Foram anunciados os candidatos ao Commonwealth Writers' Prize de 2009, um concurso que promove o surgimento de novas vozes, o aumento da leitura e da literacia por todo o mundo. Os países que entram neste concurso são os que fazem parte da Commonwealth Britânica, um género de associação voluntária que é constituída maioritariamente por países que foram antigas colónias britânicas, como o Paquistão, Índia, Jamaica, Austrália, Canadá, Chipre, Gana, Malásia, Sri Lanka, entre muitos outros.
Assim, os candidatos são:
Candidatos ao prémio de Melhor Livro:
The other hand, de Chris Cleave, Reino Unido
The Country of Deceit, de Shashi Deshpande, Índia
The Northern Clemency, de Philip Hensher, Reino Unido
Unaccustomed Earth, Jhumpa Lahiri, Reino Unido
Deaf Sentence, David Lodge, Reino Unido
The Enchantress of Florence, Salman Rushdie, Reino Unido
Candidatos ao prémio Melhor Primeiro Livro:
The Consequences of Love, Sulaiman Addonia, Reino Unido
Broken, Daniel Clay, Reino Unido
Submarine, Joe Dunthrone, Reino Unido
A Case of Exploding Mangoes, Mohammed Hanif, Paquistão
Breathless in Bombay, Murzaban F. Shroff, Índia
Assim, os candidatos são:
Candidatos ao prémio de Melhor Livro:
The other hand, de Chris Cleave, Reino Unido
The Country of Deceit, de Shashi Deshpande, Índia
The Northern Clemency, de Philip Hensher, Reino Unido
Unaccustomed Earth, Jhumpa Lahiri, Reino Unido
Deaf Sentence, David Lodge, Reino Unido
The Enchantress of Florence, Salman Rushdie, Reino Unido
Candidatos ao prémio Melhor Primeiro Livro:
The Consequences of Love, Sulaiman Addonia, Reino Unido
Broken, Daniel Clay, Reino Unido
Submarine, Joe Dunthrone, Reino Unido
A Case of Exploding Mangoes, Mohammed Hanif, Paquistão
Breathless in Bombay, Murzaban F. Shroff, Índia
Ora bem, que eu saiba estamos em 2009 e não no Estado Novo, por isso, não compreendo a atitude destes senhores agentes da autoridade. Numa época em que coisas como a liberdade de expressão são dados adquiridos, este tipo de acções põe em causa esta sociedade que, supostamente, deveria ser democrática.
Em causa nesta apreensão está a capa do livro, com uma pintura de Gustave Courbet que foi considerada pornográfica. Sendo que esta mesma pintura está exposta no Museu D’Orsay em Paris, porque não fechar também o museu? E as revistas e contos eróticos e pornográficos, porque não são apreendidos também? Uma hipocrisia… Estes agentes provavelmente nunca leram nem viram uma obra de arte e, por isso, misturam pornografia com arte.
A notícia completa no jornal Público aqui.
Não consigo estar muito tempo sem ler e quando tenho os livros disponíveis passo de uns para os outros depressa. Assim, terminado o livro de Kundera, vou começar a ler The Bell Jar, de Sylvia Plath.
Sylvia Plath foi uma romancista e poetisa americana que morreu jovem, suicidando-se em Londres em 1963, após uma vida conturbada com todo o seu historial de depressão e até de internamento em hospitais psiquiátricos nos Estados Unidos. Plath é mais conhecida pela sua poesia e este seu romance The Bell Jar ou, na tradução portuguesa, A Redoma de Vidro pode ser considerado auto-biográfico apesar de ter sido escrito sob o pseudónimo de Victoria Lucas. Postumamente foram publicados alguns diários de Plath e também poesia, pelo seu marido e responsável pelo seu espólio literário, Ted Hughes. Plath foi ainda a primeira poetisa a ganhar um prémio Pulitzer a título póstumo pela obra The Collected Poems, em 1982.
Fica aqui a sinopse publicada na contracapa do livro:
"Working in New York one hot summer, Esther Greenwood is on the brink of her future. Yet she is also on the edge of a darkness that makes her world increasingly unreal. In this vivid and unforgettable novel about the struggles of growing up, Esther's world shines through: the wide-eyed country girls, her crazed men-friends, hot dinner dances and nights in New York, and a slow slide into breakdown."
Acabei finalmente de ler A Insustentável Leveza do Ser.
É uma história passada em Praga, em 1968, na altura da Primavera de Praga e da invasão por parte dos Soviéticos. É uma história bonita, do meu ponto de vista, que retrata a complexidade das relações humanas, das dúvidas e incertezas que temos em relação a nós próprios, em relação aos outros, ao passado e ao presente. Em relação ao que poderia ter sido, ao que é e aos sonhos. Jogando com a ideia de retorno eterno de Nietszche, que diz que todas as acções que são executadas já o foram antes e o continuarão a ser infinitamente, Kundera contrasta com a sua noção de que cada um vive só uma vida e o que acontece uma vez nunca mais acontecerá e, a partir destas duas ideias, vai construindo a sua narrativa. Uma narrativa de peso e de leveza. O que terá mais valor: o peso de um fardo ou a leveza provocada pela inexistência dele?
