Podem ouvir a minha opinião completa no podcast, AQUI.

Este é um clássico da literatura gótica, escrito pelo norte-americano Henry James, mesmo no final do século XIX. É uma história curta, que se lê de um fôlego, mas que tem praticamente todos os traços que nós associamos a esta estética: um ambiente de inquietação e desconfiança, uma sensação de ansiedade, de medo e de estarmos desconfortáveis perante o que estamos a ler.

O livro conta-nos a história de uma preceptora, sem nome, que é contratada para ir para uma casa senhorial, Bly Manor, tomar conta de duas crianças, o Miles e a Flora. Este é um local caracterizado como idílico, pela nossa narradora, mas que depressa se torna num local inquietas-te, labiríntico, povoado por coisas que não sabemos se são reais ou não.

Este livro joga muito com ambiguidades e com a questão da percepção: será que o que nos está a ser relatado é real? Será que podemos confiar na narradora? Será que as coisas que ela conta servem para justificar as suas acções, e não correspondem à realidade? Este é um livro que nos coloca perguntas e que, quando o acabamos de ler, não temos a certeza de que foram respondidas. 

Gostei muito deste livro pelo ambiente que é criado, pela linguagem usada pelo autor precisamente para criar essa atmosfera, pela narrativa e pelas questões que nos coloca. Este é um daqueles livros que, mesmo depois de o acabarmos, continuamos a pensar nele e a perguntar "será que o que eu li, aconteceu?"

Se gostam da estética gótica e pretendem aventurar-se num clássico, este é o ideal.

Está, também, publicado para português com o título A Volta no Parafuso.

(Esta leitura conta para o desafio Mount TBR Reading Challenge 2022 e para o desafio Casas em Livros)