Dark Fire - Opinião

novembro 15, 2019

Título: Dark Fire
Autor: C. J. Sansom
Editora: PanMacmillan
Páginas: 608
Sinopse:
"Summer, 1540. Matthew Shardlake, believing himself out of favour with Thomas Cromwell, is busy trying to maintain his legal practice and keep a low profile. But his involvement with a murder case, defending a girl accused of brutally murdering her young cousin, brings him once again into contact with the King's chief minister - and a new assignment...

The secret of Greek Fire, the legendary substance with which the Byzantines destroyed the Arab navies, has been lost for centuries. Now an official of the Court of Augmentations has discovered the formula in the library of a dissolved London monastery. When Shardlake is sent to recover it, he finds the official and his alchemist brother brutally murdered - the formula has disappeared. Now Shardlake must follow the trail of Greek Fire across Tudor London, while trying at the same time to prove his young client's innocence. But very soon he discovered nothing is as it seems..."

Opinião:

Três anos depois da narrativa passada no primeiro livro Dissolution, voltamos à companhia do advogado Matthew Shardlake que tenta desvendar dois crimes: o primeiro diz respeito ao homicídio de um rapaz, supostamente, cometido pela sua prima Elizabeth; e o segundo tem a ver com o brutal assassinato dos irmãos Gristwood que descobriram uma substância potencialmente perigosa, mas que faria Cromwell cair nas boas graças do rei, chamada "Greek Fire". De facto, mais uma vez Cromwell contrata os serviços de Shardlake para descobrir não só o que aconteceu, mas também para encontrar a fórmula desaparecida que permite a produção desse material estranho para seu uso numa potencial arma incendiária. E, se no primeiro livro Cromwell está no auge do seu poder durante o reinado de Henrique VIII, neste livro a coisa já não é bem assim, e Cromwell tenta a todo o custo conservar a sua posição enquanto conselheiro do rei que se deteriorou depois deste ter arranjado o casamento do rei com a sua quarta mulher, Anne de Cleves - casamento esse que durou cerca de seis meses.

Assim, temos uma mistura de investigação criminal com ficção histórica, combinação essa de que gosto muito e Sansom faz maravilhosamente bem. Os passos dados na investigação de ambos os crimes acabam por se mesclar com as intrigas e lutas de poder entre Cromwell e o Duque de Norfolk, pai da futura esposa do rei, Catherine Howard, entre católicos e protestantes, adensando toda a trama que se vai desenvolvendo e colocando Shardlake em perigo. Gostei muito de reencontrar Matthew e a Inglaterra Tudor e de conhecer o seu novo companheiro Barak, designado por Cromwell para ajudar Matthew. São ambos homens muito diferentes, mas que acabam por se complementar bastante bem, afinal Matthew é um homem mais dado a processos mentais, sendo advogado, e Barak é um homem de acção, mais habituado à violência e a actos considerados menos nobres. 

O que melhor me soube neste livro, para além das personagens e da própria investigação em si, foi todo o ambiente criado pelo autor que nos oferece uma visão realista sobre aquele período, tanto nas esferas mais elevadas, como nas baixas, visitando tabernas, bordéis, prisões e andando pelas ruas de Londres pejadas de habitantes de todos os tipos. Quanto aos principais enredos de crime, confesso que não estava à espera do desenlace final. Sansom conseguiu construir uma trama de conspiração, alquimia e segredos de estado que levam Shardlake e Barak a percorrer as ruas de Londres durante um período de cerca de 15 dias, levando o leitor consigo na sua demanda, mas sem nunca adivinhando onde tudo irá parar.

Gostei bastante deste livro e de voltar ao período Tudor na companhia de Matthew Shardlake. Não posso deixar de aconselhar esta obra a quem gosta de um bom livro de ficção histórica com um enredo "policial" à mistura.

5/6 - Muito Bom

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