Podem ouvir a minha opinião completa no podcast, AQUI.
Este é um pequeno grande livro, digo-vos já. Temos aqui uns Estados Unidos após a Primeira Guerra Mundial, o ressurgir do Ku Klux Klan e um grupo de jovens mulheres que se dedica a caçá-los. Só que, aqui, a coisa é diferente, ou não estivéssemos perante um livro que oferece uma história alternativa com laivos de fantasia e terror: temos o Klan, que são membros deste grupo; e os Ku Kluxes, que são demónios que se alimentam do ódio dos primeiros.
Assim sendo, aqui fala-se de racismo, de violência, mas também de resistência e heroísmo à medida que as personagens são confrontadas com males sobrenaturais, criando um paralelismo entre os horrores históricos do Ku Klux Klan e os horrores sobrenaturais do livro, sendo que estes servem como metáfora para os primeiros. Temos, ainda, referências a elementos das mitologias e folclore do povo africano, a explicação do que é um Ring Shout, questões ligadas à lei Jim Crow, uma lei segregacionista que esteve em vigor até meados do século XX, e um grupo de mulheres fortes, corajosas e destemidas, lideradas pela protagonista do livro, que é Maryse, naquela que é uma espécie de resistência mágica a estas criaturas e aos seus actos.
Gostei muito do livro pelas reflexões que me propôs, pela criatividade nesta história alternativa, por estas personagens femininas centrais e que são tão fortes, e pela profundidade em momentos aparentemente superficiais. Um livro recomendadíssimo e ficou a vontade de ler mais deste autor.
4/5 - Gostei muito