The Library of the Unwritten - Opinião
maio 25, 2021Podem ouvir a minha opinião também no podcast, AQUI.
Na altura em que comprei este livro, comprei-o por impulso. Nunca tinha ouvido falar dele, nem da autora, mas fiquei curiosa com a sinopse e por isso decidi trazê-lo. Não sabia muito bem o que esperar, mas sabia que era um livro de fantasia sobre livros, que é algo que gosto sempre de ler.
Este The Library of the Unwritten fala-nos, então, de uma biblioteca de livros que não foram escritos que se situa no Inferno. Estes livros são histórias de autores que não foram concretizadas, livros começados mas não acabados, que nunca foram publicados e que, por isso, acabam nesta biblioteca. Por vezes as personagens destes livros conseguem fugir, seja para conhecerem os seus autores, para os manipularem a continuar as histórias. Por isso, existem bibliotecários que zelam pela biblioteca e que "capturam" as personagens que fogem, de forma a voltarem aos seus livros e não influenciarem o mundo na Terra. Neste livro seguimos a bibliotecária Claire e a sua assistente Brevity, que em tempos foi uma musa, cuja aventura começa com o desaparecimento de um herói de um dos livros da biblioteca, mas que acaba por dar para o torto quando se deparam com o desaparecimento de um manuscrito misterioso, supostamente escrito por Lucifer, que envolve Céu, Inferno e toda gente pelo meio.
Sendo este um livro sobre livros, penso que vai agradar a qualquer bibliófilo. Fala-se de livros, de histórias, de bibliotecas, de imaginação, do potencial de criação através das histórias, e do quão importantes são os livros, tanto a nível pessoal como a nível colectivo, como definidores de uma cultura. Além destas reflexões, o livro está cheio de momentos divertidos e bem-humorados, cheio de sarcasmo e peripécias que não só avançam a narrativa e põem as personagens à prova, mas que também revelam que nada deve ser levado muito a sério. Desde a interacção entre as várias personagens, ao facto de Claire ter vários nomes para Lucifer, relativizando a sua importância e poder (His Pissypants, His Crankiness, His Grinchiness, são alguns deles), às várias situações caricatas, gostei mesmo dos vários momentos de humor do livro. Por vezes, fez-me lembrar o Good Omens, do Neil Gaiman e do Terry Pratchett, pelo humor aplicado ao reino espiritual, dos anjos, demónios, humanos, Céu e Inferno. Parece um mundo às avessas.
Gostei bastante deste livro por estes motivos, pela história, pelas personagens e pela forma como interagem e se envolvem umas com as outras, por ser um livro sobre livros e sobre o poder das histórias, p pelas aventuras e pelos mundos pelos quais as personagens viajam à procura desse livro misterioso, e pelas relações de afecto que acabam por se formar entre todos. É um bom livro de aventuras, um excelente exemplo de fantasia de portal, em que as personagens viajam por entre mundos através de portais, entretém, diverte e ainda nos transporta para o mundo das histórias contidas em páginas. É sobre o poder dos livros e de como podem ter impacto em nós. Este é o primeiro livro de uma trilogia e vou, sem dúvida, continuar a leitura destes livros.
5/6 - Muito Bom
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