Olá a todos! E aqui estamos para mais um vídeo do Só Ler Não Basta, desta vez dedicado a dicas de como poupar dinheiro e, ainda assim, continuar a ler. Damos dicas, exemplos daquilo que fazemos para poupar ou não gastar dinheiro de todo nos livros que lemos. Desde ebooks a preço zero, como o Projecto Adamastor ou o Project Gutenberg, aproveitar promoções e a Feira do Livro, ler em inglês para comprar os livros mais baratos, emprestar e trocar livros, utilizar bibliotecas... Enfim. São algumas dicas úteis que temos para vocês.
De todos os livros que tens, quantos é que ainda não leste?
Ora bem, vamos, se calhar, não falar nos e-books. Livros em papel e que sejam só meus (porque cá em casa tenho também aqueles que são dos meus pais) tenho um total de 226. Desses, tenho por ler 65, o que equivale a uma percentagem de, mais ou menos, 28%. Não acho que o meu caso seja mau porque conheço piores. Ainda assim, ter cá em casa mais de 60 livros por ler... É qualquer coisa.
Digo já que sou péssima para me lembrar de citações de cor e salteado. Apesar de ter algumas que adoro, não consigo dizê-las de cor nem estão na ponta da língua. É como os poemas, há quem consiga recitar os seu poemas ou versos favoritos, mas isso não é comigo. Memorizar frases inteiras é-me praticamente impossível. Mas, apesar de tudo, há coisas que ficam na memória e posso não saber palavra por palavra, mas lembro-me de partes, o que me permite ir ao google e encontrar as citações completas e correctas. Por isso, aqui vão um misto de citações inspiradoras e citações favoritas que possam ser não tão inspiradoras:
1. "This above all: to thine own self be true, And it must follow, as the night the day, Thou canst not then be false to any man". - Esta é a única citação que eu sei de cor, mas também é porque não é muito longa. Da minha peça favorita de William Shakespeare, Hamlet, esta citação é de Polonius. Podia retirar tanta coisa desta peça, minha nossa... estávamos aqui o dia todo. Gosto muito dela porque me lembra para ser verdadeira a mim própria, apesar de tudo aquilo que possam querer que eu seja ou que eu faça.
2. "Do you think, because I am poor, obscure, plain and little, I am soulless and heartless? You think wrong! - I have as much soul as you, - and full as much heart! And if God had gifted me with some beauty and much wealth, I should have made it as hard for you to leave me, as it is now for me to leave you!" - Já tinha que vir a Jane Eyre, da Charlotte Brontë. A primeira vez que li esta frase senti-me avassalada pela força de Jane e ainda hoje me serve de inspiração. Todos merecem amor e carinho. Todos.
3. "It does not do to dwell on dreams and forget to live". - Professor Dumbledore em Harry Potter and the Philosopher's Stone. Tanta sabedoria que vem deste senhor, é uma das minhas personagens favoritas da série. O que retiro desta frase é que por vezes estamos tão habituados a sonhar acordados, a idealizar a nossa vida, o nosso futuro, que acabamos por nos esquecer de a viver e de apreciar aquilo que nos rodeia.
4. "Never forget what you are, for surely the world will not. Make it your strength. Then it can never be your weakness. Armour yourself in it, and it will never be used to hurt you". - Tyrion Lannister em A Game of Thrones de George R. R. Martin. Também podíamos estar aqui o dia todo com citações dele. Gosto muito desta porque fala de assumirmos aquilo que somos, as nossas qualidades, os nossos defeitos, as nossas limitações, as nossas diferenças, sem vergonha.
5. "But no living man am I!" - Éowyn, em The Return of the King, de J. R. R. Tolkien. YEAH!!!
6. "We are all in the gutter, but some of us are looking at the stars." - Oscar Wilde em Lady Windermere's Fan. Nunca li esta peça, mas esta frase ficou-me porque a vi já não sei onde (provavelmente por aí, na internet) e é uma belíssima frase que vem lembrar que é possível encontrar beleza mesmo no meio da fealdade. Real ou metafórica.
