O Rei Veado - Opinião
setembro 30, 2013
Título: O Rei Veado (As Brumas de Avalon #3)
Autor: Marion Zimmer Bradley
Editora: Difel
Páginas: 309
Sinopse:
Opinião:
Autor: Marion Zimmer Bradley
Editora: Difel
Páginas: 309
Sinopse:
"Unificada e pacificada a Bretanha, o rei Arthur ocupa agora parte do seu tempo na administração da justiça e do bem-estar dos seus súbditos. Mas não pode descurar a preparação dos seus guerreiros, e é urgente que o povo esqueça rapidamente as antigas práticas pagãs e abrace com fervor a nova religião.
Enquanto isso, Gwenhwyfar não desiste de ter um filho, e a sua esterilidade só pode encontrar explicação nos pecados cometidos por ela ou por Arthur, e que Deus decidiu castigar exemplarmente. Mas que pecados tão graves poderá Arthur ter cometido? Terá sido apenas o seu amor por Gwenhwyfar - que vivia na angústia de não lhe poder dar um herdeiro natural - o que o levou, em noite de Beltane, a juntarem-se os dois e Lancelet na cama onde costumavam dormir?
Mas, afinal, Arthur tem um filho, um filho que não pode ser seu herdeiro e que a moral cristã rejeita. O rei Arthur é o Rei Veado, vítima de O-Dos-Chifres, que o cegou e enganou, e da astúcia de Viviane, a Senhora do Lago, que tudo fez para que os desígnios da Deusa se cumprissem, levando-o, sem saber, a gerar um filho no ventre da meia-irmã Morgaine, no dia em que foi coroado rei na Ilha do Dragão.
Assassinada brutalmente Viviane, é Morgaine quem ressurge com o rejuvenescer da força e da Visão, reencontradas nos braços de um jovem que a faz recordar e cumprir os votos de sacerdotisa. E, tal como Viviane, Morgaine tudo irá fazer para que a Deusa de novo estenda, a partir de Avalon, os seus longos braços por toda a Bretanha. Mas… que será do Rei Veado, quando o jovem veado crescer?"
Opinião:
Passados praticamente seis meses depois de ter lido A Rainha Suprema, segundo livro de As Brumas de Avalon, achei que estava na altura de voltar a este mundo, até porque me andava a apetecer ler livros no contexto celta e arturiano.
Neste volume, apesar de ter gostado bastante, senti falta de alguma magia que estava presente nos volumes anteriores. Morgaine abandonou Avalon depois de ter engravidado e quis renunciar à Deusa e à vida de sacerdotisa. Por isso, são poucas as referências à cultura celta, à Deusa, à mística de Avalon e ao poder de Morgaine enquanto sacerdotisa. Neste livro está mais evidente a presença da religião cristã, que vai ganhando terreno junto das populações e dos seus governantes, que passam a adoptar estas crenças em detrimento de crenças e rituais pagãos. Apesar de ser interessante ver esta transformação, até na corte de Artur e no próprio Artur, este livro foi o que menos me apelou, por esse motivo. Só no final voltamos a ter um vislumbre de Avalon e aí sim, voltou a interessar-me mais.
É curioso notar que, enquanto que Morgan tem sido, ao longo dos séculos, vista como uma personagem de carácter negativo, uma mulher bruxa, feiticeira, antagonista de Artur que só lhe quer usurpar o poder, aqui Morgaine ganha um carácter positivo, e quem aparece como a "bruxa má", a meu ver, é Gwenhwyfar. Gwen, com a sua personalidade obcecada com a religião cristã, com aquilo que é pecado, fixada em Morgaine como uma mulher que só lhe quer mal, sendo invejosa e ciumenta, acaba por tornar-se numa personagem irritante. Penso que é a personagem mais detestável de todo o livro! Mas através das duas, Morgaine e Gwenhwyfar, podemos ter um vislumbre das duas fés opostas e da luta de ambas para se afirmarem num território que, apesar das suas crenças enraizadas, acaba por se deixar absorver pela vinda do Cristianismo.
Religiões à parte, gostei de voltar ao mundo arturiano e à história de Morgaine, Arthur, Lancelet, Gwenhyfar e da introdução de novas personagens como Elaine, Gwydion e Accolon. Gosto de ver como a lenda foi transformada e adaptada, e da maneira como Marion Zimmer Bradley altera alguns pormenores mas faz com que eles tenham sentido na narrativa que construiu. Para mim, este é um mundo apaixonante e é interessante verificar como ele está tão enraizado no nosso imaginário.
Gostei deste livro, embora não de maneira tão entusiasta como dos dois anteriores, até porque me demorei mais tempo a lê-lo, mas estou bastante curiosa para ver como será contada a parte final desta história.
4/6 - Bom
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