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Comecei este livro por dois motivos: o primeiro é porque me tem apetecido ler thrillers; o segundo foi porque vi que este ano seria o ano de publicação do seu segundo livro, The Maidens, sobre o qual fiquei muito curiosa. Por isso, apesar de os livros não terem ligação entre si, achei que devia começar pelo primeiro livro escrito por Alex Michaelides, The Silent Patient, ou A Paciente Silenciosa, na tradução portuguesa.

O livro começa com a seguinte premissa: uma mulher, Alicia Berenson, mata o seu marido com cinco tiros na cara e desde aí que nunca proferiu uma palavra. Alicia fora uma pintora de renome e o seu marido fotógrafo de moda. A relação entre ambos parece idílica, mas algo claramente grave aconteceu para que Alicia tenha cometido este crime. Passados seis anos do crime e da condenação de Alicia a uma espécie de  unidade psiquiátrica prisional, Theo Faber, um psicoterapeuta forense, interessa-se por este caso e por tentar perceber, não só, o que levou a esse acto, como também entender o silêncio de Alicia. 

Ao longo do livro vamos, assim, sabendo mais sobre a vida de Alicia, através de algumas entradas de um diário que ela manteve durante algum tempo, mas também sobre a vida de Theo que parece ir desmoronando aos poucos. Até meio do livro tinha zero noção do que poderia acontecer ou de para onde o autor nos estava a levar, uma vez que o livro é narrado por Theo. A certa altura até me questionei se o livro não estava a ser mais sobre ele do que propriamente sobre esta mulher que matou o marido. Mas tudo tem uma razão de ser e nada é deixado ao acaso.

Achei curioso, ainda, haver várias menções e ligações à mitologia grega que aparentemente surgem como coincidências, mas que depois têm relevância no desfecho final e contribuem para o nosso entendimento de toda a história. Gostei bastante desses pormenores, especialmente porque eu vinha, precisamente, de uma leitura sobre mitologia grega, então foi uma passagem de um livro para o outro muito curiosa. Também gostei bastante do mistério que rodeia Alicia e do desenvolvimento da personagem de Theo. Gostei de o autor mostrar que apesar de as pessoas poderem ser psicólogos, psiquiatras ou psicoterapeutas, isso não significa que vivem vidas equilibradas, sem problemas, e que eles próprios são pessoas em perfeito estado zen. Não é isso que acontece e Theo é um bom exemplo de um homem que, apesar de ajudar outras pessoas na sua profissão, tem uma vida pessoal complicada e lida com os seus próprios demónios. Estas personagens são complexas, complicadas, e dão vida a esta história.

Sendo um thriller, sabem bem que não posso dizer muito mais em relação ao enredo. Terão de ler vocês próprios para saber o que acontece. Mas posso afirmar que li quase metade do livro num dia, porque a dada altura só queremos saber o que, de facto, aconteceu e qual será o desfecho final. Vamos tendo várias ideias, teorias, mas a dada altura presenciamos a reviravolta, o tal "plot twist" de que vivem este tipo de livros, que nos deixa embasbacados. Não por ser algo original, mas porque está muito bem escrito e só começamos a juntar as peças em cima do momento.

Se gostam de thrillers psicológicos, com uma escrita viciante e que não conseguimos largar antes de o terminar, então este livro é para vocês. Em breve, será também adaptado ao cinema.