7. “So tell me, since it makes no factual difference to you and you can't prove the question either way, which story do you prefer? Which is the better story, the story with animals or the story without animals?' Mr. Okamoto: 'That's an interesting question.' Mr. Chiba: 'The story with animals.' Mr. Okamoto: 'Yes. The story with animals is the better story.' Pi Patel: 'Thank you. And so it goes with God.” - em Life of Pi de Yann Martel. Esta parte faz o livro todo, é só o que vos digo. Peço desculpa se estou a ser spoiler, mas é isso.
8. "I took a deep breath and listened to the old brag of my heart. I am, I am, I am." - Sylvia Plath em The Bell Jar. Adoro esta frase. Uma das minhas prováveis próximas tatuagens será precisamente o "I am, I am, I am". Nunca se esqueçam de quem são.
9. "It wasn't only wickedness and scheming that made people unhappy, it was confusion and misunderstanding; above all, it was the failure to grasp the simple truth that other people are as real as you." - em Atonement, do Ian McEwan. Gostei muito do livro e esta frase ficou-me pela simplicidade do seu significado.
10. "Horas, horas sem fim,
pesadas, fundas,
esperarei por ti
até que todas as coisas sejam mudas.
Até que uma pedra irrompa
e floresça.
Até que um pássaro me saia da garganta
e no silêncio desapareça." - Peço desculpa, fiz batota e pus aqui um poema, mas não consegui resistir. Um dos meus poemas favoritos de SEMPRE. "Espera", de Eugénio de Andrade.
(O Top Ten Tuesday é uma rubrica da autoria do blog The Broke and the Bookish)
E eis que chegamos ao mês de Abril e de mais um vídeo do Só Ler Não Basta. Aqui vão as nossas leituras, os nossos artigos e também o tema do mês. Em Abril vamos falar de como continuar a ler sem gastar tanto dinheiro. Participem na discussão no Goodreads, que queremos saber como é que vocês fazem para continuar a ler e, ao mesmo tempo, poupar dinheiro!
Artigos:
Diana - Salman Rushdie is a Harsh Goodreads Critic
Telma - Meet the Woman Who Sold A Million Copies Of Her Coloring Books For Adults
Carla - Fangirl Happy Hour
Livros:
Diana - Adoecer, de Hélia Correia
Telma - A Sangue Frio, de Truman Capote e The Dante Club, de Matthew Pearl
Carla - No Limiar das Trevas, de Scott Westerfeld
(imagem vista aqui)
Pois é... Isto toca a todos, de tempos a tempos. E a mim veio-me bater à porta agora. A verdade é que desde que comecei o doutoramento o meu ritmo de leitura baixou imenso. Comecei a ler mais lentamente, um livro que me demorava uma semana a ler agora demora 20 dias. Às vezes começo a ler um livro com o qual estou super entusiasmada, mas com as leituras que faço para a faculdade o meu humor muda e a vontade de ler esvanece ou altera-se: num dia pode apetecer-me ler um romance, para três dias depois ter uma vontade enorme de ler fantasia. E escrevo-vos porque penso que vou partir para mais uma desistência.
Estava a ler o North and South, da Elizabeth Gaskel desde o fim de Março. Apetecia-me mesmo ler um livro do século XIX, daquele estilo. Agarrei nele e passado uns dias começou a aborrecer-me, porque já não me apetecia ler nada daquilo. Mas fui insistindo porque tinha boas recomendações e porque podia ser uma coisa passageira, aquele mau feitio. Mas às tantas não me estava a identificar com as personagens, chateava-me o enquadramento social, enfim. Estava a fazer um esforço para pegar no Kobo e lê-lo. Acabei por desistir e partir para o Galveias, do José Luís Peixoto, incentivada pelo último Só Ler Não Basta e porque o Peixoto é um dos meus autores favoritos. Apostar em autores favoritos é sempre bom. Li vinte páginas e já estou com vontade de desistir. Simplesmente porque não me apetece ler aquilo. Não estou para ali virada. Somente isto.