"There are novels that are tragic, or entertaining, and this one is both. There are very few that give a fresh perspective on existence, and force the reader to reassess his own life and atitudes" Victora Glendinning, Sunday Times
Há também um filme, com o mesmo nome, de 1988 que conta com as participações de Daniel Day-Lewis e Juliette Binoche. Ainda não o vi, mas tenho intenção de o ver.
É uma história passada em Praga, em 1968, na altura da Primavera de Praga e da invasão por parte dos Soviéticos. É uma história bonita, do meu ponto de vista, que retrata a complexidade das relações humanas, das dúvidas e incertezas que temos em relação a nós próprios, em relação aos outros, ao passado e ao presente. Em relação ao que poderia ter sido, ao que é e aos sonhos. Jogando com a ideia de retorno eterno de Nietszche, que diz que todas as acções que são executadas já o foram antes e o continuarão a ser infinitamente, Kundera contrasta com a sua noção de que cada um vive só uma vida e o que acontece uma vez nunca mais acontecerá e, a partir destas duas ideias, vai construindo a sua narrativa. Uma narrativa de peso e de leveza. O que terá mais valor: o peso de um fardo ou a leveza provocada pela inexistência dele?
"There are novels that are tragic, or entertaining, and this one is both. There are very few that give a fresh perspective on existence, and force the reader to reassess his own life and atitudes" Victora Glendinning, Sunday Times
Há também um filme, com o mesmo nome, de 1988 que conta com as participações de Daniel Day-Lewis e Juliette Binoche. Ainda não o vi, mas tenho intenção de o ver.
"After four years in Geneva, Sabina settled in Paris, but she could not escape her melancholy. If someone had asked her what had come over her, she would have been hard pressed to find words for it.
When we want to give expression to a dramatic situation in our lives, we tend to use metaphors of heaviness. We say that something has become a great burden to us. We either bear the burden or fail and go down with it, we struggle with it, win or lose. And Sabina - what had come over her? Nothing. She had left a man because she felt like leaving him. Had he persecuted her? Had he tried to take revenge on her? No. Her drama was a drama not of heaviness but of lightness. What fell to her lot was not the burden, but the unbearable lightness of being."
The Unbearable Lightness of Being, Milan Kundera
Edgar Allan Poe foi um escritor, poeta e romancista americano, nascido em 1809. Entre as suas obras mais conhecidas estão o poema The Raven, publicado pela primeira vez em 1845, e que mereceu tradução por parte do nosso Fernando Pessoa. Para além da poesia, Poe escreveu inúmeros contos, entre eles The Fall of the House of Usher, The Purloined Letter e The Pit and the Pendulum.
Fica aqui um soneto dele chamado Silence
There are some qualities-some incorporate things,
That have a double life, which thus is made
A type of that twin entity which springs
From matter and light, evinced in solid and shade.
There is a two-fold Silence-sea and shore-
Body and soul. One dwells in lonely places,
Newly with grass o'ergrown; some solemn graces,
Some human memories and tearful lore,
Render him terrorless: his name's "No More."
He is corporate Silence: dread him not!
No power hath he of evil in himself;
But should some urgent fate (untimely lot!)
Bring thee to meet his shadow (nameless elf,
That haunteth the lone regions where hath trod
No foot of man,) commend thyself to God!
Fica aqui um soneto dele chamado Silence
There are some qualities-some incorporate things,
That have a double life, which thus is made
A type of that twin entity which springs
From matter and light, evinced in solid and shade.
There is a two-fold Silence-sea and shore-
Body and soul. One dwells in lonely places,
Newly with grass o'ergrown; some solemn graces,
Some human memories and tearful lore,
Render him terrorless: his name's "No More."
He is corporate Silence: dread him not!
No power hath he of evil in himself;
But should some urgent fate (untimely lot!)
Bring thee to meet his shadow (nameless elf,
That haunteth the lone regions where hath trod
No foot of man,) commend thyself to God!
Entre 18 e 20 de Março, vai haver uma série de colóquios sobre Edgar Allan Poe a propósito do seu bicentenário, organizado pelo Centro de Estudos Anglísticos da Universidade de Lisboa, na Faculdade de Letras, coordenado pelo professor João Almeida Flor e subsidiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
Sobre o Colóquio:
“Poe e Criatividade Gótica” abordará temáticas associadas ao género gótico nas suas relações com outras formas de arte e cultura. A vertente negra e insólita da psique humana, assim como os conceitos de perversão, criminalidade, monstruosidade, transgressão, violência e destruição, têm vindo a exercer uma profunda influência em muitos artistas e escritores contemporâneos. Entre estes, Lou Reed, no seu tributo a “The Raven”, afirmou que “as obsessões, a paranóia, os actos voluntários de autodestruição são uma presença constante”, sendo Poe um “escritor mais em sintonia com o nosso século do que alguma vez esteve com o dele”.
