A Filha da Profecia - Opinião

agosto 06, 2014

Título: A Filha da Profecia (Sevenwaters #3)
Autor: Juliet Marillier
Editora: Círculo de Leitores
Páginas: 474
Sinopse:
"No desfecho da Trilogia de Sevenwaters, Juliet Marillier apresenta-nos uma história de lealdade e amor, carregada de elementos mágicos. Fainne foi criada numa enseada isolada da costa, com uma infância dominada pela solidão. O pai, exilado de Sevenwaters, ensina-lhe tudo o que sabe sobre magia. Esta existência pacífica será, em breve perturbada pela chegada da avó: a cruel feiticeira Lady Oonagh, que persuade Fainne de que ela descende de uma linhagem maldita e foras-da-lei. Enviada para Sevenwaters com o objectivo de a destruir, aterrorizada, a jovem Fainne vai usar todos os seus poderes mágicos para impedir que uma profecia se cumpra."

Opinião:

Eu devia ter vergonha. Há três anos que li O Filho das Sombras e deixei passar este tempo todo para terminar esta trilogia (sim, bem sei que há mais livros dentro do universo Sevenwaters, mas com este livro termina a trilogia original). Mas lá me deu a coragem, aliada à sugestão da Patrícia, no twitter, e finalmente li este A Filha da Profecia.

Neste livro seguimos a história de Fainne, uma rapariga que foi criada nas artes druídicas e da feiticaria, isolada de todas as pessoas com excepção do seu pai e de Darragh, um rapaz nómada que se fixa com os restantes nómadas em Kerry, durante o verão. Fainne é atormentada pela sua linhagem e convencida de que a sua magia só poderá ser usada para o mal, sendo usada por Lady Oonagh para os seus próprios planos maquiavélicos. Porém, Fainne é uma rapariga boa e inocente, demasiado ingénua para perceber as verdadeiras intenções da Lady Oonagh e segue as suas instruções à risca, à base de ameaças. Mas houve qualquer coisa que não me deixou ligar a Fainne como me liguei anteriormente a Sorcha, ou a Liadan. A força dela é uma força diferente das outras duas mulheres, mas ainda assim não me seduziu e chegou a parecer-me fraca. Acho que esperava mais desta protagonista e, nesse aspecto, o livro ficou àquem das minhas expectativas.

Contudo, gostei bastante de voltar à Irlanda, de ouvir as suas histórias, voltar a Sevenwaters e aos seus habitantes, bem como à floresta e aos seus seres misteriosos, último reduto de tempos idos. Gostei da preseça dos rituais celtas, das suas crenças e mitologia que acaba por não ser uma coisa à parte da vida quotidiana: tudo está interligado e tudo se vive no dia-a-dia. Mas todo este livro me soube a pouco. Penso que estava à espera de algo mais emocionante, com mais aventura, que me fizesse sentir que estava embrenhada na história. Isso não aconteceu. Achei o livro mais morno, e achei que a história de Fainne e Darragh podia ser mais explorada. Faltou-lhe paixão.

Ainda assim, é um bom livro que nos faz voltar a Sevenwaters e à Irlanda, e que nos lembra dos velhos valores da terra, da nossa ligação à natureza e de como a temos estado a perder, poluindo, devastando, matando para nosso próprio proveito, sem pensar no perigo que espreita a cada árvore abatida, a cada espécie animal extinta, a cada derramamento de petróleo no oceano. Penso que este é o forte de todos os livros e este não lhe escapa: a importância da ligação e da harmonia entre o homem e a natureza. É, no geral, um bom livro e fico com vontade de ler os restantes da série Sevenwaters.

4/6 - Bom

(Este livro conta para o desafio TBR Pile Reading Challenge)

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