Segredos Obscuros - Opinião

fevereiro 10, 2020


Título: Segredos Obscuros
Autor: Hjorth e Rosenfeldt
Editora: Suma de Letras
Páginas: 439
Sinopse:
"Sebastian Bergman é um homem à deriva.

Psicólogo de formação, trabalhava como profiler para a polícia e era um dos grandes especialistas do país em serial killers. Perdeu tudo quando o tsunami no continente indiano lhe levou a mulher e a filha.

Tudo muda com uma chamada para a polícia.
Um rapaz de dezasseis anos, Roger Eriksson, desapareceu na cidade de Västerås. Organiza-se uma busca e um grupo de jovens escuteiros faz uma descoberta macabra no meio de um pântano: Roger está morto e falta-lhe o coração.
É o momento de Sebastian se confrontar com um mundo que conhece demasiado bem.
O Departamento de Investigação Criminal pede ajuda a Sebastian. Os modos bruscos e revoltados de Sebastian não impedem a investigação de avançar. E as descobertas sobre a escola que Roger frequentava são aterradoras."


Opinião:

Há bastante tempo que não enveredava pela literatura policial, mas que bem me fez este livro! Já tinha saudades deste género e nem sabia até ter acabado esta leitura. O suspense, a leitura compulsiva, o crime, a dinâmica das personagens, acho que este tipo de livros ajudam bastante a quem está num reading slump, ou que queira uma leitura mais rápida. Porque se um livro destes estiver bem escrito e a narrativa não deixar pontas soltas, é devorado bem depressa. E é o que acontece com este livro, que foi a minha estreia com os autores suecos Hjorth e Rosenfeldt.

Neste livro seguimos a narrativa à volta de um crime: um rapaz de 16 anos, Roger Eriksson, é encontrado morto naquilo que parece um crime ritual, uma vez que lhe falta o coração. Este é o epicentro da história a partir do qual irradiam todas as outras: as dinâmicas pessoais entre todos os que compõe o corpo policial que investiga o crime; as várias descobertas que se vão fazendo em relação ao próprio crime e, principalmente, a vida de Sebastian Bergman. 

Bergman foi um psicólogo forense, brilhante na sua área, mas que carrega consigo o peso da perda da família e, por isso, desde aí, anda à deriva. À deriva nas relações pessoais, envolvendo-se apenas em casos de uma noite, mantendo-se afastado dos pais, dos antigos colegas e amigos; e à deriva na sua profissão, encontrando uma pequena janela aberta através deste crime, em que volta a trabalhar na sua área. Sebastian é um homem charmoso, inteligente, profundo conhecedor da natureza humana, sarcástico e provocador, de feitio difícil, pondo sempre à prova a paciência de quem entra em contacto com ele.

Para além de ficarmos a conhecer Sebastian, seguimos os progressos e os recuos que são feitos na resolução deste crime, que nos apresenta outro leque de personagens de quem gostei bastante: Torkel, Ursula, Vanja e Billy estão a cargo desta investigação criminal e têm histórias pessoais bastante interessantes também. 

Gostei bastante do livro pelas personagens que nos apresenta, principalmente Sebastian, que, apesar de todos os seus defeitos e feitio complicado, revela a fragilidade do ser humano que pode ser demonstrada através da frieza e das barreiras que construímos à nossa volta para não nos voltarmos a magoar. Para além de Bergman, achei interessante a narrativa criminal, embora em momentos tenha sentido que era secundária, complementando o desenvolvimento das personagens. 

No entanto, o livro é daqueles que se começa a ler e não se consegue parar. O final do livro tem uma revelação bombástica, da qual não estava nada à espera, e que me deixou muita curiosidade para continuar a ler os restantes livros.

5/6 - Muito Bom

(Esta leitura conta para o desafio Mount TBR Reading Challenge 2020)

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2 comentários

  1. Um livro escrito a 2 mãos, tenho comprado muitos romances policiais para minha mãe (85 anos) que vive comigo e adora, mas tenho evitado os nórdicos, pois por vezes parecem-me ter cenas muito sádicas para ela, agora tenho lido poucos policiais, já tenho a prateleira do género com dezenas de Agatha Christies cheia e alguns outros autores.

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    1. Os nórdicos escrevem policiais como ninguém, eu gosto muito e quero continuar a investir neste género. E acho incrível a sua mãe, com 85 anos, adorar policiais :)
      Boas leituras para si e para a sua mãe.

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