The Final Empire - Opinião

março 16, 2015

Título: The Final Empire (Mistborn #1)
Autor: Brandon Sanderson
Lido no Kobo
Sinopse:

"For a thousand years the ash fell and no flowers bloomed. For a thousand years the Skaa slaved in misery and lived in fear. For a thousand years the Lord Ruler, the "Sliver of Infinity," reigned with absolute power and ultimate terror, divinely invincible. Then, when hope was so long lost that not even its memory remained, a terribly scarred, heart-broken half-Skaa rediscovered it in the depths of the Lord Ruler's most hellish prison. Kelsier "snapped" and found in himself the powers of a Mistborn. A brilliant thief and natural leader, he turned his talents to the ultimate caper, with the Lord Ruler himself as the mark.
Kelsier recruited the underworld's elite, the smartest and most trustworthy allomancers, each of whom shares one of his many powers, and all of whom relish a high-stakes challenge. Only then does he reveal his ultimate dream, not just the greatest heist in history, but the downfall of the divine despot.
But even with the best criminal crew ever assembled, Kel's plan looks more like the ultimate long shot, until luck brings a ragged girl named Vin into his life. Like him, she's a half-Skaa orphan, but she's lived a much harsher life. Vin has learned to expect betrayal from everyone she meets, and gotten it. She will have to learn to trust, if Kel is to help her master powers of which she never dreamed."

Opinião:

Confesso que tinha altas expectativas para este livro, depois de ler tanta coisa boa sobre ele. E talvez por isso tenha adiado a sua leitura, por ter medo de me sentir defraudada. Mas agora que o acabei, posso dizer que foi uma grande surpresa e um livro fantástico de ler.

The Final Empire conta a história de um mundo envolto em cinza. O sol é de um vermelho intenso, do céu enegrecido caem cinzas constantemente, e a noite é dominada por brumas. O Império Final vive numa teocracia, governada por um Lord Ruler, um governante-deus, que tem poder sobre tudo e sobre todos, há mais de mil anos. No plano oposto temos os skaa, a classe trabalhadora, das pessoas comuns, que vive escravizada e na miséria, subjugada pelo Lord Ruler. No meio disto tudo temos uma nobreza, cuja riqueza advém da exploração dos skaa, e umas figuras muito peculiares e assustadoras como os Inquisitors (figuras com espigões de ferro no lugar dos olhos, verdadeiras máquinas assassinas) e os Obligators (uma espécie de oficiais do império que tratam de assuntos burocráticos, e que se distinguem por terem tatuagens à volta dos olhos) - desculpem o uso do inglês, mas não sei como traduziram para português...

Posto isto temos a nossa protagonista improvável: Vin, uma skaa de 16 anos que sobrevive no meio de um grupo de ladrões, amedontrada, desconfiada e vítima de uma vida dura nas ruas. Mas eis que tudo muda quando conhece Kelsier e se junta ao seu grupo para destruir o governo do Império. Kelsier é um sobrevivente, ao início misterioso mas verdadeiramente carismático e genial. Estas duas personagens foram, claro, das que mais gostei. Vin, principalmente, passa por uma grande transformação e aprende várias lições. É a personagem que mais cresce, que mais evolui e é muito bom passar por essa evolução com ela e ver a mulher em que se torna. Kelsier é o líder do seu grupo e é verdadeiramente cativante. Se, por vezes, parece fanfarrão e demasiado optimista (e por vezes louco), a verdade é que Kel revela ter um passado doloroso, um ódio de morte a todo aquele sistema, e, por isso, engendra um plano formidável para o destruir. Estas duas personagens são inesquecíveis, muito bem construídas e com uma história de vida muito forte.

Tenho que falar, ainda, de uma componente muito importante de todo o livro: a Allomancy. Esta é a magia utilizada neste mundo, que é sustentada através da capacidade de alguns de ingerir e queimar metais. Por exemplo: quem queimar estanho consegue amplificar os seus sentidos. Achei este sistema super original e interessante, apesar de ir com algum medo e de não conseguir apanhar tudo à primeira. Mas a verdade é que o livro traz uma tabela dos vários metais que existem e o que acontece quando se queima cada um deles. Adorei a originalidade de Sanderson quanto a este sistema de magia que está tão bem criado e explicado. O nome da trilogia advém, aliás, deste sistema. Os "mistings" são aqueles que conseguem usar apenas um metal. Os "mistborn" são aqueles que conseguem usar todos os metais.

O que mais dizer deste livro? Adorei absolutamente tudo. As personagens estão muito bem construídas, conseguimos saber o que sentem, o que os motiva, as suas histórias e evolução. Vin e Kelsier foram as minhas preferidas, mas ficam na memória Sazed, pela sua lealdade, bondade e sabedoria, e Elend, por provar que apesar de inserido numa categoria não se identifica com ela, bem como todo o grupo criado por Kelsier para combater o Império. Além das personagens fica o "worldbuilding" que é fantástico e invejo, sinceramente, a imaginação de Sanderson por ter criado um mundo tão diferente mas tão coeso. A escrita é fluida e clara, apesar de tudo aquilo a que nos temos de ambientar, e leva-nos história fora embalados com o enredo que se desenrola - devagar, ao início, mas que entretanto ganha fôlego e nos atira voltas e reviravoltas completamente inesperadas.

Terminei o livro sem saber o que fazer à minha vida e na ânsia de poder seguir já para o segundo volume: The Well of Ascension. Recomendo a todos os fãs de fantasia que gostam de jogos políticos, de mundos e sistemas de magia originais, bem como de personagens fortes e cativantes.

6/6 - Excelente

(Esta leitura conta para o desafio Mount TBR Reading Challenge)

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