We have always lived in the castle - Opinião

maio 26, 2018

Título: We have always lived in the castle
Autor: Shirley Jackson
Editora: Penguin Books
Páginas: 146
Sinopse:
"Taking readers deep into a labyrinth of dark neurosis, We Have Always Lived in the Castle is perhaps the crowning achievement of Shirley Jackson’s brilliant career: a deliciously unsettling novel about a perverse, isolated, and possibly murderous family and the dramatic struggle that ensues when an unexpected visitor interrupts their unusual way of life."

Opinião:

Quase dois meses para ler este livro, mas em minha defesa tive uns dois meses loucos em que não conseguia ter concentração suficiente para ler o que quer que fosse. Mas assim que retomei as leituras, li este livro num ápice! É certo que o livro não é longo, nem chega às 150 páginas, mas a história consegue prender o leitor o suficiente ao manter a minha vontade aguçada. 

Este livro conta a história das irmãs Merricat e Constance Blackwood que vivem praticamente reclusas na sua casa com o tio Julian e com um gato chamado Jonas. Vivem numa vila com uma comunidade pequena, em que todos se conhecem e todos ostracizam as irmãs Blackwood. Acho que não vos posso adiantar muito mais porque não quero dar spoilers nem estragar possíveis surpresas, mas adorei conhecer estas duas irmãs muito especiais, com uma história de vida peculiar e a casa que as alberga. Penso que a casa é quase uma personagem do próprio livro porque desempenha um papel crucial e central em toda a narrativa. A casa que é um refúgio, um lugar seguro que protege das ameaças do exterior, mas ao mesmo tempo também prende, confina e impede o contacto com a vida lá fora.

Adorei a personagem principal que nos conta a história, Merricat, uma rapariga de 18 anos que tem uma visão muito particular da vida e daquilo que a rodeia. Tem uma imaginação muito rica, que acaba por ajudá-la a lidar com tudo aquilo que lhe aconteceu e acontece, e através das suas divagações nos percebemos do quão alterada é a sua visão sobre o mundo. Tem várias superstições que ela acredita agirem como uma rede de protecção para si e para a sua família e tem uma ligação forte à natureza, em particular à floresta perto da sua casa que é, também, um refúgio seu. Todo o livro pinta um cenário enigmático, em que sentimos sempre que há alguma coisa que espreita para além daquilo que sabemos, e eu adoro livros assim. 

Gostei muito deste livro, em especial da personagem principal, Merricat, da sua forma de pensar e das suas ideias, do mistério inicial que nos é colocado, das voltas e reviravoltas que a autora nos apresenta para contar a história destas duas irmãs. É um livro que nos fala da solidão que ocorre por sermos diferentes e colocados à parte, fala-nos de devoção e amor, da lealdade à família, mas também de redenção. Merricat e Constance ficarão sempre comigo, acho que é impossível não ficarem, e ainda bem que li este livro porque agora fiquei com vontade de ler mais obras da autora.

5/6 - Muito Bom

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