Este é o livro de estreia de Evan Winter e o primeiro de uma tetralogia da qual já estão publicados os dois primeiros livros: The Rage of Dragons e o segundo, The Fires of Vengeance. Infelizmente, não estão traduzidos e publicados por cá.

Em The Rage of Dragons temos um mundo fantástico de inspiração africana, algo que me agradou bastante, uma vez que difere daquele que é o padrão eurocêntrico da construção de grande parte dos mundos fantásticos, por isso nesse aspecto foi uma lufada de ar fresco. Temos dois povos em conflito, temos personagens bem construídas, um enredo coeso e uma personagem principal à procura de vingança, Tau Solarin. Vemos como ele cresce e passa de miúdo para homem, para ser um guerreiro com capacidades fora do comum e de como o seu percurso de vingança passa a estar envolvido também no futuro do próprio país. Há um sistema de magia que permite aos guerreiros aumentarem as suas capacidades, mas isso só é possível através de figuras femininas. Gostei bastante deste aspecto porque parece que homens e mulheres actuam em conjunto de forma a atingir o potencial máximo de algo.

Mas o livro soube-me a pouco. Estou habituada a que haja mais personagens, mais pontos de vista, maior complexidade de enredo, e aqui não senti que isso acontecesse. A história é demasiado focada na vingança de Tau, não há lugar para muito mais do que isso, quando podia haver intriga política pelo conflito que existe entre os dois povos: os Omehi e os Hedeni. Senti que o enredo podia ser mais rico e complexo, mas para primeiro livro de uma saga e primeiro livro do autor, acho que está bem construído. Talvez estes elementos sejam desenvolvidos nos volumes seguintes, mas confesso que não sei se irei continuar esta saga.