. Gostei das personagens, do contexto histórico, da escrita do autor e do enredo. Recomendo a quem tenha curiosidade sobre a religião, o modo de vida e as crenças do judeus (há um glossário no início com os termos em hebraico usados no livro) e que goste de um bom mistério para ser resolvido.
4/6 - Bom
(Esta leitura conta para o desafio Mount TBR Reading Challenge)
E eis que seis anos já cá cantam. Como é possível? Ainda me lembro de ter feito o post a celebrar os cinco anos deste blog e já estou a fazer o post da meia dúzia...
Mas então parece que já passaram seis anos desde que foi criado este cantinho. Seis anos de leituras, de amizades, de experiências, de desafios, de descobertas. Seis anos de viagens, porque os livros são viagens que fazemos, que nos transportam para outros lugares e que nos apresentam outras pessoas que passam a fazer parte da nossa vida.
Com mais ou menos posts, este blog lá vai seguindo o seu caminho, apesar das suas tribulações, apesar de eu ter mais ou menos tempo para ele. Agradeço a todos os que estão desse lado e que me continuam a acompanhar, aos novos visitantes que estão agora a descobrir o blog, a todos!
Espero conseguir continuar a manter o Papéis e Letras. Gosto imenso deste espaço e quero continuar a escrever sobre um assunto de que gosto tanto e que me acompanha sempre: os livros e a leitura.
Obrigado por estarem aí, pelo apoio, pela amizade.
Um grande abraço a todos! :)
Diana
Mas então parece que já passaram seis anos desde que foi criado este cantinho. Seis anos de leituras, de amizades, de experiências, de desafios, de descobertas. Seis anos de viagens, porque os livros são viagens que fazemos, que nos transportam para outros lugares e que nos apresentam outras pessoas que passam a fazer parte da nossa vida.
Com mais ou menos posts, este blog lá vai seguindo o seu caminho, apesar das suas tribulações, apesar de eu ter mais ou menos tempo para ele. Agradeço a todos os que estão desse lado e que me continuam a acompanhar, aos novos visitantes que estão agora a descobrir o blog, a todos!
Espero conseguir continuar a manter o Papéis e Letras. Gosto imenso deste espaço e quero continuar a escrever sobre um assunto de que gosto tanto e que me acompanha sempre: os livros e a leitura.
Obrigado por estarem aí, pelo apoio, pela amizade.
Um grande abraço a todos! :)
Diana
E eis que chegamos a Fevereiro e a mais um vídeo do Só Ler Não Basta, sobre as nossas leituras e onde partilhamos artigos que achámos interessantes. Anunciamos, também, o tema do mês que será sobre temas polémicos e mais fortes presentes na literatura: seja racismo, pedofilia, temas religiosos, doenças mentais, violência, etc. Queremos saber que livros leram que retratam estes temas, o que acham da presença deles nos livros, se gostam de ler livros mais polémicos, o que sentem quando lêem livros destes... Já sabem, participem na discussão no nosso grupo no Goodreads.
Links:
Diana - Reading with Depression
Carla - Teenage Opinion: Why should you read classic books
Telma - Kindle Convert deixa-te converter os teus livros em papel para ebooks
Leituras:
Diana - O Último Cabalista de Lisboa, de Richard Zimmler
Carla - Nossa Senhora de Paris, de Victor Hugo, Contos da Revista Tor.com, O Primeiro Homem de Roma, de Colleen McCullough
Telma - Almanaque Steampunk 2012, Burning Girls, de Veronica Schanoes, O Estranho Caso de Benjamin Button, de F. Scott Fitzgerald, A Sangue Frio, de Truman Capote, Sedução na Noite, de Sherrilyn Kenyon
"Livros a sério"??? A sério? - Um texto da Patrícia do blog Ler Por Aí..., que já foi convidada do nosso Só Ler Não Basta, sobre a ainda polémica dos e-books serem ou não livros a sério. Concordo com ela, sem tirar nem pôr, e já se parava de dizer estas barbaridades. Há quem goste, há quem não goste, e eu posso bem com isso. Mas não venham dizer que os e-books não são livros a sério.
Introducing BlackGateDate.com: Examining the Dating Profiles of the Men of the Fantasy World - Um artigo engraçado do Black Gate que se dedicou a imaginar como seriam os perfis de alguns membros do sexo masculino do mundo da fantasia, caso tivessem perfis em sites de engate. Podiam ter incluido mais gente, mas pronto... Adoro o do Legolas!
20 Literary Facts to Impress Your Friends With - Um texto do Buzzfeed que nos dá a conhecer algumas curiosidades literárias. E eu gosto sempre de saber este tipo de coisas, por isso partilho aqui convosco.
The 50 Best First Sentences in Fiction - Quando começamos um livro, a primeira frase tem que ter algum impacto sobre nós. Uma vez, numa aula da faculdade, falámos de primeiras frases marcantes de livros que já lemos, e ao encontrar este artigo sobre esse mesmo assunto, quis partilhá-lo com vocês. Acho que o enredo é importante, as personagens, o estilo, etc., mas aquela primeira frase, muitas vezes, é o suficiente para nos agarrar logo. Aqui estão exemplos de algumas.
Este Só Ler Não Basta veio um bocadinho atrasado, confesso, porque na semana passada fiquei doente e não estava em condições que fazer o vídeo, pelo que foi tudo adiado. Mas! Como mais vale tarde do que nunca, e entretanto já estou boa, gravámos o vídeo este fim-de-semana e o tema que tratámos foi a literatura de não-ficção. Desta vez a nossa convidada foi a Sofia do blog Folhas de Papel e a nossa conversa foi muito interessante.