The Woman in Black - Opinião

setembro 24, 2021



Podem ouvir a minha opinião também no podcast, AQUI.

Este é um livro é mais uma história com ambiente gótico e com vários elementos que marcam este género. Temos uma casa onde acontecem coisas estranhas, Eel Marsh, casa essa que está localizada num local remoto, rodeada por um pântano e por nevoeiros que lhe conferem uma aura misteriosa e algo agoirenta. Temos um protagonista que não acredita em fantasmas, nem em superstições ou coisas desse género e, por isso, é a pessoa perfeita para se ver envolvida em fenómenos que vão pôr em causa as suas ideias. Assim, temos a nossa personagem principal, Arthur, que sente alguma inquietação desde o início em relação à sua viagem de Londres para Eel Marsh, onde é responsável por tratar de papeladas legais e administrativas relacionadas com a morte da sua dona, a Sra. Drablow.

Temos aqui vários temas retratados, como o luto, a perda, o medo e a percepção daquilo que nos rodeia. De facto, toda a narrativa dá ênfase à experiência sensorial de Arthur - o que ele vê, ouve, sente, e isso transmite ao leitor que a vivência dele é uma vivência dos sentidos. Existe também um clima de maus augúrios, de estranheza e desconforto, que é tanto físico como é mental e emocional. Além disso, existe aqui uma separação entre o espaço onde acontecem estas coisas estranhas, numa casa antiga localizada numa ilha isolada por um pântano, e o espaço da aldeia ou vila de onde vem Arthur. Há, por isso, uma ideia de que ele fenómenos desconhecidos ocorrem também num espaço desconhecido, removendo duplamente o protagonista do seu contexto habitual.

Uma casa isolada, num pântano, fenómenos estranhos que põem o protagonista a repensar o que será realidade ou não... Tudo para dar certo. Só que faltaram algumas coisas que, para mim, são essenciais para um bom livro gótico. Nomeadamente, a tensão, o mistério e a imprevisibilidade. Desde o início que sabemos que vamos ler uma história de fantasmas - isso é-nos dito logo por Arthur. E as subtilezas típicas destas narrativas não existem, nós sabemos o que se passa, porquê e até conseguimos adivinhar o final. Não somos surpreendidos, nem assustados e o estranhamento típico destes livros não o senti aqui.

Ainda assim, achei o livro bom, mesmo faltando estes elementos para me encherem as medidas.

3/5 - Gostei

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