Podem ouvir a minha opinião completa no podcast, AQUI.

Este livro é uma ode à construção de mundos fantásticos. É sobre as possibilidades e a natureza dos mundos de fantasia. Mas também é sobre solidão, memória, encantamento e sobre este mundo misterioso que estamos a testemunhar pelos olhos do nosso protagonista, Piranesi. Também nos fala da ideia de nos tornarmos prisioneiros na nossa própria mente e de nos sentirmo sustentados pela sua beleza e solitários no seu isolamento. Fala-nos, ainda, de conexão. Conexão com nós próprios, com os outros, com o que nos rodeia e com a nossa constante procura por significados - como é que lá chegamos, afinal?

Não se consegue falar muito deste livro, porque creio que se poderá retirar o máximo sobre a sua leitura se soubermos muito pouco ao que vamos. Bastará dizer que temos um homem, Piranesi, que habita um espaço labiríntico e misterioso ao qual ele chama de A Casa. Não sabemos bem como ele lá foi parar, que casa é aquela, que mundo é aquele, mas somos convidados a deambular naquele espaço na companhia deste homem que mostra uma grande reverência por esta casa. O início pode ser um pouco confuso, podemos nos sentir um pouco perdidos, mas o ideal é não pensarmos muito nisso e deixarmo-nos ir por aquilo que nos é contado. Acreditem, tudo fará sentido no final.

Este é um livro com uma escrita despojada, sem grandes floreados, por vezes crua, para nos contar uma história que, apesar de curta, é profunda e complexa, cheia de significados, simbolismos e várias interpretações possíveis. É um livro riquíssimo que, quando o acabamos, queremos voltar ao início e relê-lo com a informação que já possuímos. Sem dúvida um dos favoritos do ano! 

(Esta leitura conta para o desafio Mount TBR Reading Challenge 2022)

Conteúdo selecionado para o artigo "11+ livros incríveis para celebrar o Dia Mundial do Livro", publicado no blog da editora educativa Twinkl.