Este colóquio reúne investigadores e a comunidade cultural e artística mais alargada, tendo por objectivo partilhar o imaginário multifacetado deste autor, tal como se manifestam na poesia, no conto, na escrita detectivesca, na ficção científica, na estética da recepção, na música, no cinema e nas artes visuais.
A diversidade de tópicos e a abordagem interdisciplinar permitirão a todos os participantes partilhar as suas perspectivas sobre este escritor americano que, de modo preponderante, nos permitiu sondar o mistério e o terror das nossas almas inquietas."
Mais informações aqui.
Devo confessar que quando vi este anúncio fiquei entusiasmada, mas quando vi lá o nome do José Luís Peixoto na lista dos oradores confesso que esse entusiasmo disparou ainda mais!
Se não interferir muito com as minhas aulas é algo a que atenderei concerteza!
Sobre o Colóquio:
“Poe e Criatividade Gótica” abordará temáticas associadas ao género gótico nas suas relações com outras formas de arte e cultura. A vertente negra e insólita da psique humana, assim como os conceitos de perversão, criminalidade, monstruosidade, transgressão, violência e destruição, têm vindo a exercer uma profunda influência em muitos artistas e escritores contemporâneos. Entre estes, Lou Reed, no seu tributo a “The Raven”, afirmou que “as obsessões, a paranóia, os actos voluntários de autodestruição são uma presença constante”, sendo Poe um “escritor mais em sintonia com o nosso século do que alguma vez esteve com o dele”.
Este colóquio reúne investigadores e a comunidade cultural e artística mais alargada, tendo por objectivo partilhar o imaginário multifacetado deste autor, tal como se manifestam na poesia, no conto, na escrita detectivesca, na ficção científica, na estética da recepção, na música, no cinema e nas artes visuais.
A diversidade de tópicos e a abordagem interdisciplinar permitirão a todos os participantes partilhar as suas perspectivas sobre este escritor americano que, de modo preponderante, nos permitiu sondar o mistério e o terror das nossas almas inquietas."
Mais informações aqui.
Devo confessar que quando vi este anúncio fiquei entusiasmada, mas quando vi lá o nome do José Luís Peixoto na lista dos oradores confesso que esse entusiasmo disparou ainda mais!
Se não interferir muito com as minhas aulas é algo a que atenderei concerteza!
Como primeiro post "a sério" deste espaço, começo por falar do que estou a ler.
É um livro que já há algum tempo me intrigava e, como a minha professora de Literatura Inglesa me falava tanto dele e só dizia “Leiam-no…leiam-no por favor” (uma das melhores professoras que já tive e das melhores pessoas que conheci) eu não podia ficar na ignorância. Em Janeiro encomendei-o mas só há coisa de duas semanas é que o pude começar a ler a sério, porque até então andei ocupada com as leituras para os últimos testes da faculdade. Peguei então no livro e ainda não o acabei de ler, mas está para breve… A Insustentável Leveza do Ser, de Milan Kundera, está a revelar-se um prazer aconchegante. É um livro que nos conta a história de várias personagens: Tomas e Tereza que são centrais, depois Sabina e Franz e todas as outras que nos vão surgindo à medida que a narrativa se desenvolve. É um livro que mistura as histórias entrelaçadas destas personagens, inseridas na altura da ocupação soviética da, então, Checoslováquia em 1968 e, ao mesmo tempo, se insurge filosoficamente e nos põe a pensar sobre a nossa própria vida e o que nos rodeia. Estou a gostar muito e a única razão pela qual o estou a ler em inglês é porque se fosse em português o livro seria o dobro do preço…
Olá a todos!
Resolvi abrir este blog por causa do meu amor pela literatura que, inclusivé, depois de tantas voltas na vida, me levou a frequentar uma licenciatura na mesma àrea (apesar das perspectivas no mundo do trabalho não serem muito favoráveis...). Sou uma mulher de letras, portanto. Muitas letras!! Pretendo com este blog dar a conhecer os meus gostos, opiniões, saber dos vossos e explorar o mundo infinito da literatura.
Sugestões, opiniões são sempre bem-vindas e desejadas, por isso sintam-se à vontade.
Enjoy the ride!
Resolvi abrir este blog por causa do meu amor pela literatura que, inclusivé, depois de tantas voltas na vida, me levou a frequentar uma licenciatura na mesma àrea (apesar das perspectivas no mundo do trabalho não serem muito favoráveis...). Sou uma mulher de letras, portanto. Muitas letras!! Pretendo com este blog dar a conhecer os meus gostos, opiniões, saber dos vossos e explorar o mundo infinito da literatura.
Sugestões, opiniões são sempre bem-vindas e desejadas, por isso sintam-se à vontade.
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