Mas também não sei bem o que é que me apetece ler. Pensei em voltar à trilogia Mistborn, do Brandon Sanderson, que tanto adorei o primeiro volume. Mas não tenho a certeza se será o momento porque o livro é grande e eu não sei se me apetece pegar num calhamaço. Pensei em reler o Clash of Kings, do George R. R. Martin. Mas se receio pegar no do Sanderson, que deve ter umas 600 páginas, quanto mais no Martin que anda perto das 900, mesmo sendo uma releitura. Pensei também nos Bridgertons, da Julia Quinn, que é sempre uma leitura de conforto. Mas depois penso outra vez e já não me apetece. Por isso, acho que estou numa fase em que se calhar é melhor ficar quieta até encontrar algo que me desperte a atenção e a vontade de ler.
A verdade é que passo os dias a ler para a tese ou para trabalhos que tenho de fazer, e a minha cabeça, os meus pensamentos, giram à volta desses trabalhos ou de um determinado tema e às vezes não me consigo desligar disso. Estou a fazer um trabalho sobre o filme Rebecca, do Alfred Hitchcock, e a minha mente só consegue pensar nisso, naquele ambiente, naquelas temáticas, no rumo que estou a dar ao meu trabalho. Por isso, às vezes não me consigo abstrair o suficiente para mergulhar num livro de ficção, mesmo que queira muito. A minha cabeça parece só ter espaço para os livros que tenho de ler, e os livros que quero ler acabam por ficar para trás. Depois olho para a minha lista de livros para ler e, por vezes, fico tão assoberbada com a quantidade e a variedade de coisas, que ainda me sinto mais perdida! E acabo por passar horas em frente ao computador a ver vídeos no youtube, ou séries, ou coisa que o valha. O cérebro parece abstrair-se melhor.
Por isso é neste estado de espírito que vos escrevo, caríssimos leitores. Como alguém que quer ler mas não consegue, qual Virginia Woolf do século XXI. Mas descansem que não vou pôr pedras no bolsos e meter-me num rio. Vou esperar que isto passe, que a vontade volte, porque afinal isto é só uma fase. Quanto tempo vai durar? Não sei. Mas não vale a pena pensar nisso, porque não me vou pressionar a ler. Por isso, desejem-me sorte e, já agora, deixem recomendações nos comentários! Como fazem para ultrapassar estas fases? Que livros vos ajudaram a sair destes "reading slumps" e que recomendam?
Lês livros recomendados por amigos? Ou preferes descobrir por ti mesmo livros para ler?
Um misto das duas coisas. Tanto descubro livros por mim própria como acabo por ler ou querer ler livros que me são recomendados por pessoas cuja opinião levo em conta e em quem confio. Penso que se não fossem algumas recomendações, de certeza que alguns livros me passariam ao lado. Além disso, sites como o Goodreads abundam em recomendações, e o difícil é não adicionar TUDO o que parece interessante.
E o mês de Março passou, por isso vamos a mais uma lista de links interessantes de que gostei.
Is Our Concept of "Well-Read" Elitist? - Penso que não temos nenhuma expressão que traduza à letra o conceito de "well-read". Mas, para todos os efeitos, este artigo do Bookriot discute o que é ser instruído ou culto em termos literários: é alguém que lê muito de uma grande variedade de géneros, é alguém que domina os clássicos da literatura?... Este artigo é bastante interessante porque para além de abordar o que é ser-se culto, e da sua vertente elitista, também questiona este conceito quando restrito à cultura ocidental.
