Suicidas - Opinião
setembro 14, 2021Podem ouvir a minha opinião também no podcast, AQUI.
Este é o primeiro livro que leio do autor brasileiro Raphael Montes, e deparei-me com ele num vídeo que o booktuber brasileiro Lucas Barros fez sobre livros com reviravoltas inesperadas. Como eu gosto muito desse tipo de livros e quero apostar mais em autores brasileiros, quer os clássicos como os contemporâneos, parti para esta leitura. Além disso, estou a participar no #septemberthrills da Dora e da Cristina, que consiste em ler thrillers durante o mês de Setembro, mas também no #trilharthrillers da Manta de Histórias, em que lemos thrillers até dia 31 de Outubro. Vale ainda dizer que Raphael Montes é o co-autor do livro que deu origem à série da Netflix Bom Dia Verônica, que eu devorei há uns tempos. Posto isto, vamos ao que interessa.
Suicidas fala-nos de um grupo de nove jovens universitários que se juntam para um jogo de roleta russa no qual se irão suicidar. Depois deste suicídio colectivo se concretizar, o caso é reaberto por uma detective, um ano depois dos acontecimentos, que reúne as mães de todos os envolvidos para tentar descobrir mais detalhes que possam levar à resposta da pergunta: porquê? Porque é que aqueles jovens decidiram fazê-lo e o que, de facto, aconteceu na cave onde todos foram encontrados. Assim, a história é-nos contada através de três perspectivas: a transcrição do registo audio dessa reunião entre a detective e as mães dos jovens; um diário deixado por um dos suicidas, que relata eventos até aos dias anteriores ao evento; e ainda o livro que um deles estaria a escrever sobre toda aquela experiência, encontrado na cave em que todos estavam. Por isso, o livro sofre saltos temporais variados para contar a história não só do que aconteceu, mas o contexto que os levou a tal.
O livro tem vários momentos tensos, intensos, chocantes e violentos. Algumas cenas bem bizarras e macabras que me deixaram a pensar "o que raio estou eu a ler?!", mas que não estão lá pelo valor choque - estão, sim, para nos mostrar em que estado de espírito estavam todos os jovens. Gostei muito do livro, a certa altura a história fica mesmo viciante e devorei aquelas páginas a tentar perceber o que se passava. Claro que vamos tendo as nossas teorias ao longo do livro, mas confesso que nada me preparou para o final. O livro é muito bem escrito, com uma forte componente de construção das personagens e num enredo tão bem construído que nos prende a atenção até, literalmente, à última página.
Esta foi a minha estreia com Raphael Montes e fica a certeza de que quero ler a restante obra do autor, se todos forem tão bons como este.
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