The Bell Jar - Opinião

março 15, 2010

Título: The Bell Jar
Autor: Sylvia Plath
Editora: Faber and Faber
Páginas: 234
Sinopse:

"Working in New York one hot summer, Esther Greenwood is on the brink of her future. Yet she is also on the edge of a darkness that makes her world increasingly unreal. In this vivid and unforgettable novel about the struggles of growing up, Esther's world shines through: the wide-eyed country girls, her crazed men-friends, hot dinner dances and nights in New York, and a slow slide into breakdown."

Opinião:

The Bell Jar, cuja tradução para português é A Campânula de Vidro, é o único romance de Sylvia Plath, mais conhecida pela sua poesia. Este romance foi publicado em 1963, sob o pseudónimo de Victoria Lucas, semanas antes da morte de Sylvia Plath.

Neste romance auto-biográfico, Esther Greenwood narra-nos a sua história. Ela é uma rapariga com um futuro promissor, agraciada com bolsas de estudo, entre elas a bolsa Fullbright, mas que de alguma maneira não se encaixa nem identifica totalmente com o mundo à sua volta. Cheia de sonhos, de planos, Esther quer ser escritora e não pensa em casar nem em ter filhos, algo que ela vê como uma espécie de prisão e de barreira para alcançar os seus objectivos. Esther encontra-se, no início da narrativa, em Nova Iorque, a fazer uma espécie de estágio como editora numa revista feminina, juntamente com outras raparigas. E é aqui que os seus problemas começam, ou pelo menos começam a aflorar. Temos, então a descrição vívida da sua descendência até à depressão, dos seus pensamentos suicidas, da sua paranóia, da angústia de viver.

Para se compreender um pouco desta história, talvez seja necessário conhecer também a história da própria autora e do contexto em que o romance foi escrito. Sylvia Plath faz parte do grupo dos Poetas Confessionais que surgiu nos anos 50, nos Estado Unidos, cuja escrita era isso mesmo: confessionalista. Deste grupo surgem escritores como Robert Lowell, Anne Sexton ou Allan Ginsberg.
Plath começou a escrever poesia desde tenra idade, por volta dos oito, nove anos, desde a morte do seu pai. Altura também em que tentou o suicídio pela primeira vez. Ao longo da sua vida académica ganhou vários prémios pela sua escrita e publicou o seu primeiro livro de poesia, intitulado The Colossus, em 1960 enquanto vivia em Londres com o seu marido e também poeta, Ted Hughes, que obteve poucas críticas favoráveis na altura.
Nos últimos anos de vida, a escrita de Plath tornou-se mais pessoal, mais confessional, revelando os seus tormentos e problemas emocionais e psicológicos, tendo sido publicados póstumamente, numa obra intitulada Ariel. Mais tarde, em 1982, Sylvia Plath tornou-se na primeira poeta a ganhar o prémio Pulitzer, póstumamente, com uma antologia de poemas intitulada The Collected Poems. Sylvia Plath suicidou-se em 1963.

E é tudo isto que é descrito no seu romance. A sua vida académica, as várias tentativas de suicídio, os seus (des)amores, aas suas aspirações e sonhos, a sua tentativa falhada de ver o mundo como todas as outras pessoas, o seu internamento psiquiátrico num asilo e consequentes tratamentos de choque, bastante frequentes na altura, as suas obsessões com o sangue, com as coisas mórbidas e a morte.

Eu adorei este livro. É a segunda vez que o leio e creio que da primeira vez não gostei tanto porque também me faltava bagagem e outro tipo de entendimento para perceber o livro na sua totalidade. É um retrato pessoal fascinante sobre a depressão e sobre o mundo visto pelos olhos de alguém que está preso dentro de uma campânula de vidro. Não uma que nos protege, mas que nos aliena, que nos põe de parte e nos isola.
Sempre me interessei muito por poetas, escritores e artistas em geral, de alguma forma torturados pelos seus próprios demónios, porque também passei por uma fase muito negra da minha vida há uns anos atrás. Ao ler Sylvia Plath senti que algumas coisas que ela escreveu poderiam ter sido escritas por mim, por me identificar tanto com elas.

Para quem estiver interessado em saber mais sobre a sua obra, deixo aqui o link de um site com poesia sua:
http://www.stanford.edu/class/engl187/docs/plathpoem.html
Destaco, entre outros, Lady Lazarus, o meu preferido.

6/6 - Excelente

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2 comentários

  1. Já vi alguns programas sobre a autora, e acho que até há um filme, e fiquei interessada na sua obra. É sem dúvida um livro a ter em conta.

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  2. Há um filme da BBC, com a Gwyneth Paltrow e com o Daniel Craig a fazerem de Sylvia Plath e Ted Hughes, respectivamente. Ainda não vi, mas também queria ver.

    Do que eu gosto mais é, definitivamente, da sua poesia, especialmente a mais tardia. Mas este romance oferece um retrato bastante vívido do que era ter problemas psicológicos naquela altura e do quão difícil é crescer.

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