Os Livros da Minha Infância

setembro 05, 2011

Há uns dias, numa conversa com a minha mãe, à medida que víamos o filme Becoming Jane, sobre a vida da jovem Jane Austen, vieram à baila os livros da nossa infância. Alguns foram os mesmos, porque alguns dos livros que li em miúda eram da minha mãe.

Posso considerar-me uma sortuda porque a minha casa sempre esteve cheia de duas coisas: música e livros. Os meus pais eram e são viciados em ambos, embora agora só leiam em tempos de férias. Assim, sempre fui habituada a folhear livros, mesmo quando ainda não sabia ler, e as minhas escolhas recaíam nos livros sobre natureza, atlas geográficos, livros com abundância de imagens que me fizessem imaginar outros lugares, outras pessoas, outras coisas que eu nunca tinha visto. Tinha um interesse particular num livro que ainda cá temos, chamado "Desastres que Mudaram o Mundo". Desde a extinção dos dinossauros, passando pela seca do Mar Mediterrâneo, pelo naufrágio do Titanic, terramotos, entre tantos outros que ficaram para a história. Não me perguntem porquê a minha "panca" por este livro, mas a verdade é que as imagens eram muito apelativas, estes desastres eram algo que eu não percebia bem o que eram, e a minha imaginação fervilhava com eles...

Mas passando verdadeiramente aos livros da minha infância, se me perguntassem qual o livro que elegeria como o livro desse tempo, a minha escolha iria para As Mulherzinhas, de Louisa May Alcott. A verdade é que já não me lembro muito bem da história, devo ter lido este livro quando tinha à volta dos 10 anos. Mas ficou-me de tal maneira na memória, que me lembro de ter apaixonado pela narrativa e pelas personagens. Ainda hoje, as histórias dos meus livros preferidos passam-se entre o século XVIII e XIX. Este período histórico apela bastante à minha imaginação por ser uma época de revoluções a todos os níveis, porque a natureza tem um papel importante na narrativa, porque as palavras e as emoções parecem muito mais ricas, e os sentimentos são descritos de uma maneira tão bela! Daí os meus poetas preferidos também datarem deste período. Além disso, este livro foca a sua narrativa na vida de cinco mulheres fortes que tentam superar as adversidades do seu tempo e condição. Estou, seriamente, a pensar em fazer uma releitura deste livro.

Para além de As Mulherzinhas, destaco outros livros da literatura infantil, como os livros da Condessa de Ségur: Os Desastres de Sofia, As Meninas Exemplares e A Menina Insuportável. Para além destes, as fábulas de La Fontaine, os contos dos irmãos Grimm, os livros que tinha das histórias da Disney, e outras histórias com as quais ia tomando contacto à medida que a minha mãe fazia as colecções de contos infantis do Círculo de Leitores. Havia duas que eu adorava, particularmente, porque tinham imagens fantásticas: The Selfish Giant e The Happy Prince, de Oscar Wilde. Os contos infantis de Wilde são bastante bonitos, fica já aqui o conselho. Tenho pena de já não ter cá o livro onde estava o primeiro conto, porque tinha, de facto, imagens belíssimas. São dois contos riquíssimos, muito bonitos e que apelam, ao mesmo tempo, à imaginação das crianças como ao seu sentido de moral. Aconselho a todos os que têm filhos, sobrinhos ou primos mais novos.

E foram estes os livros que marcaram a minha infância. São estes de que ainda me lembro e que têm um lugar especial nas minhas memórias de menina. E os vossos, quais são?

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5 comentários

  1. Para mim são Os Cinco e Os Sete da Enyd Blyton. Foram os primeiros livros "só com palavras" que li e me desgraçaram, no bom sentido é claro. :D

    Também li As Mulherzinhas, porque dava uns desenhos animados na TVI e houve um dia que disse "quero saber o que acontece e não consigo esperar pelo episódio de amanhã!" Tenho a edição da imagem do post, que faz parte da colecção Azul do Círculo de Leitores. Os livros da Condessa de Ségur também fazem parte e lembro-me de ter lido, tal como as história da Pollyana e outras, mas não me recordo muito. Ainda cá os tenho em casa e sei que não li muitos deles, mas estou a pensar pegar-lhes. :D Pena é que pareça que não tem o texto todo, mas como a maior parte deve estar no Projecto Gutenberg, é uma questão de ir fazendo leituras paralelas... :D

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  2. A minha mãe ainda me tentou impingir os da Enyd Blyton, porque ela também os leu, mas eu nunca consegui gostar daquilo...lol
    Mesmo, mais tarde, também nunca consegui ler os livros da colecção Uma Aventura, embora me tivessem oferecido outros livros com mistério, a inclinar para o policial, e eu devorava-os :P

    Os meus livros da Condessa de Ségur e todas as colecções de contos infantis que cá tinha (valha-nos o Círculo de Leitores) foram dados para a biblioteca, porque a minha mãe achou que, como estávamos a crescer, aquilo já não interessava :P E os contos tinham imagens tão lindas! Às vezes pegava nos livros só pelas imagens :D

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  3. Eu não tinha mais livros nenhuns sem ser os da Enyd, que a minha mãe estava a coleccionar através do CL, por isso a variedade não era muita. :P Só depois é que começou a colecção Azul, salvo erro ou então foi ela que só começou a comprá-los nessa altura, mas eu era uma criança meio parva e tinha medo de me esquecer das histórias da Enyd, pelo que as relia vezes sem conta. xD E sim, as imagens são tão fofas!

    Ainda referente a desenhos animados e livros, só há uns anos é que descobri que tinha o livro da Frances Hodgson Burnett, o Jardim Secreto, que também deu origem a um desenho animado que eu adorava! Foi preciso pedir o original emprestado a uma colega para descobrir que o tinha cá em casa com o nome de O Jardim Misterioso. *massive facepalm*

    Também nunca apreciei muito Uma Aventura. Mas gosto de O Bando dos 4. :D

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  4. Também foi um livro que me marcou na infância e lembro-me que, tal como a white lady também acompanhava a série. Também cheguei a ver a série do Jardim misterioso mas não cheguei a ler o livro.

    Boas leituras!

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  5. Hum... Não me lembro desses desenhos animados! Mas pronto, a idade avança e uma pessoa também não se pode lembrar de tudo :P

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