Heroine addict: can a good book actually change our personalities? - Um artigo do jornal britânico Independent que nos fala de um estudo que revela que à medida que estamos a ler, aquilo que está a acontecer com as personagens o nosso cérebro acredita que está a acontecer connosco. Daí, talvez, venha o aspecto de nos identificarmos com as personagens e de sentirmos que estamos a vivenciar, com elas, as suas experiências.
13 Fantasies inspired by mythology from the British Isles - Não, não precisamos de mais livros para acrescentar à nossa já infinita lista de livros que queremos ler. Ainda assim, fica mais uma. Desta vez sobre fantasia que tem como base mitos das Ilhas Britânicas.
The Beloved, Bickering Bridgertons turn 15 this year - O site NPR Books fez notar, e bem, que a saga Bridgertons da Julia Quinn faz 15 anos este ano! O primeiro livro da série, The Duke and I (em português Crónica de Paixões e Caprichos - eu sei, toda uma arte para tradução de títulos) foi publicado no ano 2000 e, por isso, também acho que é de celebrar esta data. Nunca fui de ler romances, mas reconheço aqui o mérito de Julia Quinn que pode servir, inclusive, como porta de entrada para este género literário que também merece atenção e que tem o seu valor.
The Worst e-book cover art March 2015 - Vá, riam-se um bocado (ou muito!) com as capas, os títulos e tudo e tudo! Porque não há, claramente, limites para a imaginação.
"That's how I want to remember Terry": Neil Gaiman reminisces about Pratchett - Porque o mês de Março foi o mês em que faleceu Terry Pratchett, autor britânico de fantasia e ficção científica, mais conhecido pela série Discworld. Deixo aqui um texto de Neil Gaiman sobre Pratchett, com quem colaborou em Good Omens. No fim da página do link, há outra série de artigos sobre Pratchett, se tiverem curiosidade.
Heroine addict: can a good book actually change our personalities? - Um artigo do jornal britânico Independent que nos fala de um estudo que revela que à medida que estamos a ler, aquilo que está a acontecer com as personagens o nosso cérebro acredita que está a acontecer connosco. Daí, talvez, venha o aspecto de nos identificarmos com as personagens e de sentirmos que estamos a vivenciar, com elas, as suas experiências.
13 Fantasies inspired by mythology from the British Isles - Não, não precisamos de mais livros para acrescentar à nossa já infinita lista de livros que queremos ler. Ainda assim, fica mais uma. Desta vez sobre fantasia que tem como base mitos das Ilhas Britânicas.
The Beloved, Bickering Bridgertons turn 15 this year - O site NPR Books fez notar, e bem, que a saga Bridgertons da Julia Quinn faz 15 anos este ano! O primeiro livro da série, The Duke and I (em português Crónica de Paixões e Caprichos - eu sei, toda uma arte para tradução de títulos) foi publicado no ano 2000 e, por isso, também acho que é de celebrar esta data. Nunca fui de ler romances, mas reconheço aqui o mérito de Julia Quinn que pode servir, inclusive, como porta de entrada para este género literário que também merece atenção e que tem o seu valor.
The Worst e-book cover art March 2015 - Vá, riam-se um bocado (ou muito!) com as capas, os títulos e tudo e tudo! Porque não há, claramente, limites para a imaginação.
"That's how I want to remember Terry": Neil Gaiman reminisces about Pratchett - Porque o mês de Março foi o mês em que faleceu Terry Pratchett, autor britânico de fantasia e ficção científica, mais conhecido pela série Discworld. Deixo aqui um texto de Neil Gaiman sobre Pratchett, com quem colaborou em Good Omens. No fim da página do link, há outra série de artigos sobre Pratchett, se tiverem curiosidade.
Fica, ainda, a nota de pesar em relação a autores que também faleceram durante o mês de Março: o poeta Herberto Helder, Luís Miguel Rocha e o poeta sueco, nobel da literatura em 2011, Tomas Tranströmer.