Podem ouvir a minha opinião completa no podcast, AQUI.

Este é um livro perfeito para quem gosta de livros com elementos góticos e de atmosfera gótica. Temos uma casa antiga misteriosa, onde eventos estranhos e suspeitos acontecem, temos mortes que acontecem em contextos suspeitos, um tempo cheio de nevoeiro, frio, chuva, e segredos do passado que ainda têm influência no presente. Existe, ainda, um sótão que esconde um diário importante que revela a história daquela propriedade, bem como umas figuras em madeira um pouco arrepiantes.

Nesta narrativa seguimos uma mulher, Elsie, que acabou de enviuvar e que parte de Londres para o interior de Inglaterra, para uma propriedade da família do marido chamada The Bridge. Aí, ela depara-se com uma casa degradada, mal cuidada, quase deixada ao abandono, e que encerra alguns mistérios e segredos. A juntar a isso, temos os aldeões que não fazem grande questão de a ter ali, o que faz com que ela se sinta uma estranha, num sítio estranho, exacerbando a estranheza não só lugar, mas também das experiências pelas quais Elsie passa.

O livro tem bastantes elementos da estética gótica, para além de se passar em meados do século XIX, visualmente apelando a esse passado, mas para quem já leu mais obras deste tipo, nomeadamente os clássicos, faltam-lhe algumas coisas, como a riqueza da linguagem e a ligação entre o tumulto interior, psicológico da personagem, e os fenómenos sensoriais e naturais que rodeiam a personagem e que ela não consegue explicar. No entanto, a falta destes elementos não torna o livro menos bom. Gostei bastante deste livro e é um bom livro de mistério nesta atmosfera vitoriana e de estilo gótico, ideal para se ler nesta altura, enquanto a chuva bate lá fora e vocês se enrolam numa manta no sofá.

Uma vez que a casa assume um papel preponderante neste livro, Companhia Silenciosa encaixa perfeitamente no projecto Casas em Livros.

Comprar | Bertrand (link de afiliado)